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Ouvindo: “Black Sessions”, The Delgados

Já me perguntaram algumas vezes: se você tivesse uma banda, como ela soaria? E dou sempre a mesma resposta: indie punk pop guitarreira como o Ash ou melodicamente guitarreira e deliciosamente poética e cínica como a escocesa The Delgados. Com cinco discos de estúdio lançados entre 1994 e 2005 (mais três ao vivo oficiais), o Delgados fez fama com seu grande segundo disco, “Peloton”, que combinava de maneira lirica e suja as vozes e guitarras de Emma Pollock e Alun Woodward. O belo single “Everything Goes Around The Water” (com arranjo de cordas, flauta e guitarradas) ganhou clipe e resume a banda de maneira perfeita. Depois vieram os lindões “The Great Eastern” (de 2000 e meu favorito) e “Hate” (de 2002, se você me conhece há um bom na web já deve ter me visto compartilhando “you ask me what you need: Hate is all you need” 🖤) e a despedida “Universal Áudio” (2004). Esse bootleg flagra os escoceses num dos programas de música ao vivo mais bacanas do mundo, o francês Black Sessions, e essa cópia tosca minha nem toca inteira, mas o que toca é de emocionar (tem ele em MP3 ae? Me passa, please!). The Delgados é uma daquelas bandas que quem conhece, adora, e quem não conhece vai adorar um dia… Aliás, uma dica: a Emma já lançou três discos solo, o mais recente é de 2016. Vale ir atrás também!

outubro 25, 2018   No Comments

Keith Richards, Rolling Stone Alone

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“Os tiras estavam armando o cerco, usando todos os recursos possíveis e inimagináveis para pegar um único guitarrista. É claro que o gerente do hotel devia saber, mas ninguém nos avisou nada. A polícia subiu direto até o nosso quarto. Meu filho Marlon normalmente não teria deixado nenhum policial entrar, mas eles estavam vestidos de garçons. Eles não conseguiram me acordar. Por lei, o sujeito tem que estar consciente para ser preso. Eles levaram 45 minutos… A lembrança que tenho é de acordar com eles me dando uns tapas e perguntando: ‘Quem é você? Você sabe onde está e por que estamos aqui?’. Respondi: ‘Meu nome é Keith Richards, estou no Harbour Hotel, mas não tenho a mínima ideia do que vocês estão fazendo aqui’. Antes disso eles tinham encontrado o meu estoque, que tinha aproximadamente 28 gramas (de heroína). Era muita coisa. Não mais do que um homem como eu precisava, quer dizer, não dava para alimentar uma cidade. Me prenderam e, devido a quantidade, fui acusado de tráfico – o que no Canadá resulta em uma longa sentença de cadeia. (…) Fui solto sob uma fiança de muitos dólares, mas tomaram meu passaporte e minha liberdade estava restrita ao hotel. Eu estava aprisionado, e ainda tinha que esperar para ver se iam me prender. Ian Stewart sugeriu que eu usasse aquele tempo de espera para gravar algumas músicas (os Stones tinham deixado Toronto para que a polícia não os envolvesse). Ele alugou um estúdio, um belo piano e um microfone. O resultado vem circulando por ai por algum tempo – KR’s Toronto Bootleg. Nós simplesmente tocamos todas aquelas músicas country, bem parecido com o que faríamos em qualquer outra noite, mas havia certa pungência naquela sessão, já que naquele momento as coisas estavam parecendo um tanto sombrias para mim”.

Trecho de “Vida”, autobiografia de Keith Richards

Nota: as oito faixas dessa sessão em Toronto podem ser encontradas em diversos bootlegs de Keith Richards, incluindo “Rolling Stone Alone” (aqui), e se tratam de versões para canções de George Jones, Hoagy Carmichael, Fats Domino e Merle Haggard. Foi a fase fundo do poço de Keith, que terminou em um acordo do músico com a polícia, após o advogado de defesa declara-lo como viciado e doente, e encaminhava o guitarrista para um período de reabilitação (ele ainda usaria a droga nos anos seguintes, mas cada vez mais estava longe do “veneno”, como ele diz no livro, terminando por abandona-la em 1979). E a saída do fundo do poço começou nesse período em Toronto…

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Leia também:
– Keith Richards: “Gostar ás vezes é melhor do que amar” (aqui)
– Gram Parsons por Keith Richards (aqui)
– Quando os Rolling Stones invadiram Matão (aqui)

agosto 22, 2012   1 Comment

Cinco blogs especializados em bootlegs

fevereiro 24, 2012   No Comments

As demos caseiras de Lennon e McCartney

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Circa 1959/1960. Paul e John emprestam um gravador caseiro para registrar um ensaio da dupla, algumas vezes escudada por Stu Sutcliffe (já assistiu “Backbeat – Os Cinco Garotos de Liverpool”?) e outras por George Harrison. O registro traz coisas como “Wild Cat” (Gene Vincent), “One After 909” (música de Lennon composta em 1957 que só foi lançada no álbum “Let It Be”, 1970), “That’s When Your Heartaches Begin” (Elvis Presley), “I Don’t Need No Cigarette, Boy” (inédita de Lennon e McCartney) e “That’s When Your Heartaches Begin” (muito conhecida nos anos 50 com Les Paul e Mary Ford) e muito mais.

Algumas canções destas sessões caseiras apareceram no “Anthology 1”, como “Hallelujah, I Love Her So”, de Ray Charles, aqui em uma versão um pouco mais extensa, “You’ll Be Mine” e “Cayenne”, tema instrumental escrito por Paul McCartney, mas a maioria das canções do CD bootleg lançado em 1996 pelo selo Madman Records é inédita comercialmente. As canções, liberadas pelo colecionador Philip Cohen, podem ser baixadas aqui. E se você quiser vasculhar o acervo de Cohen, respire fundo e vá de coração aberto. Clique aqui e divirta-se.

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janeiro 2, 2011   No Comments