Random header image... Refresh for more!

Search Results for ""Estrada Real""

Opinião do Consumidor: IPA Estrada Real

estrada_real.jpg

Fundada em 2004 em Belo Horizonte, a Falke Bier é resultado dos esforços de três irmãos (Marco Antonio, Juliana e Ronaldo Falcone), que fundaram a cervejaria em 2004. Segunda micro-cervejaria mineira a freqüentar este espaço (a primeira foi a Backer), a Falke surge representada por um de seus maiores destaques, a Índia Pale Ale Estrada Real.

A Estrada Real ligava Villa Rica, hoje Ouro Preto, a Paraty, mas pela necessidade de uma via de escoamento mais segura e rápida ao porto do Rio e, também por imposição da Coroa foi aberto um “caminho novo”. A rota de Paraty passou a ser o “caminho velho”. Com a descoberta das pedras preciosas na região do Serro, a estrada se estendeu até Diamantina, deixando Ouro Preto como o centro de convergência.

No site oficial, os Falcone explicam a escolha do nome: “O estilo India Pale Ale foi criado pelos ingleses durante a colonização da Índia no século XVIII. Aumentaram a lupulagem (o lúpulo tem ação bactericida) e o teor alcoólico (diminui a atividade microbiológica), conferindo, naturalmente, maior durabilidade à bebida. Certamente seria a cerveja que acompanharia os viajantes da Estrada Real no séc. XVIII.”

Faltou dizer que os viajantes ficariam facilmente bêbados, pois o alto teor alcoólico (7,5%) está bem disfarçado no conjunto balanceado desta ótima IPA. O aroma fica entre o frutado e o levemente floral enquanto o paladar, de amargor acentuado, dá o tom perfeito deixando algo de tostado e café no primeiro toque na língua, para depois amaciar e terminar levemente adocicado (bem leve – o amargor comanda o conjunto).

Ainda sinto falta de alguma coisa, talvez um pouco mais de corpo. Mesmo assim, uma ótima cerveja e uma bela homenagem a Estrada Real. Agora é preciso investigar o cardápio da cervejaria (eles fazem uma Tripel Monasterium que me tentou), e vale acompanhar o blog do Marco Falcone, com várias dicas. A garrafa de 600 ml (um pouco mais baixinha que a tradicional nacional – e por isso, mais robusta) pode ser encontrada entre R$ 11 e R$13 (essa foi comprada nos Supermercados Mambo).

Teste de Qualidade: Estrada Real
– Produto: Índia Pale Ale
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 7,5%
– Nota: 3,4/5

Leia também:
– As passagens minhas e de Lili pela Estrada Real (aqui)
– Quatro Backer (Brown, Pilsen, Trigo, Pale Ale (aqui)
– Site oficial da Estrada Real: http://www.estradareal.org.br/
– Blog do Marcelo Falcone: http://culturacervejeira.blogspot.com/
– Site oficial da Falken Bier: http://www.falkebier.com.br/

dezembro 27, 2010   No Comments

Estrada Real e Os Profetas

Quando disse no post anterior que iríamos fazer um “bate e volta” para Congonhas, não imaginava que seria uma quase aventura (hehe). Aviso aos navegantes: no site de Ouro Preto consta que existem ônibus direto da cidade para Congonhas, mas essa linha foi desativada. Agora são dois os caminhos a seguir: pegar um ônibus de Ouro Preto para Ouro Branco ou então para Conselheiro Lafaiete, e de lá para Congonhas.

Parece simples, não. Não é. Para Conselheiro Lafaiete só existem duas partidas e voltas diárias. Para Ouro Branco há mais possibilidades. Acabamos optando pela primeira, cujo ônibus saia quase uma hora antes da segunda, mas não fazia o mesmo trajeto pois a estrada estava “fechada” (como descobriríamos na volta), então a linha seguia um longo atalho pela Estrada Real (http://www.estradareal.org.br/).

A Estrada Real inicialmente ligava a antiga Villa Rica, hoje Ouro Preto, ao porto de Paraty, mas pela necessidade de uma via de escoamento mais segura e mais rápida ao porto do Rio e, também por imposição da Coroa foi aberto um “caminho novo”. A rota de Paraty passou a ser o “caminho velho”. Com a descoberta das pedras preciosas na região do Serro, a estrada se estendeu até o Arraial do Tejuco (atual Diamantina), deixando Ouro Preto como o centro de convergência.

Muitos anos atrás, ainda na época em que eu trabalhava na Pró-Reitoria de Extensão da Universidade de Taubaté, fiz um trecho de caminhada pela Estrada Real de Cunha até Parati com alunos de Arquitetura. Agora pegamos mais de quarenta minutos em estrada de terra batida com asfalto em paisagens lindissimas, mas é preciso estômago para se concentrar no visual e não enjoar diante das dezenas de curvas.

Atravessamos Cachoeiro do Campo, um pedacinho de Glaura, Santo Antônio do Leite, Engenho Correia, Miguel Burnier e Lobo Leite. Foi quando percebi uma placa de Congonhas, e sai correndo para falar com o motorista, que nos deixou debaixo de uma ponte na BR-040 avisando: pode ficar ai que o ônibus para Congonhas passa logo. Não deu outra: dez minutos depois pegamos um que vinha exatamente de Conselheiro Lafaiete. No mínimo duas horas de economia.

Na Rodoviária de Congonhas, o pessoal meio que olhou torto quando perguntamos sobre o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, até se atentarem que estávamos na verdade querendo conhecer a Basílica. Há um ônibus com este mesmo nome que deixa o visitante na porta do santuário, obra de Aleijadinho em 1757 (e terminada em 1790) sob encomenda de Feliciano Mendes como forma de pagar uma promessa para o santo.

É aqui que estão os famosos Profetas de Aleijadinho, obras impressionates que praticamente flutuam na entrada da igreja. É um conjunto tão forte que é impossível não querer traze-los pra casa, nem que for em miniatura, como eu fiz (ok, não vou ter espaço para os 12 profetas, mas já separei alguns para amigos). O Santuário é completado com seis capelas que ilustram os Passos da Paixão de Cristo em obras também de Aleijadinho. De cair o queixo.

Almoçamos no Restaurante da Ladeira, ali mesmo, um típico prato de Tutu a Mineira que serve para dois, mas na verdade dava fácil para quatro, acompanhado de uma cachaça artesanal (mais uma). Na volta ainda passamos pela igreja matriz (também de Aleijadinho) e partimos para a saga do retorno para Ouro Preto, com escala em Ouro Branco, passagem rápida pela Vila de Itatiaia, mais um trecho da Estrada Real e uma parada estratégica.

Lembra que tivemos que fazer um longo trecho em estrada de terra pois a estrada que liga Ouro Preto com Ouro Branco estava fechada? Então, mais ou menos fechada. Na verdade, está proibida a passagem de ônibus sobre a ponte do Rio Falcão, então o que o pessoal da empresa Vale do Ouro faz: eles levam o passageiro de Ouro Branco até a ponte, e trocamos de ônibus atravessando a pé (passageiros do outro lado fazem o caminho inverso). Coisas de Brasil.

A paisagem na volta é novamente belíssima apesar das nuvens baixas e da chuva constante. Chegou a lembrar o alto da Cordilheira dos Andes, na região do Atacama, quando visitamos alguns lagos perto de vulcões ativos. É impossível não ter vontade de fazer o caminho da Estrada Real conforme as tradições: a pé, de bike ou, melhor, à cavalo. Quem sabe um dia, né mesmo.

Hoje o dia amanheceu ensolarado novamente em Ouro Preto, mas a maioria das igrejas abre para visitação após o meio-dia. Após um bom café no albergue, lá vamos nós atrás das belezas do barroco mineiro. Me aguarde.

Fotos: Marcelo Costa (http://www.flickr.com/photos/maccosta/)

janeiro 6, 2009   No Comments

Cinco fotos: Tiradentes

Clique na imagem se quiser vê-la maior

tiradentes11.jpg
Janela

 tirandentes15.jpg
Estrada Real

tirandentes17.jpg
Igreja

tirandentes16.jpg
Entardecer

tiradentes13.jpg
Cores

Veja mais imagens de cidades no link “cinco fotos” (aqui)

Leia também: Tops dos 14 dias em Minas Gerais, por Mac (aqui)

agosto 21, 2011   No Comments

De Minas Gerais, as cervejas da Backer

backer.jpg

Para quem acredita que Minas Gerais só produz caninha da boa (e bota boa nisso), a Backer, uma micro cervejaria artesanal mineira nascida em 1998, é uma surpresa bastante agradável. Com uma receita original da Serra do Curral, em Minas Gerais, que respeita a Lei da Pureza firmada em abril de 1516, na Baviera, a Backer pode ser encontrada nas lojas em quatro variações: Pilsen, Pale Ale, Brown e Trigo.

Seguindo uma preferência pessoal, Pale Ale lidera a preferência aqui em casa com a de Trigo um pouco atrás, depois a Pilsen em terceiro e a Brown segurando a lanterna da cervejaria. Vamos começar pela última, a Backer Brown, uma combinação de malte torrado, notas de café e aroma de chocolate. Isso mesmo que você leu: chocolate. A espuma bem formada e o corpo são marrons. O sabor levemente amargo pode surpreender alguns, mas a impressão final é de que colocaram Toddynho na sua cerveja. Vale provar por curiosidade, mas a cerveja peca pelo sabor artificial do chocolate.

A Backer Pilsen pode surpreender aqueles que gostam das marcas mais tradicionais. O aroma de frutas cítricas predomina, e dá personalidade ao conjunto. Sua cor é mais amarelada do que as pilsens normais, e o paladar é – após um amargor inicial que lembra canela – bastante suave chegando a lembrar mel. Bem refrescante e interessante. A Backer de Trigo lembra um pouco (e só um pouco) a belga Hoegaarden devido ao forte aroma cítrico que lembra laranja e limão (e um pouco de banana). O paladar apresenta notas de cravo e um amargor que aumenta no final, mas não atrapalha o conjunto.

Última do pacote, a Backer Pale Ale é a típica cerveja ruiva inglesa, com aroma frutado com toques de especiarias, café e malte. Um amargor leve e saboroso marca o paladar. É a mais encorpada das quatro – e pessoalmente a minha preferida. Há ainda uma quinta variável da micro cervejaria, a Backer Medieval, uma Blond Ale que não é tão fácil de ser encontrada, mas promete, e o chopp, que pode ser apreciado com mais facilidade nas cidades mineiras e no tradicional caminho da Estrada Real.

As micro cervejarias que ainda trabalham de maneira artesanal são responsáveis por algumas das principais marcas de cervejas européias. Com pouco mais de 10 anos de história, a brasileira Backer é uma surpresa que merece ser descoberta. Suas cervejas têm personalidade e podem agradar tanto aqueles que adoram as pilsens nacionais como até quem não gosta de cerveja. O preço da long neck de 355ml fica na média de R$ 4 e ela pode ser encontrada em distribuidoras online de bebidas assim como em boas adegas. Experimente. Nós recomendamos.

Teste de Qualidade: Backer
– Nacionalidade: Minas Gerais, Brasil

Backer Brown:
Graduação alcoólica: 4,8%
Nota: 1,5/5

Backer Pilsen:
Graduação alcoólica: 4,8%
Nota: 2,5/5

Backer Trigo:
Graduação alcoólica: 5%
Nota: 3/5

Backer Pale Ale
Graduação alcoólica: 4,8%
Nota: 3,5/5

Site Oficial: http://www.cervejariabacker.com.br/

Leia também:
– Outras cervejas, bares e curiosidades, por Marcelo Costa (aqui)
– A Estrada Real e os Profetas de Aleijadinho, por Marcelo Costa (aqui)

outubro 6, 2009   No Comments

São João Del Rey e o inesquecível Inhotim

Em São Paulo. Vou te dizer, estou um bagaço. E olha que dormi aproximadamente doze horas de sábado para domingo, mas não adiantou muito. Esse post deveria ter sido escrito no sábado se houvesse cartão para usar internet no Formule 1 de Belo Horizonte (a internet está lá, mas você não pode usar), se não tivesse batido uma preguiça de esticar até o Pátio Savassi, ou mesmo se a internet no aeroporto de Confins não custasse o roubo de R$ 10 cada meia-hora. Vamos lá, a noite é uma criança… chorando. (hehe)

Recapitulando: na sexta saímos de Tiradentes. A idéia era fazer a viagem de Maria Fumaça até São João Del Rey, mas não tivemos paciência para esperar duas horas e fomos de ônibus mesmo (pela Estrada Real novamente). Na Rodoviária de São João compramos passagens para BH, 16h. Eram 12h e a idéia era aproveitar essas quatro horas para bater perna no centro histórico de São João Del Rey, almoçar e voltar com uma nova visão da cidade no lugar da que tivemos inicialmente. Nada mudou.

Após observar algumas belas igrejas (mas para quem já havia passado por Ouro Preto, Diamantina, Tiradentes e Congonhas, belas igrejas já não impressionavam mais) e almoçar, saímos correndo da cidade. Pegamos um táxi e o taxista comentou: “Indo embora já? Não tem muita coisa pra se ver na cidade, né. Vai melhorar. O secretário de Turismo que acabou de assumir é o mesmo que levantou Tiradentes. Antes as pessoas vinham até São João e, se sobrasse um tempo, passavam em Tiradentes. Agora inverteu”. Inverteu mesmo.

A viagem para Belo Horizonte foi cansativa, três horas e meia de ônibus com várias paradas em cidadezinhas, inclusive uma de 15 minutos em Congonhas. Quase fomos dar um olá para o Profeta Daniel. Chegamos na capital mineira sem chance de jogar o segundo tempo com os amigos. Optamos por um filmezinho no Pátio Savassi com pipoca do Cinemark encharcada de manteiga. Até derramei umas lágrimas em “Marley e Eu”, mas isso não conta muito. Voltamos para o hotel a pé desbravando as ruas belohorizontinas.

Acordamos no sábado com a missão de conhecer Inhotim, dica esperta do concunhado. Não tem como explicar em poucas palavras. É o tipo de coisa que você não acredita que possa existir, mas existe. Segundo a apresentação do site, o lance todo é o seguinte: “o Instituto Cultural Inhotim é um complexo museológico original, constituído por uma seqüência não linear de pavilhões em meio a um parque ambiental. Suas ações incluem, além da arte contemporânea e do meio ambiente, iniciativas nas áreas de pesquisa e de educação. É um lugar de produção de conhecimento, gerado a partir do acervo artístico e botânico (leia mais)”.

Bonito, né. Então saiba que o lance todo é muito mais bonito do que esse parágrafo. O parque (ou museu ou seja lá o que ele for) fica em Brumadinho, 60 km de BH. A viagem cansa, ainda mais quando se está viajando faz quase 15 dias de lá pra cá, de cá pra lá. Eu até já tinha começado a praguejar, mas só foi entrar no complexo cultural para deixar o queixo cair dez vezes. Assim que entramos avistamos uma belíssima borboleta azul, que nos acompanhou num trecho. Depois avistamos várias outras que tentei fotografar, em vão. Porém, não faltaram bichos para fotografar.

As galerias de arte (dez no total) vão se intercalando com o parque belíssimo, um oásis no meio das Gerais, e algumas obras espalhadas no meio do verde, ao ar livre. Sobre arte moderna eu comentei quando visitei a Tate Modern, em Londres: “Não sou conhecedor nem pesquisador do lance todo, mas preciso dizer que a arte moderna, principalmente as instalações e muitas esculturas, não me convencem (leia mais)”.  Mesmo assim fiz várias anotações sobre coisas que gostei no Inhotim, no entanto, o lugar chama muito mais a atenção do que o que está lá.

E não só ele. O atendimento é de primeiríssima qualidade. A organização do parque é irrepreensível e até o restaurante impressiona. Foi lá que uma das cozinheiras nos falou que o Inhotim já é o segundo ponto mais visitado em Minas Gerais, perdendo apenas para Ouro Preto. Vou te dizer: é impossível não almoçar e desejar tirar uma soneca depois. Bancos e lugares feitos especialmente para isso existem aos montes no percurso. Não tem como resistir.

Das obras que mais gostei destacam-se “Forty Part Motet”, de Janet Cardiff (veja aqui), em que a artista gravou cada integrante do coral da Catedral de Salisbury, trabalhando com vozes masculinas – baixo, barítono e tenor – assim como uma soprano infantil e as dispôs em quarenta caixas acústicas individuais em uma sala para alcançar o resultado de um moteto, um tipo de composição polifônica medieval para oito coros de cinco vozes, que trata de humildade e transcendência. É de chorar.

Ainda me surpreendi com a “Nave Deusa”, de Ernesto Neto (veja aqui); “Swoon”, de Janine Antoni (veja aqui); a ótima sala de Doris Salcedo (veja aqui); a impressionante sala de Tunga, valorizada ainda por estar quase no final do bosque e do lago (veja aqui), a também impressionante galeria de Adriana Varejão, em que obra e prédio se fundem de forma genial (veja aqui); a parceria de Hélio Oiticica e Neville D’Almeida movida a Jimi Hendrix (veja aqui); e por fim Cildo Meirelles, que “me fez” caminhar sobre cacos de vidro em “Através” (veja aqui).

Há um ônibus que sai da rodoviária de Belo Horizonte às 9h para Brumadinho e deixa o visitante dentro do Inhotim às 11h. Esse mesmo ônibus busca o pessoal às 16h. O Instituto Cultural abre às 9h30 e fecha às 16h30, tempo mais do que suficiente para deixá-lo boquiaberto. O Inhotim foi criado em 2005 como entidade privada sem fins lucrativos e qualificado pelo Governo do Estado de Minas Gerais como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). É o tipo de coisa que eu adoraria ter criado se tivesse ganhado na Megasena na semana retrasada. Mas existe. Ou não. Você precisa descobri-lo.

A volta para o hotel foi sonífera. Antes, porém, passei na lojinha do Museu/Parque e comprei uma belíssima garrafa de Aguardente de Jabuticaba, produto artesanal fabricado em Brumadinho. Experimentei agora pouco e acho que gelada deve ficar irresistível. Voltando ao hotel, desmaiamos. Acho que foi às 19h de sábado. Acordamos às 7h de domingo. Uma caminhada de duas quadras e lá estávamos nós no Mercado Central novamente, uma de nossas primeiras paradas no início dessa viagem por cidades mineiras.

Fomos ao Mercado para comprar três queijos Minas da Serra da Canastra (dois eram presentes, tá), alguns badaluques que Lili queria, e observar mais um pouco este lugar bastante particular da cidade, visita obrigatória para qualquer pessoa que esteja por aqueles lados. Há, ali, inclusive, a melhor cachaçaria de toda Minas Gerais. Ok, não dá para ficar bêbado de experimentar cachaça como fizemos em Ouro Preto, mas AJR Vinhos, Licores e Cachaças de Minas, no Mercado Central de Belo Horizonte, tem a maior variedade e os melhores preços que encontramos. Anote.

Acho que é isso. Para matar o tempo entre a saída do hotel e a espera do vôo para São Paulo terminei a biografia do Nirvana escrita pelo Michael Azerrad enquanto Lili finalizou “Grande Sertão: Veredas”, o Guimarães Rosa que já feito aniversário de leitura com ela em casa. Vou tentar organizar as idéias e preparar um top de toda viagem para amanhã, mas não prometo nada, já que a semana estará atribulada. Tem Melhores do Ano do Scream & Yell para apurar, viagem bate e volta para Brasília na terça-feira e plantão na capa no próximo fim de semana. Descansar é bobagem, né mesmo.

Em tempo: o chef Carlos Eduardo, do Theatro da Villa, em Tiradentes, respondeu rapidamente nosso e-mail sobre a descrição dos pratos (do post anterior). Segue abaixo:

Prezados, Liliane e Marcelo
Fiquei feliz com o email de vcs ao saber que sairam satisfeitos daqui. Minha profissão não é mais nada além de dar prazer as pessoas e quando isto acontece vem a sensação de dever cumprido. Que bom!

Segue a descrição das entradas:
– Pecorino romano com mel de trufas brancas e amendoas
– Queijo de cabra empanado e gratinado ao forno servido com chutney de tomate e maçã com especiarias e pêsto de salsa orgânica com parmesão Grana Padano e pinolis, servido com torradas e banete.( pão especial da casa )

Pratos principais:
– Perdiz desossada recheada de vitelo e azeitonas pretas em molho reduzido de vinho do Porto, servida com polenta de fubá de moinho d’agua recheada de gorgonzola cremoso, acompanhada de mostarda de frutas com pinolis.
– Trança de mignon de cordeiro baby, marinada ao alecrim, grelhada, servida com ravioli artesanal recheado de pure de batata refogado na pimenta biquinho ao pêsto de manjericão com parmesão Grana Padano e castanha de caju xerem.

Sobremesa:
Terrine de chocolate meio amargo, servida com calda de frutas vermelhas ao cassis Dijon, com frutas vermelhas e amendoas.

Fotos: Marcelo Costa (http://www.flickr.com/photos/maccosta)

Exceto a do Jimi Hendrix: Divulgação Inhotim

janeiro 12, 2009   1 Comment

“A rua é estreita, mas a banda é larga”

Não tinha como começar este post de outra forma. O lance é que me apaixonei por Tiradentes, e olha que não sei se volto pra terrinha depois daqui (brincadeira, argentino, brincadeira). Muita coisa pra contar, mas pouco tempo de internet no cyber cafe que leva o slogan que dá título a este post. E, assumo, estou meio bêbado de cachaça, cerveja e pão de queijo. Então me aguarde que eu volto. Se eu encontrar o caminho para a Pousada da Bia. Torce por mim…

*******

Nada como uma boa noite de sono, né mesmo. Cheguei no quarto ontem e ainda deu tempo de assistir duas partes de “A Favorita” e um capítulo inteiro de “Maysa”, que aliás está extremamente brega, hein (mas curti a guria). Acordamos bem, tomamos um ótimo café da manhã e começamos os planos para hoje que incluí um passada em Coronel Xavier Chaves para visitar um alambique.

No entanto, deixa eu colocar as coisas em ordem nesta viagem. Na terça à noite, ainda em Ouro Preto, fui pagar as diárias com o Washington e acabei engatando um papo longo de albergue com um alemão, um casal argentino, um conterrâneo de Taubaté e seu amigo de São José dos Campos, mais o Washington, dono da casa. Rolou de tudo. Falamos de Cuba, Che, o povo brasileiro, a ocupação espanhola e portuguesa e tudo o mais.

A argentina, arquiteta, queria saber a importância de Ouro Preto no contexto histórico e como a capital brasileira pulou de lugar para lugar e foi acabar em Brasília. A conversa durou horas entremeada por ótimas trocas de informações sobre a gênese de cada país. Papo tão bom que quando voltei ao quarto já era mais de 1 da manhã, e nosso ônibus para São João Del Rey estava marcado para às 6h20. Noite curta.

A viagem foi extremamente sossegada, mas demorada. Após quase quatro horas – e paradas em cidades como Barroso, Barbacena, Conselheiro Lafaiete e Carandaí – chegamos ao nosso destino. Assim, não fomos com a cara de São João Del Rey. É a maldita expectativa. Você chega esperando uma cidade antiga e dá de cara com uma típica cidade interiorana (como minha amada Taubaté, por exemplo).

É que o centro histórico de São João fica bastante distante da estrada e da rodoviária. Lili não pensou duas vezes e propós: “Vamos para Tiradentes?”. Dito e feito. Compramos passagens via Estrada Real e pouco menos de uma hora depois adentrávamos a fofa Tiradentes, não á toa, a cidade da região do ciclo do ouro mineiro cujo centro histórico está em melhor estado de conservação.

Não tinhámos feito reserva em nenhuma pousada. Batemos em uma, R$ 170 a diária promocional para o casal. Em outra estava R$ 250. Acabamos indo para a Pousada da Bia, que a Camilinha já havia nos indicado (entre muitas outras coisas legais que ela indicou sobre a cidade), e pegamos o último quarto de casal do lugar pelo ótimo preço de R$ 120. Desfizemos a mala e fomos caminhar pelas ruas.

Ao contrário de outras cidades em que você corre para tentar conhecer todos os lugares, Tiradentes convida a contemplação. Demos uma boa caminhada pelo pequeno centro histórico, Lili se apaixonou por umas roupinhas de uma loja fofa, e acabamos no Conto de Réis (outra dica da Camila), um barzinho na esquina da praça, comendo pão de queijo, bebendo cerveja e experimentando cachaça (Lua Nova e Meia Lua, caro Alexandre).

Um casal de Piracicaba sentou ao nosso lado e o Zé Carlos puxou papo. Quando vimos a noite já tinha caído e lá estávamos nós conversando e ouvindo histórias em uma cidadezinha deliciosa. Hoje de manhã visitamos a Igreja Matriz de Santo Antônio, que assim como a cidade surpreende pela preservação e o douramento das obras. A idéia agora é almoçar em um dos cinco badalados restaurantes eleitos pelo Guia Quatro Rodas e passar na Raro Brasil para comprar o “legitimo rocambole de Lagoa Dourada”.

Ou seja, dia comprido pela frente. A idéia é acordamos amanhã, caminharmos pela cidade para se despedir e irmos de trem para São João Del Rey, dar uma passada no centro histórico de lá, e voltarmos para Belo Horizonte. No sábado vamos para Brumadinho, visitar o tão falado Museu do Inhotim e, depois, encher o saco dos amigos para irmos cachaçar em algum lugar. Domingo é o último dia da tour e deverá ter Mercado Central e feirinha. Vamos ver, vamos ver.

Fotos: Marcelo Costa (http://www.flickr.com/photos/maccosta)

janeiro 7, 2009   No Comments

De Diamantina para Ouro Preto

Sete horas de viagem. Cinco de Diamantina para Belo Horizonte mais duas de Belo Horizonte para Ouro Preto. Viajar de ônibus, meus caros, cansa. Aliás, fica a dica: saem vôos de Belo Horizonte para Diamantina todos os fins de semana (só nos fins de semana) por R$ 99. Como o ônibus custa quase R$ 60, compare o tempo das viagens, planeje e faça sua escolha: de ônibus são 6 horas; de avião só meia-hora. Se nós tivéssemos pesquisado antes…

Deixamos Diamantina sob chuva, fraquinha, mas chuva. Passamos o dia todo caminhando para cá e para lá, e sou obrigado a dizer que a cidade me conquistou, embora a infra-estrutura no quesito “turismo” deixe bastante a desejar. Não me compreenda errado: fomos muito bem tratados em todos os lugares em que passamos (aquele jeitinho mineiro de querer que você se sinta como se estivesse em casa) e a cidade merece sua visita. No entanto…

Bem, parece que a cidade não acordou para o turismo… ainda. Das seis igrejas históricas da cidade, três estavam fechadas para o público. Se você for pensando em comer comida mineira, vai precisar camelar muito. Quase todos os restaurantes atendem no formato self-service, e com sorte você encontra um a la carte com comidas típicas (que eles dizem que o prato dá para duas pessoas, mas fácil que alimenta quatro amigos famintos). E nem parece que Minas tem mais de 2 mil cachaças. Nenhum bar tinha variações da marvada.

Fora isso, se você quiser fazer alguma trilha, visitar o Caminho dos Escravos ou a Estrada Real, ou mesmo visitar algum garimpo, terá que dar sorte do centro de atendimento ao turista estar aberto para pegar telefone de algum guia e marcar um horário. Ou seja: você precisa ir atrás. Ao contrário de diversas outras cidades turistas, em que guias e agências oferecem uma variedade de passeios ao público, em Diamantina é preciso peneirar, peneirar e peneirar. Mas vale a pena.

Diamantina é uma graça. O calçamento da cidade é feito todo em pedra e as casas não possuem recuo frontal, o que torna o centro bastante aconchegante. O conjunto arquitetônico do centro histórico da cidade foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1938, e, em 1999, foi reconhecido pela Unesco como Patrimônio Mundial.

A igreja mais rica da cidade é Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, que teve sua construção iniciada em 1766. Sua maior característica pode ser observada por fora: os sinos ficam na parte de trás da construção, e muita gente diz que ela foi construída assim para que o barulho dos sinos não acordasse Xica da Silva, a ex-escrava que viveu um romance com o homem mais rico da região (e que mandou erguer esta igreja). Dentro dela chama a atenção uma estatua em madeira do Profeta Elias que pesa mais de 80 quilos.

A Igreja do Carmo pode ser a mais rica, mas a mais fofa é a de Igreja de São Francisco de Assis (procure o Artur e peça para ele contar histórias sobre o prédio). Aqui os santos são todos de roca. A outra capela aberta na cidade é de Nossa Senhora do Amparo, e vale a visita pelo belíssimo presépio do secúlo 18 feito todo com conchinhas. Além destas igrejas vale visitar a Casa de Juscelino, o Casarão de Xica da Silva, o Museu do Diamante e o Passadiço da Casa da Glória.

No Museu do Diamante apreciamos uma belíssima exposição de fotos de Assis Horta, fotógrafo que registrou os anos 30 e 40 da cidade. E é bom não esquecer que aqui também se encontram três construções desenhadas por Oscar Niemeyer, como o Hotel Tijuco, marcas de uma parceria com Juscelino que acabaria, por fim, nos dando Brasília (há rascunhos de desenhos de Lúcio Costa na casa do ex-presidente).

Tudo muito bem, tudo muito bom. Assim que entrei em Ouro Preto não fui muito com a cara da cidade. Diamantina é uma joiazinha enquanto em Ouro Preto está tudo mais misturado. Porém, bastou parar na frente da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco para deixar o queixo cair, bater no chão, e voltar ao rosto. Obra máxima do gênio Aleijadinho (e do mestre Athayde), a Igreja de São Francisco já entra no meu Top 3 ao lado da Abadia de Westminster (Londres) e da Catedral de Glasgow, mas falo mais sobre ela depois.

Ps. A Sagrada Família, de Gaudi, é hors-concours, ok.

Fotos: Marcelo Costa (http://www.flickr.com/photos/maccosta)

janeiro 3, 2009   No Comments

14 dias em Minas Gerais

Gripei… e tenho ainda nove dez dias de trabalho direto pela frente. Sim, incluindo os dois próximos sábados e domingos e também o dia 25 e 26. Quer ser jornalista? Se prepara pra isso, certo. 🙂

Eu e Lili rabiscamos o pequeno roteiro de nossas mini-férias em Minas Gerais. Ela comprou um guia caprichado da Estrada Real e amanhã pretendemos reservar alguns hotéis (principalmente nas cidades mais concorridas: Belo Horizonte e Ouro Preto). É um rascunho mesmo de roteiro (James, ligo quando chegar em BH) que ainda será balizado pelas dicas preciosas da Camilinha e do Alexandre (vais me levar pra beber, meu caro)

29 (à noite) – Belo Horizonte
30 – Belo Horizonte
31 – Belo Horizonte
01 – Belo Horizonte / Ouro Preto
02 – Ouro Preto
03 – Ouro Preto / Mariana / Ouro Preto
04 – Ouro Preto
05 – Ouro Preto / Congonhas
06 – Congonhas / Tiradentes
07 – Tiradentes
08 – Tiradentes / São João Del Rey
09 – São João Del Rey / Sabará / São João Del Rey
10 – São João Del Rey / Brumadinho
11 – Brumadinho / Belo Horizonte / São Paulo

*Diamantina (queremos ir, mas não sabemos se vai rolar)

**Atualizando: hotel em BH e passagens de avião compradas

dezembro 19, 2008   No Comments