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Dylan com café, dia 69: Bangladesh

Bob Dylan com café, dia 69: No dia 01 de agosto de 1971, Bob subia em um palco pela terceira vez em cinco anos, mais precisamente desde o acidente de julho de 1966, para um concerto beneficente organizado por George Harrison no Madison Square Garden, em Nova York. Antes disso, Dylan tinha se apresentado apenas junto com a The Band no Carnegie Hall num tributo em homenagem a Woody Guthrie em janeiro de 68, e no Festival da Ilha de Wight em agosto de 69, por uma quantia enorme de dinheiro (50 mil dólares) conseguida por seu então empresário, Albert Grossman (este show está presente no volume 10 das Bootleg Series). “Depois de uma série de desastres naturais e uma sangrenta guerra civil, o recém-criado estado de Bangladesh estava enfrentando um desastre humanitário em 1971”, conta Howard Sounes em “Dylan, a Biografia”, lançada em 2002 no Brasil. “O músico Ravi Shankar levou a situação do povo de Bangladesh à atenção de George Harrison na esperança de que ele pudesse fazer alguma coisa para ajudar. Depois do sucesso de um disco (“All Things Must Pass”) e de um single no primeiro lugar das paradas, o ex-beatle organizou dois shows beneficentes monumentais no Madison Square Garden, um de tarde, outra na noite de 01 de agosto de 1971 (com cerca de 20 mil pessoas em cada sessão). Os shows seriam gravados para um álbum ao vivo e um filme, e os lucros iriam para a UNICEF”, explica Sounes.

Após uma primeira parte da apresentação (com participação de Eric Clapton, Ravi Shankar e Billy Preston), assim que terminou de tocar sua “Here Comes The Sun”, George olhou para o set list preso no corpo de sua guitarra e o próximo número trazia apenas a palavra “Bob” seguida de uma interrogação: “Eu olhei ao redor e Bob parecia tão nervoso, mas ele veio”. E então Harrison anunciou seu convidado especial: “‘Gostaria de chamar um amigo de todos nós, o senhor Bob Dylan’. Bob entrou em cena usando brim, com um violão Martin pendurado no ombro e uma armação de gaita em torno do pescoço. Ele estava muito parecido com o cantor folk dos velhos tempos, e foi recebido com entusiasmo, acompanhado na guitarra por Harrison, no baixo por Leon Russel e no pandeiro por Ringo Starr”, completa o biógrafo. Neste dia, Bob tocou “A Hard Rain’s A-Gonna Fall”, “It Takes a Lot to Laugh, It Takes a Train to Cry”, e poderosas versões de “Blowin’ in the Wind” e “Just Like a Woman” além de “Mr. Tambourine Man”, todas lançadas no lado cinco do vinil triplo que se seguiu (a versão em CD trouxe de brinde ainda “Love Minus Zero/No Limit”, com intro de “If Not For You” – que chegou a ser testada na passagem de som), e que fez um imenso sucesso, conquistando ainda um Grammy de Melhor Álbum do Ano em 1973. “Bob adorou a emoção de se apresentar após um longo período de inatividade”, pontua Howard Sounes, mas demoraria ainda mais três anos para que ele voltasse às turnês. Curiosidade: uma das fotos do show, de Bob conversando com George, foi usada em uma coletânea de Dylan lançada no mesmo ano (cortando Harrison da foto).

Especial Bob Dylan com Café

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