Chegando
Juntos
por
Carmela Toninelo
Foram
intensivas horas de leitura para uma intensiva história emoldurada
na abrasiva tendência pop literária. Assim, digamos que você
nunca se rendeu a um roteiro literário, daqueles que te consomem
ao extremo, daqueles que você fica torcendo pelos acontecimentos,
daqueles que te fazem falar alto, rir alto e até quem sabe, lacrimejar
um pouco. Digamos então que você nunca se rendeu. "Chegando
Juntos" se renderá a você, antes mesmo que você se renda
a ele, na trigésima quarta página.
O que faz o roteiro do livro
ser interessante?
A simplicidade.
A cena é londrina, onde uma
mulher procurando pelo amor de sua vida, se depara com um homem a procura
do amor de uma noite apenas. A centelha amorosa, lança-se no percurso,
e desprende-se em variados caminhos supostos e surpreendentes. Passeios
pela rua da certeza até o solar do vamos ficar pelados, equações
para cálculo de promiscuidade, votos de pureza e compaixão,
férias do inferno na Grécia, possíveis covers de Bon
Jovi, fantasmas de Hendrix bem como de Abba e vamos para o Zanzibar
que tudo fica bem.
Ele é Jack e ela Amy. Jack
começa e Amy termina. O recheio são capítulos ímpares
no masculino e pares no feminino. E aqui entende-se porque o melhor da
obra é obter a história vista por dois ângulos, projetada
a quatro mãos.
Os autores, Emlynn Rees e Josie Lloyd,
durante uma conversa de início de amizade a mesa de um pub, discutiam
suas próprias histórias sobre relacionamentos feitos e desfeitos.
A idéia central para o livro estava definida, mas a história
de Rees e Lloyd só se definiu quando o livro chegou ao fim.
Noivos, Rees e Lloyd estão
terminando o roteiro de "Chegando Juntos" que será filmado. Além
disso, "Come Together", título do livro em inglês, já
tem um sucessor.
"Come Again" será narrado
por quatro amigos de Amy e Jack, contando em síntese como a fagulha
do amor entre os dois personagens tinha que perpetuar.
Em síntese, o livro vale a
pena. Em meu intensivo, foram oito horas e um recorde em leitura dinâmica.
Trezentas e oito páginas e um final digno de Grand Prix, ao som
de Teenage Fanclub, ou não.
Imersão na história,
e você nem se dá conta que as páginas diminuem. Simplesmente
do nada, você vira uma e encontra apenas sete linhas finais que te
deixam atordoado. Afinal, se estava tão bom, por que é mesmo
que tinha que acabar?
Carmela
Toninelo, primeira da fila de espera para ler “Come Again”. Eu sou mais
Amy e Jack. |