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Dylan com café, dia 63: Speaks

Bob Dylan com café, dia 63: Alguns meses depois de sua polêmica apresentação elétrica no Newport Folk Festival 65 (em junho), do single “Like a Rolling Stone” bater no número 2 da Billboard (em julho) e do lançamento do álbum “Highway 61 Revisited” (em agosto), Bob Dylan participa de uma concorrida coletiva de imprensa em São Francisco (em dezembro) respondendo a perguntas de repórteres de três jornais, jornalistas da mídia local e convidados como Allen Ginsberg, o produtor Bill Graham, o crítico musical Robert Shelton, Eric Weil, o ator Claude Mann e o comediante Larry Hankin. Filmada pela KQED em 3 de dezembro de 1965 (e lançada na integra de seus 53 minutos em DVD pela Eagle Rock), “Dylan Speaks” é um dos documentos em vídeo mais legais sobre Bob Dylan acessíveis ao público.

Totalmente na defensiva, Bob Dylan se utiliza de evasivas, ironia e sarcasmo (sendo que, mais de 40 depois, possa se perceber a inocência como ingrediente decisivo no subtexto de cada resposta) para conduzir uma conversa que vai tomando forma dramática até que um repórter coloca o homem na parede: “Mr. Dylan (detalhe: Dylan tinha 24 anos!), o senhor parece relutante em falar sobre o fato de ser um artista popular?”. E Dylan rebate: “O que você quer que eu diga?”. E o repórter continua: “Não entendo porque você está relutante, parece que está constrangido (em explicar o que te faz popular)”. E Dylan faz um gracejo sarcástico / dramático, mas o repórter não desiste: “Você não faz ideia por que é popular?”. E Dylan parece, finalmente, soar tenso e tenta explicar: “Não lutei por isso. Aconteceu, como todo o resto. Foi um acontecimento, e você não determina um acontecimento”.

Esse é um dos grandes momentos, mas há vários, como quando ele responde a Ginsberg (“Eu não faria isso com você – se você estivesse aqui no centro das atenções” – risos) ou disfarça sobre o estilo que música que faz: “Não toco folk rock. Diria que faço música matemática, música de visão”… Em outra resposta que se tornou histórica, alguém questiona: “Você se considera um cantor de protesto ou um cantor de rock and roll?”. E Dylan se sai com essa: “Penso em mim como um homem que canta e dança”. Como observou o crítico do Guardian na época do lançamento deste DVD (2009), “o ‘real’ Bob Dylan provavelmente nunca será visto, mas essas entrevistas nos aproximam um pouco mais do homem”. Essencial (assista na integra abaixo).

Especial Bob Dylan com Café

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