Cat
Power ou Chan Marshall?
por
Gabriela Trevisan
"Primária.
Primária e… mínima". É assim que Cat Power, codinome
da norte-americana Chan Marshall descreve sua música. Pode até
ser verdade, mas isso certamente não impede que suas canções
sejam profundas e especiais. Também compõe a banda Steve
Shelley, baterista do Sonic Youth, e o guitarrista do Two Dollar, Tim Foljahn.
E quem pensa que Cat Power é
mais um daqueles grupos inacessíveis, que só vem ao Brasil
no final da carreira e que os CDs, importados, custam mais de R$ 40, está
enganado. Chan vem ao nosso país agora mesmo, em novembro, quando
se apresenta em São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. Além
disso, os três últimos álbuns, lançados pela
Matador Records, já estão disponíveis em versão
nacional, custando de R$ 16 a 20.
Nascida em Atlanta, no estado da Georgia,
em 1972, Chan Marshall desistiu de cursar o colegial e foi para Nova York
fazer shows. Certa vez, abrindo para a cantora Liz Phair, foi observada
por Shelley e Foljahn e assim formaram a Cat Power.
Os dois primeiros álbuns, Dear
Sir e Myra Lee, foram gravados no mesmo dia, só que lançados
em 1995 e 1996, respectivamente. Também em 1996, já com a
Matador, saiu What Would The Community Think?, com um dos maiores hits
da Cat Power, “Nude As The News”. No ano seguinte, um acontecimento no
mínimo curioso marcou a vida de Marshall: uma “visão sobrenatural”.
Atordoada com o que viu, Chan se afastou da música e pensou que
jamais voltaria a gravar. Mas o talento falou mais alto: em 98 foi lançado
Moon Pix, considerado o melhor álbum da Cat Power pela crítica
norte-americana. É deste disco que saíram verdadeiras pérolas
como “Cross Bonés Style” e “Metal Heart”.
No ano passado, a Cat Power dedicou-se
apenas a covers e gravou o The Covers Records¸ com canções
como Satisfaction, dos Rolling Stones, Kingsport Town, do Bob Dylan – uma
das maiores influências musicais da cantora -, entre outras, além
de uma belíssima versão de “I Found A Reason”, do Velvet
Underground. Algumas faixas foram completamente descontruídas e
posteriormente reconstruídas por Marshall, que deu seu toque pessoal
a cada uma delas.
Quanto ao conteúdo das letras
escritas por Chan, pode-se dizer que elas são tão pessoais
quanto as de autoria de Fiona Apple. Entretanto, falta à Cat Power
a agressividade e o peso presentes nas músicas de Fiona. Devido
à feminilidade e ao tom intimista, Chan também é muito
comparada com PJ Harvey e Aretha Franklin. “Passo meses e meses enganchando
e colocando minhas sentenças juntas. Todas as canções
que escrevo são frutos de fluxo de consciência, como se eu
estivesse conversando com alguém”, conta.
Aqui no Brasil, os shows serão
apenas com Chan, que tocará violão e piano. Tímida,
mas carismática, ela canta baixinho e não gosta de aplausos.
“Detesto quando as pessoas aplaudem. Eu odeio quando tenho que parar a
música, as pessoas aplaudem, então tenho que dizer ‘obrigada’
e começar de novo. O ato de aplaudir é estranho para mim,
literalmente”.
Em São Paulo, a apresentação
será no dia 6, às 21 horas, no Sesc Vila Mariana. No dia
seguinte, em Curitiba. E, depois de passar por Montevidéu, Uruguai,
Cat Power retorna e toca em Porto Alegre.
Datas
* 5/11, segunda, São Paulo/SP
Pocket show às 19h na loja
FNAC
Local: FNAC Pinheiros (av. Pedroso
de Moraes, 858)
Info: (11) 3097-0022
* 6/11, terça, São Paulo/SP
Local: teatro do Sesc Vila Mariana
(r. Pelotas, 141)
Ingressos: De R$ 7,50 a R$ 20
Info: (11) 5080-3000
* 7/11, quarta, Curitiba/PR
Abertura: Almo e Troy
Local: Era Só o Que Faltava
(av. República Argentina, 1.334)
Ingressos: R$ 12, antecipados, e
R$ 15, na portaria
Info: (41) 342-0826
* 8/11, quinta-feira, Porto Alegre/RS
Abertura: The Dharma Lovers
Local: Garagem Hermética (r.
Barros Cassal)
Ingressos: R$ 15
Info: (51) 3212-1248
*14/11, quarta-feira, Rio de Janeiro/RJ
No festival 'Algumas Pessoas Tentam...
aTODOcústico'
Abertura: Luisa Mandou um Beijo e
Cassino
Local: Teatro do Sesi (av. Graça
Aranha, 1)
Ingressos: R$ 15
Info: (21) 2563-4166
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