'Sky High - Super Escola de Heróis'
por Marcelo Costa
Fotos - Site Oficial
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16/10/2005

O filho de um casal de super-heróis entra em uma escola que tem por meta transformar jovens superdotados em heróis do futuro. Esse é o ponto de partida de Sky High - Super Escola de Heróis, filminho sessão da tarde que surpreende com um roteiro agil e ótimas atuações de um jovem elenco.

A rigor, estamos acostumados, principalmente quem leva o cinema (e a vida) à sério demais, a exigir de um filme um pouco mais que entretenimento. Queremos informação, análises críticas, paralelos com o mundo que vivemos e, por que não, respostas para as nossas dúvidas. Na época do politicamente correto, ver filme parece ter deixado de ser um passatempo para se transformar em um elemento de interpretações de tudo que nos cerca. Bobagem, bobagem.

Na verdade, tudo isso é uma tolice porque o cinema, antes de mais nada, é diversão. Não que não haja diversão em análises críticas do mundo (Woody Allen costuma fazer isso de maneira esplendorosa), mas incutindo em um filme uma importância como veículo de informações e ideais, estamos também deixando de lado a arte de assistir uma história divertida de forma inocente.

Sky High - Super Escola de Heróis tem muita relação com tudo isso. A história parece de desenho animado (não à toa, é uma produção dos estúdios Disney), com um roteiro que "desenha" um mundo em que os super-heróis são aceitos pelas pessoas, e seus filhos estudam em uma escola especial para desenvolvimento dos poderes de cada um. Porém, uma escola de super-heróis é igual a uma escola qualquer comum no que diz respeito a inveja, tirania e opressão dos mais velhos contra os mais novos (tá, é um pouco de exagero, mas é na escola que aprendemos que os mais fortes, os mais ricos e os mais inteligentes tem uma pequena vantagem sobre o resto enquanto os "diferentes" são discriminados).

O jovem Will (Michael Angarano) é calouro na Sky High, e carrega sobre os ombros o peso de ser filho dos dois maiores super-heróis do planeta: o Comandante Stronghold (Kurt Russell) e Josie Jetstream (Kelly Preston). Pior: Will ainda não descobriu qual é o seu super-poder, e nem sabe se tem um. Assim, seus primeiros minutos no colégio são um misto de puxação de saco ("Nossa, você é filho do Comandante e da Jetstream! Uau") com cobranças: a primeira atividade na escola é mostrar o seu poder para o treinador esportivo Boomer (Bruce Campbell) decida se você é um herói ou um assistente de herói.

A divisão entre ser herói e assistente divide a turma: os da primeira recebem todas as glórias enquanto aos da segunda resta viver sobre a sombra do brilho dos primeiros. Um mundo injusto, mesmo este de super-heróis, não. Os roteiristas Paul Hernandez, Robert Schooley e Mark McCorkle conseguiram desenvolver temas clichês dentro do pano de fundo dos heróis, e esse é o grande trunfo de Sky High, somados a simples e bons efeitos especiais, boas atuações de Michael Angarano (como Will) e de Mary Elizabeth Winstead (brilhando como Gwen) e uma direção certeira de Mike Mitchell. Ah, e Lynda Carter (a Mulher-Maravilha de outros tempos) faz uma ponta interessante. Para ver e comer pipoca sem se preocupar com o mundo.

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