"Stardust"
por
André Azenha Blog
18/10/2007
O diretor Matthew Vaughn ("Nem tudo é o que Parece") desistiu de filmar "X-Men 3" para comandar essa obra e se saiu muito bem. A missão não era das mais fáceis: adaptar para o cinema a bela história de Neil Gaiman. Mas "Stardust – o Mistério da Estrela" tem tudo para agradar crianças, jovens e adultos – principalmente aqueles fãs das fábulas dos anos 80, como "A Lenda", "O Feitiço de Áquila"," Willow', "Labirinto" e "A História Sem Fim" (esqueçamos as continuações desse).
Assim como as produções citadas, "Stardust – o Mistério da Estrela" é uma história de começo, meio e fim, ao contrário de outras recentes adaptações de livros infanto-juvenis que se tornaram franquias ("Senhor dos Anéis" e "Harry Potter"), muito em virtude da ambição por lucros dos estúdios, e jamais soa medíocre como um Eragon.
Algumas pessoas - principalmente quem conferiu o enredo de Gaiman nos quadrinhos - poderão torcer o nariz para o texto, mesmo porque não dá pra colocar tudo num filme de pouco mais de duas horas. Alguns personagens são limados, outros instantes são encurtados, mas tudo em favor de uma trama ágil, envolvente, e muitas vezes, engraçada.
A obra conta a história de Tristan Thorn (Charlie Cox), um garoto comum da pequena cidade inglesa de Muralha, que se apaixona pela menina mais bonita das redondezas (Sienna Miller). Para provar seu amor, o jovem promete buscar uma estrela cadente que ambos viram cair. Mas na tentativa de alcançar o objetivo em uma semana (tempo necessário para conquistar a donzela antes que ela se case com um chato da região), Tristan precisa atravessar um muro que esconde o mundo mágico de Stormhold.
Pelo caminho, ele ainda deve encarar uma bruxa vivida por Michelle Pfeiffer e os príncipes do reino. Todos estão atrás do rubi que a estrela – agora uma bela mulher interpretada por Claire Danes – carrega, que fará do príncipe que o conseguir o novo rei. Já o objetivo da bruxa é matar Danes para que ela e suas irmãs recuperem a juventude e vivam eternamente.
O interessante é que o diretor capricha, mas não exagera nos efeitos especiais e nos cenários (reais em sua maioria, diga-se), preferindo destacar as atuações do elenco, muito bom por sinal. Pfeiffer se diverte como vilã, Peter O’toole, apesar do pouco tempo em cena, está ótimo na pele do rei, Robert De Niro impagável como o pirata gay Shakespeare (que originalmente teria menor participação, mas é De Niro né?) e até Charlie Cox.
Só não deu pra entender o motivo do filme ter apenas sessões dubladas numa grande rede de cinemas do país. Se a desculpa é a de se tratar de uma história infantil, há um grande equívoco. Stardust é uma fábula fantástica, mas com grande teor adulto, afinal tem cenas de assassinato e várias mortes (algumas muito bem boladas). Ainda que não possamos conferir a narração em off de Ian McKellen, vale a conferida.
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