"FRENTE nº 1" - REM Editora
E o jornalismo musical volta a ser
o prato do dia. Depois de muito burburinho nos bastidores, a FRENTE é
a primeira das três revistas que prometem chacoalhar o cenário
nacional em 2002 a chegar as bancas (a ZERO
deve pintar na metade de abril e a ROLLING STONE brasileira sabe se lá
quando). A capa verde e amarela já é uma carta de intenções
trazendo a tona alguns dos nomes que estão trabalhando para reconstruir
o pop brasileiro. Sintomaticamente, a FRENTE lembra a finada a Bizz, em
forma e conteúdo. A comparação é inevitável
e elogiosa, se lembrarmos que alguns dos nomes da FRENTE (o editor Emerson
Gasperin, o colaborador José Flávio Júnior) foram
os responsáveis por resgatar a qualidade da Bizz após um
período de fundo de poço da revista (em que até ensaios
com modelos ocuparam o lugar da linha "música e comportamento").
A FRENTE assume a chamada "Revista da Nova Música" e além
de matérias com o rapper Sabotage (responsável pela excelente
trilha sonora do filme "Invasor" de Beto Brant), a volta do Fellini e pautas
que vasculham a cena independente nacional, em São Paulo, Porto
Alegre e Goiânia, traz um cd (que faz parte do conceito da revista)
com 15 canções que deveriam estar frequentando fms de todo
o país. De "Canção do Adolescente" do Astromato,
passando pela inédita e sensacional "Eu não consigo ser alegre
o tempo inteiro", de Wander Wildner, até
"Walkman" de Mini (o escritor/compositor
da Walverdes) está tudo que você precisa saber sobre o pop
nacional 2002. Nas palavras do editorial, "FRENTE é sobre a fé
na música, muito mais do que sobre a descrença na indústria.
Sobre a nossa torcida pela reconstrução do pop brasileiro,
muito mais do que nossa admiração pelo pop internacional
- já erigido. Nós fizemos a nossa opção pelo
lado em que vamos ficar - e convidamos leitores, artistas, gravadoras e
anunciantes, vizinhos, policiais e bombeiros para mostrar a eles que esta
minoria não é tão minoritária assim". Que seja
benvinda a FRENTE e vida longa.
Marcelo Silva Costa |