Se a minha memória não estiver relapsa, quem conseguiu esse bootleg do Strokes foi o Lucio Ribeiro, antes ainda da banda lançar o primeiro disco. São os dois primeiros singles mais uma mistureba de 14 faixas ao vivo, boa parte delas em sessions da BBC (junho 2001) e algumas (até hoje inéditas) do famoso bootleg “Arlene’s Grocery 2000” (como “Rhythm Song”, “A Minor 4-4” e “Sagganuts”). Esse bootleg foi um sucesso de vendas nas galerias em São Paulo em 2001/2002. Acho que ouvi mais ele do que o “Is This It”…

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Hoje, 2022, depois que os boxes “Cleaning Our The Ashtrays” (2009) e “Lloyd Cole & The Commotions 1983-1989” (2015) chegaram ao mercado raspando o baú de raridades do cara (e de sua banda), essa belíssima coletânea pirata lançada em 1999 não faz muito sentido, pois 99% do que está aqui marca presença nas duas caixas citadas acima (além de muito mais material raro) – apenas a versão de “Famous Blues Raincoat”, de Leonard Cohen, registrada no programa “Rare on Air”, da KCRW (lançada no segundo CD da coleção da rádio) ficou de fora. Porém, na virada do século e nos anos 00 isso daqui era puro ouro com destaque para as covers de Cohen (“Chelsea Hotel”), Lou Reed (“Vicious”), Dylan (“Most of The Time”), T. Rex (“Mystic Lady” e “The Slider”) além da demo original do single “Baby”. 💖🎸

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“From Murray Street to France and Back” flagra o show do Sonic Youth no L’Aéronef, em Lille, na França, junho de 2002. Este CD, porém, não traz o show na íntegra deixando de fora as três do bis (entre elas, “Kool Thing”), mas acrescenta três faixas acústicas na rádio WERS, de Boston, em 2002, no formato trio (Lee Ranaldo, Thurston Moore e Jim O’Rourke). Bem bacana!

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A Bridge School é uma instituição californiana que auxilia crianças com deficiências e necessidades de comunicação. Criada por, entre outros, Pegi Young, que foi casada com Neil Young por 36 anos, a Bridge School promoveu entre 1986 e 2016 uma série de festivais beneficentes para arrecadar fundos, sempre envolvendo grandes artistas. Este bootleg flagra os dois shows solo de Thom Yorke tocando hinos do Radiohead e um cover de Neil Young em outubro de 2002! No repertório, “There There”, “Lucky”, “Street Spirit”, “True Love Waits” e “Paranoid Android”, entre outras!

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“Electricity” registra a íntegra do show do Jesus and Mary Chain no Electric Ballroom, em Londres, 1998. O show foi transmitido pela BBC Radio 1 e nove músicas (das 15 do set) apareceram na reedição luxuosa do maravilhoso álbum “Munki”. Aqui, no entanto, o show aparece na íntegra incluindo faixas ausentes na reedição do “Munki” como “Teenage Lust”, a dobradinha “I Love” / “I Hate Rock’n”Roll”, “Reverence” e minha favorita dessa safra, “Mo Tucker”, cantada por Sister Vanilla (no disco e no show). Demais!

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“XXII II MCMXCIV” é um dos melhores dos registros do Nirvana ao vivo, no caso em Roma, 1994, num show sensacional. Depois desse show na área da pista de patinação no gelo de Marino (Palaghiaccio di Marino), que fica a 20 quilômetros de Roma, o Nirvana fez dois shows em Milão, um na Eslovênia e iriam fazer dois shows em Munique, na Alemanha, mas só fizeram o primeiro, em 01 de março, e cancelaram o segundo (e o restante da turnê europeia, que iria até 08 de abril) porque a voz do Kurt estava falhando muito e ele estava com muita dor na garganta. Ele e Courtney voltaram pra Roma, e lá ele teve uma overdose no dia 03 de março… O áudio desse show é de 22 de fevereiro e a voz dele está excelente, assim como a banda – num dos meus bootlegs favoritos deles. Existem diversos bootlegs desse mesmo show porque rolou transmissão por rádio direto da mesa de som, então a qualidade é excelente, mas esse “XXII II MCMXCIV” é o melhor porque traz o show completinho, com todas as falas entre as músicas. Inclusive, esse é, geralmente, a fonte dos outros bootlegs do show de Roma com áudio ripado daqui e editado.

1 Radio Friendly Unit Shifter 4:08
2 Drain You 3:34
3 Breed 3:13
4 Serve The Servants 3:15
5 Come As You Are 3:35
6 Smells Like Teen Spirit 4:38
7 Sliver 1:54
8 Dumb 3:01
9 In Bloom 4:10
10 About A Girl 2:43
11 Lithium 4:01
12 Pennyroyal Tea 3:26
13 School 2:36
14 Polly 3:22
15 Very Ape 2:15
16 Lounge Act 2:41
17 Rape Me 2:48
18 Territorial Pissings 2:20
19 All Apologies 3:21
20 On A Plain 3:18
21 Scentless Apprentice 3:28
22 Heart-Shaped Box 4:37
23 Demolition 3:19
Live at the Palaghiaccio, Roma, February 22, 1994.

24 The Man Who Sold The World 3:23
Sony Music Studios, New York, November 18, 1993

Meu bootleg favorito do Manics, comprado numa lojinha tosca e sensacional escondida dentro do Flea Market, de Atenas, “What You Loose On The Swing, You Gain On The Slides” registra um show secreto pré-tour do Manics no Rockmagasine, em Copenhagen, na Dinamarca, em 20 de agosto de 1998 mostrando o repertorio do “This Is My Truth Tell Me Yours“, que seria lançado no mês seguinte, em 19 de setembro! Eu tive uma outra edição desse show em CDR, comprado na guerrilheira Velvet CDs, e fiquei feliz demais de ter encontrado esse daqui.

Da série #bootlegs, “Rip Her To Shreds! Live” flagra um Yeah Yeah Yeahs em início de carreira, fase “Master”, o primeiro (grande) EP de 2001. Esse álbum compila três sessiions de 2002, uma na BBC (quatro músicas), outra na XFM (quatro faixas tb) e um show de fevereiro de 2002 transmitido pela XFMU (com 10 canções)…

postado no Facebook em fevereiro de 2019

A Kiss The Stone Records (KTS) é considerada por muitos o melhor selo de bootlegs de todos os tempos. Nos anos 90, os caras aproveitaram uma brecha da lei italiana, que permitia que a empresa comercializasse gravações ao vivo, desde que colocasse royalties para os artistas em uma conta de garantia, e lançaram quase 600 discos durante o tempo que o selo existiu. Apesar de muita gente acreditar que e empresa, inclusive, era pirata, a KTS era parceira de diversões órgãos e agências da indústria, incluindo ASCAP, GEMA e IMC, e prensava seus CDs na fábrica da Polygram, em Milão. Por vários anos, a KTS publicou anúncios na revistas Rolling Stone e Spin. O rótulo era sinônimo de qualidade (se os artistas receberam realmente a grana é outro assunto).

Eu tenho diversos KTS em casa, e um dos meus favoritos para abrir essa série é “Planet Acoustic”, do Radiohead. Lançado em 1997, “Planet Acoustic” (ao contrário do que o título antecipa) tem como principal destaque 14 faixas de um show absolutamente matador da turma de Thom Yorke no T In The Park, na Escócia, em 1996 (esse foi um dos motivos de pesou no desejo de ir ao festival na minha primeira vez na Europa em 2008 – claro que R.E.M. no line-up pesou mais), com a banda ao vivo já ultrapassando a fronteira que separaria “The Bends” de “Ok Computer” nos arranjos. Além das 14 há duas faixas acústicas (desde que ouvi “Black Star” pela primeira vez nessa versão nervosa, nunca mais ouvi a versão de estúdio) e um cover delicioso para “Nobody Does It Better”, de Carly Simon, de uma session perdida em 1995.

Nunca tive esse KTS original. Porém, da metade dos anos 90 para frente, havia em Taubaté (ali pertinho da Faculdade de Medicina, caminho para a minha Faculdade de Comunicação) uma… locadora de CDs. Sim, isso existiu. E vou dizer que aluguei diversos CDs deles, e fiz uma cópia caprichada em CDR pra mim dessa preciosidade do Radiohead. Foi assim que esse “Planet Acoustic” veio parar em casa, mas ainda guardo os MP3 ripados daquele KTS original (acabei de ver um anúncio de venda desse disco no Ebay por 500 Queiroz) e, sempre que a saudade bate, retorno em pensamento para o meu quartinho em Taubaté ouvindo esse discaço que inexiste na discografia oficial da turma de Thom Yorke.

É uma pena que a qualidade sonora mais fraca de gravação seja o “Live at Free Jazz Festival São Paulo 2001”, mas vale a pena como registro. Adoro o “Live at Bowlie Weekender Festival 1999” não só por sua excelente qualidade sonora, mas por ser dos poucos que traz “Lazy Line Painter Jane” no set; outro de qualidade excelente é o “Black Sessions”, que destaca a cover de “Poupée de Cire, Poupée de Son” (o vídeo completo da sessão deste tradicional programa francês está no final). Fechando, “Merry Christmas, Mr. Peel” é uma session natalina misturada a alguns clássicos da banda.