"Homecoming" - Nazareth (Sum Records)
"Homecoming" mostra a razão
de ser e existir do Guns n'Roses. Lembra dos pianinhos baratos de boteco
tocados em ritmo fast food? E dos vocais esganiçados com leve corinho?
O Nazareth sempre foi uma cria mal-resolvida do Led Zeppelin com Aerosmith,
tendendo sempre ao rock farofa. A banda surgiu no embalo pop trash dos
anos 70. Emplacou uma porrada de canções nas paradas de sucesso.
De novidade, "Homecoming" não traz nada. Talvez, levante um troco
para o quinteto. E só. Tem algumas pauladas decentes. "Holiday"
é meio bregona, mas vale por um sorriso. Mas logo chega a vez de
"Dream On". É uma catarse masturbatória coletiva. Sabe o
lance da epifania? Pois é, bateu em Bon Jovi, Axl Rose, Skid Row,
Europe e outros farofas. Entre "Dream On" e o outro hit de motel da banda,
"Love Hurts", ainda existem dez faixas bacanas. "Simple Solution" é
boa pacas, meia boteco, meio comercial de cigarros anos 80. Super retrô.
"Walk By Yourself" tem riffs de guitarra bem AC/DC. Não ficou muito
diferente da original. Ainda tem "Hair Of The Dog", regravada pelo Guns
em "The Spaggetthi Incident". "Love Hurts" fecha o disco com aquela imensa
dose de açúcar. É a típica canção
de embalar acasalamentos regados a vinho barato e mussarela de supermercado.
Até o extâse harmônico dos três acordes de guitarra
combinados com bumbo e pratos remetem à idéia do ato sexual.
Trash pacas. Mas quem nunca na vida curtiu uma dor-de-cotovelo embalado
por essa música? Faça seu exame de consciência, leitor.
Victor Hugo Lopes |