Cinema: “Lightyear” não comove, não inspira
A Pixar é, aparentemente, inatacável. Responsável por um bom número de obras supimpas do cinema moderno (algumas delas, como a tetralogia “Toy Story” e “Divertidamente”, clássicos), a produtora vem dando uma tropeçadas desde “Soul” (2020), cuja ideia era muito boa, mas o roteiro se atrapalha todo. “Luca” (2021), o seguinte, é simpático e funciona como mensagem, algo que “Red: Crescer é uma Fera” (2022) também alcança, ainda que ambos soem zona de conforto, ou seja, são bons, mas são menores numa filmografia repleta de momentos brilhantes. “Lightyear” (2022) é mais um filme pra essa lista da zona de conforto da Pixar, mas, pior, soa o mais convencional das obras recentes da produtora. Feito no piloto automático, “Lightyear” é mais uma animação para adultos da Pixar (após duas boas investidas na adolescência com “Luca” e “Red: Crescer é uma Fera”) e traz uma historiazinha simpática, mas que não se sustenta. Aqui, 27 anos depois, temos acesso ao filme que Andy viu no cinema em 1995 e o fez trazer o boneco do Buzz Lightyear pra casa. Ou seja, o personagem Buzz de “Toy Story” é um boneco inspirado no personagem desse filme, um astronauta que comete um erro e passa a vida tentando consertá-lo. Não sei se animaria tanto meninos de 6 anos como Andy (o meu de quase 4 começou animado a sessão, depois entrou no piloto automático com tanta informação para maiores – aliás, não tente mostrar “Toy Story” para crianças pequenas, pois o que é maravilhoso pra nós pode ser assustador pra eles, e “Toy Story” tem momentos terrivelmente assustadores), mas, bem, é cinema, e vale tudo, né mesmo. “Lightyear” tem momentos bons e boas ideias, mas, no todo, não comove, não inspira e é… chatinho (e seu fracasso nos cinemas tangencia muita coisa). Para a etiqueta Pixar isso é um grande pecado. Será que eles cansaram?
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