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Category — Bobagens

Matando saudade dos velhos tempos…

Quando fui escrever sobre o sétimo apartamento que morei em São Paulo, acabei recorrendo a posts que eu havia escrito na primeira versão deste blog, uma imitação tosca que me permitia ser um pouco mais pessoal (o que, na verdade, sempre foi a ideia da Calmantes com Champagne, sinceridade quase suicida). E dai me perdi lendo e relendo várias coisas que eu mesmo não lembrava. Bons tempos. E veio a questão: será que eu conseguiria retomar aquela escrita novamente, 10 anos depois? A gente só vai descobrir se tentar, né mesmo. Bora.

Segundas-feiras são sempre cansativas para mim. Apesar dos sábados e domingos costumarem serem intensos, na minha cabeça a segunda-feira é o dia internacional de colocar as coisas em ordem, o que, sempre, me deixa um pouco atrapalhado, ansioso e, consequentemente cansado. No caso de hoje ajuda o fato do Scream & Yell estar baleando bastante desde a quarta passada, quando deu alguma pane no data center do servidor – e isso me angustia ferozmente, até porque há tanta coisa legal para ser publicada.

Ainda assim o dia foi ok. Consegui organizar algumas coisas (incluindo uma lista de CDs e DVDs para venda, juntando coisas que um amigo deixou aqui com coisas minhas que tenho repetida – acredita que comprei o “Bootleg Series 10”, do Bob Dylan, na Second Spin, achando que era o 11? E quando chegou, ao abrir o pacote, veio aquela sensação de “hummm, não era você que eu queria”), publicar uma entrevista com a Dulce Quental (que eu adoro) e uma resenha do Leo sobre o novo disco dos Paralamas.

Essa resenha do Leo me fez ir atrás do disco, e passei a manhã toda ouvindo. Gostei, viu. E acho que já deve ser o segundo disco dos Paralamas neste século que mais ouço, só perdendo para o “Brasil Afora” (que grande canção é “Mormaço”!). Do disco novo gostei muito da versão pesada que eles fizeram para “Medo do Medo”, da Capicua, ainda que eu prefira a versão original – já conhece a obra dessa baita rapper portuguesa? Não? Baixa gratuitamente (e já) o disco “Sereia Louca” no site dela. É incrível! Voltando aos Paralamas, gostei também de “Itaquaquecetuba” e de “Cuando Pase El Temblor”.

Outro disco que rodou bastante aqui hoje, como comprova minha LastFM, foi o novo do Apanhador Só (já baixou?), que está crescendo e crescendo a cada audição. Também ouvi, por cima, o disco do Otto (enquanto inventava de fazer braciola no almoço), e quero ouvir com mais calma. Depois na sequencia vieram os discos novos do Adriano Cintra (download aqui), Trupe Chá de Boldo (download aqui), Picassos Falsos, Camila Honda e Rincon Sapiencia. Ao menos musicalmente o dia rendeu.

A semana promete. Lili está de férias, e vamos tentar conferir a mostra do Henri de Toulouse-Lautrec, no MASP, nesta terça, aproveitando a gratuidade da visita (nesse Brasil pós-golpe afundado na crise, qualquer economia é muito bem-vinda). E ainda tenho que preparar a pauta das gravações do Scream & Yell Vídeos, que devem ocorrer na quarta. Nem sei ainda sobre o que vou falar…

Ainda quero tentar ver Eddie Allen na quinta no Sesc Pompeia, dentro do Jazz na Fábrica, Natália Matos sexta na Casa do Mancha, o festival Coala no sábado e Hermeto no domingo. E, nesse meio tempo, rever “Amor à Flor da Pele”, do Wong Kar Wai, para escrever um segundo post com três filmes dele, agora focando nessa trilogia da qual ainda fazem parte “Dias Selvagens” e “2046” (aqui o primeiro post); e também “Match Point”, do Woody Allen, para a filmografia comentada dele que estou quase terminando (já foram 48, faltam “apenas” 15)…

Que a sinusite vá embora e que a força esteja conosco (e traga freelas!).

Ps. A cerveja do dia foi a neozelandesa 8 Wired Super Conductor Double IPA, mais uma boa replicação de estilo por parte dos caras, mas sem nenhuma novidade. Eu estava tão curioso para beber as 8 Wired e, seis cervejas depois, posso dizer que estou meio decepcionado com uma série de boas cervejas, mas com pouca personalidade. Tem mais uma ainda na geladeira… quem sabe.

agosto 8, 2017   No Comments

Um disco de presente: Outras Histórias

Nesses tempos de crise, desemprego, freelas raros e projetos que demoram meses pra se concretizar, a grana está curtíssima e, evidentemente, tenho comprado raríssimos CDs (vinis então, vixi, não lembro quando foi o último). Quem já entrou na sala aqui de casa sabe que gosto “um pouquinho só” dessa coisa toda, e mesmo com todo esse cenário eu andava sonhando adoidado nos últimos meses com um disquinho da muy provavelmente banda deste século que mais gosto, e que mais tenho ouvido nos últimos tempos (segundo minha Last Fm eles são um dos cinco artistas que mais ouvi nos últimos 365 dias num Top 5 que ainda tem Dylan, Cohen, Wilco e Angel Olsen): “Outras Histórias”, o quarto disco dos portugueses do Deolinda, que ganhou uma reedição dupla com um segundo disco ao vivo no final de 2016, mesmo ano em que fiz um bate e volta de ônibus pro Rio para vê-los tocar esse disco na Praça XV (https://goo.gl/79zZzF). Dias atrás eu estava fuçando no site da FNAC portuguesa para ver quanto custava essa edição, mas o frete custando três vezes o valor do disco me desanimou. Não me lembro de ter comentado que queria muito esse álbum, mas dai que hoje o correio deixa um pacotinho com um presente do queridíssimo amigo lisboeta Pedro Salgado que trazia… justamente ele. Abri o pacotinho com os olhos marejados de felicidade. Na carta que acompanha, Pedro escreve: “Existem muitas coisas que nos unem, mas principalmente o gosto pela boa música”. Aproveito essa demonstração de carinho para vir aqui agradecer de coração ao Pedro por tornar o meu dia e a minha semana muito mais especial. Porque para alguns pode parecer que “é só um CD”, mas eu e ele sabemos que é muito mais do que isso. Pedro, muito, muito, muito obrigado! Espero conseguir retribuir com um presente a altura (já estou pensando nele – hehe) <3

 

maio 30, 2017   No Comments

Quiz: Meus 15 discos favoritos


Clique na imagem, mas atenção:
Não aceito menos do que 150 pontos :~

abril 20, 2017   No Comments

Um Top 13 de Black Mirror

Terminamos “Black Mirror” aqui em casa e tentei fazer um ranking, porém a sensação que tenho é que do 01 ao 09 é um grande empate geral (ou seja, são todos episódios fodas). “Nosedive” é quase perfeito (não fosse o final), e os três últimos tem boas ideias, mas não batem tanto quanto os primeiros. Mas, uou, que série. Vou tentar escrever umas bobagens durante a semana…

01) The National Anthem – S01E01
02) San Junipero – S03E04
03) The Entire History of You – S01E03
04) Be Right Back – S02E01
05) Hated in the Nation – S03E06
06) Shut Up and Dance – S03E03
07) White Bear – S02E02
08) White Christmas – S02E04
09) Men Against Fire – S3E05
10) Nosedive – S03E01
11) The Waldo Moment – S02E03
12) Fifteen Million Merits – S01E02
13) Playtest – S03E02

novembro 19, 2016   1 Comment

Somos todos ninguém

Não sei o que escrever. Talvez nunca soube, o que deixa no ar uma sensação de que caminho todo o tempo no escuro tateando o próximo passo, pisando em buracos, e, como o personagem de Bill Murray no genial “Feitiço do Tempo”, aprendendo aos poucos – e muito devagar – com os próprios erros.

Não posso reclamar. Nem da dor de estomago. Sei que colho o que plantei, mas as coisas poderiam ser mais fáceis, não? No fundo, mesmo sendo bom (ou, ao menos, tentanto), há sempre a expectativa da recompensa, e isso é intrínseco ao ser-humano. Não que você espere um bilhete premiado, mas, catzo, qual a vantagem de ser bom se tantos canalhas se dão melhor?

Talvez, dormir sossegadamente quanto recostar a cabeça no travesseiro, algo que, definitivamente, não conseguirei fazer hoje. Melindres, medos e receios. Bata tudo no liquificador junto com duas taças de vodka, duas cerejas e uma azeitona sem caroço. Deve ficar bom. Deve.

Talvez o grande problema de estar vivo resulte exatamente da busca no sentido disso. Existe sentido? A vontade de fugir é imensa. A vontade de se esconder, também. A vontade de descansar cansa. É tudo ao mesmo tempo agora e, na verdade, é tudo algema. Quem pensamos que somos. Quem penso que sou? Somos todos ninguém. Todos.

março 11, 2014   No Comments

O dom de afundar navios

As mulheres e as crianças são as primeiras que desistem de afundar navios, escreveu certa vez Ana Cristina César. Sonhando acordado, imagino um enorme transatlântico, e, sentado no porão dele, lá estou eu olhando uma pequena rolha e tentando resistir a tira-la e jogar todos os meus sonhos, que já não são tantos, no fundo do mar. Que ninguém diga que eu não tentei resistir…

janeiro 2, 2014   No Comments

Dos descaminhos da melancolia

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No sobe e desce do humor nos últimos dias, ontem foi um dos meus melhores dias. Daqueles dias que a vida é prazerosa, e não um fardo imenso a ser carregado, como acontece em boa parte do tempo. Não sei o motivo (até devo saber, mas não vem ao caso), em algum momento da noite, lembrei-me de Aldous Huxley, mais propriamente de um trecho especial de “O Macaco e a Essência”, meu livro preferido de tudo que já li nesses mais de 15 mil dias como cidadão deste planetinha azul.

A lembrança do tal trecho e, por conseguinte, do livro, me fizeram lembrar uma listinha Top 10 que eu havia organizado alguns anos atrás a pedido de algum site, aquela típica listinha de insônia, em que o prazo se extingue e você acaba listando as coisas que vem a sua cabeça na hora aguardando ansiosamente o momento de apertar o “enviar” do e-mail para se livrar de uma tarefa tão árdua quanto prazerosa – desde quando este prazer passou a ser risco de vida (pesquisar)?

Fato é que em meio a pensamentos perdidos no espaço, voltei para algum dia perdido na última década do século passado, em que, apaixonado por uma garota que morava em outra cidade bem distante da minha, comecei uma incessante troca de cartas que, felizmente, foi reciproca, e rendeu dezenas de momentos especiais – e um coração partido, mas isso não importa. Numa dessas cartas, acho que no aniversário de 19 anos dela, eu fiz uma listinha de 19 várias coisas: músicas, discos, filmes e… livros. Aquela listinha…

Guardo todas as cartas que recebi (muitas) e então fui verificar se, na resposta da garota, ela falava sobre algum livro daquela listinha, e… não (e olha que são cinco páginas… ótimas – risos). E o desejo de rever aquela listinha se instalou porque acredito que aqueles 19 livros ainda são, 17 anos depois, os meus livros preferidos, os livros que me formaram e me fizeram ser quem sou. Os mais importantes. Acho (ou apaixonado acreditava nisso).

Dia desses, numa conversa de bar, alguém perguntou o motivo de eu escrever e manter um site, e eu disse que escrevo para tornar a ideia palpável, real, e guarda-la. Calhou de ter um site e dividir várias ideias, pensamentos e observações acerca do mundo com um monte de gente (que, muitas vezes, não querem pensar, só ler elogios – infelizmente faz parte), mas tudo isso poderia ser um diário, em que escrevo para que o Marcelo, senhor grisalho de idade com óculos pequenos e memória curtíssima, daqui uns 50 anos se lembre de algumas bobagens.

Por isso, sempre procuro dar um passo pra frente, o que gera a questão: se eu já fiz uma lista com 19 livros, por que oras tenho que parar de fazer o que estou fazendo para fazer a mesma lista de novo? Risos idiotas. Ahhh, a melancolia é imensamente traiçoeira. Abaixo replico a lista de 10 livros preferidos de todos os tempos que organizei em 2009 enquanto aproveito para abrir uma brechinha e tentar incluir “A Visita Cruel do Tempo”, de Jennifer Egan, no computo (junto com “O Resto é Ruído”, do Alex Ross, que preciso comprar novamente – dei o meu de presente)… e lembrar de outros.

E aproveitar para guardar as velhas cartas. É incrível como conseguíamos escrever tanto. Era… especial. Saudosismo? Talvez seja. E se for, não importa.

“O Lobo da Estepe”, Hermann Hesse
“O Macaco e a Essência”, Aldous Huxley
“Ciranda de Pedra”, Lygia Fagundes Telles
“O Tempo e o Vento”, Érico Verissimo
“Hamlet”, William Shakespeare
“Cartas a Um Jovem Poeta”, Rainer Maria Rilke
“O Casamento do Céu e do Inferno”, William Blake
“Retrato de Dorian Gray”, Oscar Wilde
“Achei Que Meu Pai Fosse Deus”, organizado por Paul Auster
“As Flores do Mal”, Charles Baudelaire

“A Insustentável Leveza do Ser”, Milan Kundera

Ps. Quando eu ler “Em Busca do Tempo Perdido”, do Proust, que só passei os olhos no primeiro volume quando tinha 19, 20 anos, com certeza um dos dez acima cai.

Leia também:
– As bibliotecas da minha vida (aqui)

setembro 13, 2013   No Comments

Tentando

…me encontrar e juntando os cacos de algo que nem sei se sou eu.

Nessas horas sempre me lembro de Ana Cristina César: não tenho muitas palavras quanto pensei.

Teria pensando demais, sonhado demais, vivido demais?

Duvido.

É possível

setembro 9, 2013   No Comments

Como lidar…

com a vontade de desaparecer.

agosto 23, 2013   No Comments

Da série sonhos malucos

O ambiente era um festival, e eu devia estar em alguma área destinada à imprensa, pois encostado a uma grade de arame e pensando na vida, percebi que Mark Lanegan estava ao meu lado, ali meio sem fazer nada e sem ser importunado. Começamos a conversar sobre amenidades, e ele ficou animado quando eu disse que era do Brasil. Após um bom bate papo, pedi para ele autografar o disco dele que eu tinha comigo (não sei qual disco, e quase nunca peço autógrafos, mas estou num sonho com Mark Lanegan, sacumé). Ele autografou na boa, mas duas coisas me deixaram encucado:

1) A capa do vinil era uma paisagem em formato de quebra-cabeças. Você podia desmontar as peças, e remontar a capa. Achei a ideia sensacional.
2) A dedicatória do Mark Lanegan escrita em bom português foi: “Um abraço, mano Marcelo”. Mano Marcelo? Mano??? Com quem você anda conversando, Mark Lanegan????

agosto 17, 2013   No Comments