Entrevista com André Takeda
por Marcelo Costa
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maccosta@hotmail.com
07/02/2005

Acho que foi em algum dia entre 97 e 99 que conheci André Takeda. O Scream & Yell engatinhava em uma versão apaixonadamente tosca em papel, enquanto a Internet começava a abrir seus braços para acolher novos sonhadores. E acho que foi pela Internet que conheci o trabalho do Tax, em um dos melhores (senão o melhor!) sites de cultura pop já feitos no Brasil, o 1999. Takeda tinha uma coluna lá, a Soundtracks, em que escrevia contos inspirados em músicas. A aproximação foi imediata e a conversa fluiu amigavelmente. Logo depois, uma versão – ainda em Word – de O Clube dos Corações Solitários mostrava que Takeda tinha talento para emocionar as pessoas com seu texto. Sobretudo, ele tinha histórias para contar.

Distribuí o arquivo em Word para alguns amigos dizendo que ali havia um grande livro, e um grande escritor. Afinal, agora tínhamos um representante escrevendo sobre coisas que sentíamos e pensávamos. Takeda ainda colaborou com um conto (Disco 2000) para a sétima (e última) edição do Scream & Yell On Paper. Logo depois, já estaríamos aqui, on line, e Takeda nos emprestou sua série Um Adolescente Nos Anos 80, além de ceder outro conto, Kiss Story 4, que tinha lugar garantido na oitava edição do S&Y em papel, mas acabou sendo um dos primeiros textos publicados na versão on line.

De lá pra cá, muita coisa mudou. Ou, dependendo do ponto de vista, quase nada. André Takeda deixou Porto Alegre, morou em São Paulo e agora experimenta a hospitalidade dos portenhos em Buenos Aires. Nesse meio tempo, o escritor lançou O Clube dos Corações Solitários pela Conrad Editora, Quando Eu Tiver 64 em um blog (sob o codinome de Eduardo Spitzer) e agora apresenta o seu segundo livro no formato tradicional (palavras no papel), Cassino Hotel, lançado pela Editora Rocco.

Cassino Hotel conta a história de João Pedro, um cara que chegou aos 30 anos não tendo a mínima idéia do que fez de sua vida – e do que vai fazer. João Pedro é guitarrista, já teve sua própria banda, mas hoje se sustenta tocando e produzindo canções para Mel X, uma pop star teen, filha de um famoso cantor sertanejo, algo como Wanessa Camargo e Sandy. Além da relação profissional, João também vive um romance às escondidas com Melissa. Drogas, fama, redescobrimento, família, amizades, retorno às raízes e muitas reviravoltas marcam as páginas de Cassino Hotel, que nasceu inspirado em Pulp e Wilco, e quase ganhou o nome de uma canção dos Stones. No fim, acabou levando o nome de uma praia no litoral gaúcho.

Em seu segundo livro, André Takeda apresenta ao leitor uma história emocional, lírica e esperançosa. A narrativa resvala, aqui e ali, na pieguice, mas se justifica no discurso sincero de seu narrador, que conta toda a história em primeira pessoa. Assim como O Clube dos Corações Solitários, Cassino Hotel também versa sobre aquela fase da vida em que a pessoa percebe que está "descongelando", crescendo, e que o futuro não é o fim do mundo. É um livro menos pop que seu antecessor, e marca a caminhada (corajosa) de um jovem e talentoso escritor em busca de sua própria escrita. E sua própria voz. Fala Tax:

Indo direto ao assunto: o que é Cassino Hotel? O que ele representa para você?
Cassino Hotel é, de certa forma, uma constante provocação. Eu provoco os leitores que gostam do que escrevo mudando, sem nenhum aviso prévio, o rumo da história. Eu provoco as pessoas que me criticam levando ao extremo o que elas mais odeiam no meu texto, que é a minha falta de vergonha em expor ao máximo os sentimentos de meus personagens e criar enredos a partir de fatos banais ou de clichês. Eu provoco o meu próprio lado escritor deixando claro a minha insegurança em relação ao texto. Cassino Hotel é uma constante catarse. Uma catarse criada por um cara que realmente sente na pele as músicas que escuta. E eu queria que o leitor sentisse também na pele as linhas que lê.

E o que essa provocação tem surtido? Como tem sido a reação dos leitores? E a crítica?
Os fãs de carteirinha do Clube dos Corações Solitários (que é um livro muito querido, com comunidade no Orkut e até blog de leitores) não gostaram tanto assim do Cassino Hotel. Acharam muito, muito para baixo, e alguns simplesmente odiaram o fato de eu escrever sobre uma Wanessa Camargo ou uma Sandy. Mas os leitores mais atentos conseguiram perceber a minha intenção e deixaram que a história os emocionasse. A crítica tem sido boa, em geral. É claro que corri um risco enorme de ser piegas e com certeza você irá achar piegas se não estiver disposto a mergulhar no jorro emotivo do narrador, mas agora estou me importando muito pouco com a crítica.

De onde saiu a idéia de um personagem como a Mel-X?
Eu sempre fui fascinado com a vida das cantoras teen. De como elas aparentam uma maturidade forçada. Não sei se estou sendo claro, mas essas cantoras parecem que pularam várias etapas da vida. São símbolos sexuais jovens demais (e não de beleza, como modelos também adolescentes). Além disso, um dia eu li uma entrevista com a Wanessa Camargo e pensei: "putz, essa menina não é nada burra, nada ingênua". A gente tem mania de achar que essas adolescentes não tem nada na cabeça. Então decidi escrever sobre isso. Criar uma personagem que mostrasse que uma cantora pop adolescente pode ser esperta demais, e de como o sucesso, de uma certa forma, amadurece precocemente as pessoas. Além disso, acho que a Wanessa Camargo tem um sex appeal enorme. Ela foi, com certeza, a inspiração para as partes mais picantes do livro.

Isso quer dizer que entre a Sandy e a Wanessa Camargo, você prefere a Wanessa? Nunca chegou a pensar na Britney como inspiração?
Sim, prefiro a Wanessa Camargo. Gosto da atitude dela. Agora a Britney... não curto muito não, apesar de achar que as músicas dela funcionam super bem na pista de dança.

Mas a versão do Travis ficou boa, não?
Sim, ficou ótima. Além disso, gosto muito de Travis. The Man Who para mim é uma obra-prima.

Quais as cinco maiores obras-primas na música, segundo André Takeda?
Álbuns ou músicas? Álbuns seriam London Calling do Clash, Astral Weeks do Van Morrison, Velvet Underground & Nico dos próprios, Blood On The Tracks do Bob Dylan e Yankee Hotel Foxtrot do Wilco. Músicas seriam Be My Baby das Ronettes, In My Life dos Beatles, Ladies And Gentlemen We Are Floating In Space do Spiritualized, Lets Get It On do Marvin Gaye e I Cant Help Falling In Love do Elvis Presley.

Quais as diferenças e as semelhanças entre o Clube dos Corações Solitários e o Cassino Hotel?
Os dois livros possuem a mesma linhagem de fuga, de descoberta e, claro, de pinceladas pop. O Clube é assumidamente pop. O Cassino Hotel é pop porque eu quis pegar os leitores do Clube e, de repente, dar a eles algo novo no meio do livro. Mas Cassino Hotel possui um texto mais maduro e lírico.

Quando você começou a escrever o Cassino já tinha idéia de como ele iria terminar? Ou a constante mudança de rumo da história foi acontecendo enquanto você escrevia?
O último parágrafo do livro foi escrito logo quando comecei com o rascunho inicial. Foi baseado em uma música feita especialmente para o Cassino Hotel pelos Superphones. Mas a grande revelação também foi uma revelação para mim. Um dia acordei e percebi que havia criado um personagem gay.

Isso foi algo que me surpreendeu muito no livro, pois você costura a narrativa de forma que essa revelação surpreende quando acontece. E o que surge daí pra frente é muito bonito, pois é algo que, acredito, muitos dos leitores vão descobrindo como lidar junto com o João Pedro. E o que André Takeda faria se um homem lhe oferecesse flores?
Nos meus 3 e tantos anos de SP convivi tanto com o mundo GLS que nem me importaria. Se fosse algo tão surpreendente como é no livro, é claro que iria me chocar. Mas acho que em outros casos levaria na boa.

O livro começa em São Paulo, depois parte para o Sul. Porto Alegre é uma referência muita forte não só no seu texto, mas praticamente em qualquer bom gaúcho que se preze. Como explicar essa paixão que vocês sentem por seu próprio território? Sou constantemente detonado quando digo que amo São Paulo... E como ser gaúcho influencia no seu trabalho?
Eu não sei explicar porque nós gaúchos amamos tanto o nosso Estado. No meu caso, sou um apaixonado por Porto Alegre. Por mais que tenha morado em São Paulo, e agora em Buenos Aires, ainda acredito que ela é a cidade ideal para ficar velhinho. Eu tentei explicar essa minha paixão pela terra gaúcha no Cassino Hotel e, mesmo assim, não sei consegui. Acho que Porto Alegre possui uma poesia mais romântica, ao contrário de São Paulo, que possui uma poesia urbana, suja, marginal. Mas eu adoro São Paulo. Só não tenho certeza de que é a cidade que gostaria de morar para o resto de minha vida. Ser gaúcho não muda muita coisa no que escrevo. Só o fato de que é bem provável que todas as minhas histórias se passem no Rio Grande do Sul.

Qual banda gaúcha era melhor: a do João Pedro ou a do Spit?
A do João... Acho engraçado que pouca gente conseguiu sacar qual banda gaúcha me inspirou.

E qual banda gaúcha te inspirou? :_)
O nome Melissa não te diz algo?

(sorrisos) Diz sim. Alias, isso das pessoas sacarem algumas inspirações é interessante. Já aconteceu de alguém fazer alguma ligação que você não tenha percebido? Que seja algo que você só notou depois que alguém te falou?
Ah... isso acontece sempre. Por isso que digo que o leitor é parte da história. No caso do Cassino Hotel, já recebi diversos e-mails com diferentes interpretações para a tal "viagem" do narrador.

Se Cassino Hotel fosse um filme, como ele seria? Um drama? Uma comédia romântica? Com que filme ele se pareceria? E o Clube?
Cassino Hotel seria um filme agridoce... acho. Um filme que me inspirou muito enquanto escrevia foi Os Excêntricos Tenenbaums, de Wes Anderson. O Clube dos Corações Solitários seria uma comédia leve, mas com um certo toque de melancolia.

Estive recentemente em Buenos Aires e adorei a cidade. Você acaba de se mudar para ai. O que está achando da terra portenha? E como você define a experiência de ter morado em São Paulo? Tudo isso influencia o seu jeito de escrever?
Eu vim para Buenos Aires para ver o Primal Scream em 1997 e o Blur em 1999. Sempre adorei a cidade. Viver e trabalhar aqui está sendo ótimo. Os portenhos são muito legais e aqui há uma boa vida cultural. Viver em São Paulo foi bom para aprender a ser mais rápido e abrir mais a cabeça. Não sei se essas mudanças influenciam no meu jeito de escrever, mas influenciam o jeito como vejo o mundo.

E como é o jeito André Takeda de ver o mundo?
Eu vejo o mundo da forma mais sentimental possível. Acredito que a base de tudo é o relacionamento entre as pessoas. Por isso, gosto de observar o comportamento humano. Adoro conhecer gente nova, costumes diferentes. O mundo, para mim, é feito da troca de palavras, carinhos, ódios, secreções, amor entre as pessoas. E, claro, sem a música pop o mundo estaria literalmente perdido. Porque acredito que a maior expressão de tudo isso é a música. Mais que pintura, mais que literatura, mais que tudo. Nada traz mais sentimento para mim do que um bom riff de guitarra.

Um ditado antigo diz que toda pessoa precisa plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro para provar que realmente viveu a vida. Ou seja, escrever 1 livro é (hipoteticamente) obrigação de cada um. Você acaba de chegar ao seu segundo livro e eu queria saber quando você percebeu que era realmente um escritor? Quando aconteceu o clic? E como você vê a carreira de escritor?
Ainda não sei se sou escritor. O momento em que mais me senti escritor foi quando vi a fila enorme de autógrafos do Cassino Hotel em São Paulo e percebi que não conhecia quase ninguém. Ou seja, não eram amigos que estavam lá. Eram leitores. A minha carreira de escritor é relapsa. Sou muito, muito preguiçoso. E trabalhar muito em outra profissão ajuda a pagar as contas, mas atrapalha na hora em que quero escrever e estou cansado. Mas não me vejo como um escritor, escritor. Sou apenas um cara qualquer que escreve livros. Não quero mudar o mundo, revolucionar a literatura. Mas acho que consigo algo melhor: não sei os motivos exatos, mas muita gente me escreve dizendo que eu "mudei" a vida deles. É uma mudança bonita, sabe? Não ter vergonha de dizer o que sente, montar uma banda, começar a ler mais. Isso é o que mais me deixa feliz.

Parece que os leitores hoje em dia estão mais próximos dos escritores, não? No passado, um cara precisou registrar as "aulas" que teve com Rainer Maria Rilke para dividir com o mundo aqueles momentos raros. Hoje em dia tudo é tão próximo, principalmente com a Internet. Como essa proximidade com os leitores influencia no seu trabalho?
Eu adoro estar próximo dos leitores. É uma pena que eu não dê toda a atenção que eles merecem. Sou um péssimo cara para responder e-mails. Mas gosto muito de ouvir o que eles têm a dizer. O problema é que acho que os meus leitores querem outro Clube. E tenho medo de cair na tentação de escrever algo assim novamente.

Como funciona essa "pressão"? E quantos livros você ainda tem dentro de você?
A pressão, por um lado, é boa. Porque sei que tenho público. Mas, lógico, tenho medo de decepcionar mais do que acredito que decepciono. E eu tenho muitos, muitos livros. Mais histórias do que livros, na verdade. Queria ter a disciplina para escrever tudo. De qualquer forma, já tenho um pronto para ser publicado. Ele se chama A Menina do Castelinho de Jóias e é um livro para crianças de uns 5-6 anos. Escrevi sem a intenção de lançá-lo, mas a Rocco Jovens Leitores gostou e comprou. O mais interessante é que o livro, apesar de não conter nenhuma citação explicitamente pop, tem todo um tom quase medieval por causa do disco Want One, do Rufus Wainwright, que tem aquela capa com o cantor de armadura e tal. Aliás, um dos personagens se chama Trovador Rufus.

Como foi sair da Conrad e ir para a Rocco?
Para falar a verdade, não senti tanta diferença. A Rocco possui uma estrutura bem maior e dá mais segurança, por outro lado, tem mais burocracia. Mas ambas as editoras me deram total liberdade.

Achei legal na Rocco o fato deles estarem investindo nessa Safra XXI. É um modo de apresentar os seus leitores para os leitores dos outros escritores, e vice-versa. Você vê relação entre seu texto e o dessa turma?
Não li os livros do pessoal do Safra XXI. Mas me identifico muito com o texto do Dodô Azevedo, que é um cara muito talentoso e legal. Porque, você sabe, gente talentosa não falta. Gente legal, sim.

Quer dizer que existe mais gente talentosa que gente legal no meio literário? Entre os talentosos, quem você destacaria? Quem o leitor deveria conhecer?
Não sei se falta gente legal, mas não tenho muitos amigos escritores... talvez seja porque eu não me considere um escritor de verdade. Acho que o leitor deveria conhecer a Claudinha Tajes, o Santiago Nazarian, o João Paulo Cuenca, o Gustavo Fischer e o Michel Laub.

E na gringa?
Continuo indicando Douglas Coupland. O cara é foda. Mas é bom ficar de olho nos outros títulos do Safra XXI. Pelo que li dos autores estrangeiros, parece que tem muita coisa boa. Recomendo também o inglês Toby Litt.

Trainspotting está saindo no Brasil, muuuuuito atrasado, mas está saindo. E como é sempre bom recomendar, gostaria que você falasse um pouco do livro...
Eu já li a versão brasileira... Iria escrever a orelha, mas não tive tempo no meio de tanta mudança. Que a história é sensacional, todo mundo sabe. Que os personagens são antológicos também. Então, o que eu tenho que dizer é que admiro a coragem do Daniel Galera e do Daniel Pellizzari em enfrentarem essa tradução. Sei que eles pensavam nisso há tempos e que só faltava uma editora apostar. Ponto para a Rocco. E ponto para os guris.

Música é uma fonte constante de citações e inspiração no seu trabalho. Conta um pouco de sua ligação com a música e como ela se envolve em seus textos.
O problema é que gosto muito mais de ouvir música do que de ler. É a música que me inspira, não a literatura. E, sei lá, eu realmente gostaria de saber que as pessoas estão ouvindo mais Wilco por minha causa.

Acho essa inspiração interessante e, em alguns casos, acredito que livros deveriam ter trilhas sonoras, como os filmes. Quais músicas iriam compor a trilha sonora de Cassino Hotel?
Cassino Hotel foi criado a partir de dois discos: We Love Life do Pulp e Yankee Hotel Foxtrot do Wilco. São duas sonoridades completamente diferentes, mas que se completam. O Pulp possui o lado célebre e pop da minha personagem Mel X, com aqueles arranjos pomposos e melodias ganchudas. E o Wilco é a melancolia e a desconstrução do narrador João Pedro. Destes dois discos, destacaria para a trilha Bad Cover Version do Pulp e Reservations do Wilco. O livro também coincidiu com a minha descoberta e paixão pelos Stones. Queria até batizar o livro de Memory Motel. Afinal, se o Clube é Beatles, o meu segundo seria Stones. Então, Memory Motel dos Stones estaria na trilha. Além de The Shining do Badly Drawn Boy, In Love With A View do Mojave 3, Many Rivers To Cross com o Harry Nilsson e John Lennon, Echo do Tom Petty & The Heartbreakers, When It Rains do Brad Melhdau e, claro, Grown Ups da Superphones.

Na parte do blog no Spectorama há uma placa "pendurada na parede" que diz: "A minha vida não é de domínio público. Os meus pensamentos são. Mas só às vezes". Se o João Pedro, personagem do livro, tivesse um blog, ele também ia ter uma placa dessas lá?
Se fosse na época em que se passa a história, sim. Mas quando jovem, o João Pedro queria mais era aparecer. E talvez seja por isso que é um cara tão atormentado.

Ser atormentado não é uma prerrogativa para se estar vivo?
Acho que não. Hoje sou um cara muito, muito feliz, sem todos os tormentos que me atrapalharam durante boa parte dos meus 30 e poucos anos e me sinto mais vivo do que nunca. Talvez seja por isso que não consigo terminar o meu terceiro romance. Estou feliz demais para escrever.

A tristeza é uma prerrogativa para se escrever um livro?
Não é exatamente uma tristeza. Mas a sensação de que está faltando algo. E agora não falta nada na minha vida. Nada que me deixe desesperado.

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