Dylan com café, dia 81: The Gaslight
Bob Dylan com Café, dia 81: O acervo de raridades de Dylan é imenso, e ainda que as Bootleg Series tenham dado vazão a uma enorme quantidade de material antes só encontrado no mercado de piratarias (e a versão com 18 CDs do volume 12, “The Cutting Edge 1965–1966”, talvez seja o maior exemplo), muita coisa ainda não foi oficializada pela Columbia Records, principalmente o que diz respeito à fase inicial de Bob. Entre os álbuns piratas mais famosos desse período estão as “The Minnesota Hotel Tapes 1 e 2” e “Live Finjan Club, Montreal 62” (estes três CDs circulam “oficialmente piratas” devido a lei de direitos autorais do Reino Unido) além de uma série de três fitas gravadas no Gaslight Café, no Greenwich Village, entre setembro de 1961 e outubro de 1962.
Deste último, o primeiro bootleg veio à tona em 1973 com 17 canções das sessões de 1962 (a sessão de 1961 é facilmente encontrada hoje em dia, inclusive engordando como extra uma versão em CD das “The Minnesota Hotel Tapes”). Em 2005, a Columbia Records pinçou 10 faixas das 17 das sessões de 1962 para oficializar neste “Live at The Gaslight 1962”, lançado numa parceria da gravadora com a rede de cafés Starbucks – uma 11ª, “No More Auction Block”, apareceu em “The Bootleg Series Volumes 1–3”, então seis permanecem inéditas (entre elas, versões para “Kindhearted Woman Blues”, de Robert Johnson, “Ain’t No More Cane”, de Leadbelly, e “See That My Grave’s Kept Clean”, de Blind Lemon Jefferson).
Das 10 que aparecem neste CD, três são faixas autorais da fase inicial de Dylan, sendo que duas delas apareceriam em “Freewheelin”, de 1963 (os clássicos “A Hard Rain’s A-Gonna Fall” e “Don’t Think Twice, It’s All Right”, tocados com paixão e crueza adolescente) e a terceira, “John Brown”, só seria oficializada no “MTv Unplugged” (1995). As outras sete são canções tradicionais como “Cocaine Blues” (1929), “Rocks and Gravel” (adaptação de Dylan para “Solid Road”, de Brownie McGhee, e “Alabama Woman”, de Leroy Carr, num arranjo que combina as duas músicas em uma só), “Barbara Allen” (canção folclórica escocesa de 1665!) e “The Cuckoo” (originalmente gravada por Clarence Ashley em 1920), entre outras. Uma pepita de ouro e de história.
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