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Dylan com café, dia 57: Anistia 50 anos

 

Bob Dylan com café, dia 57: A Anistia Internacional é uma organização não governamental fundada em 1961 que defende os direitos humanos. Com sede em Londres, a ONG conta com mais de 3 milhões de membros e apoiantes em todo o mundo. O objetivo declarado da organização é “realizar pesquisas e gerar ações para prevenir e acabar com graves abusos contra os direitos humanos e exigir justiça para aqueles cujos direitos foram violados”. Em 2011/2012, visando comemorar os 50 anos da organização e os 50 anos de carreira de Bob Dylan, a Anistia promoveu a produção de um álbum quadruplo com 76 artistas revendo, de maneira inédita, canções de Bob.

Lançado em janeiro de 2012, “Chimes of Freedom: The Songs of Bob Dylan Honoring 50 Years of Amnesty International” remete ao texto do crítico do Guardian na época do lançamento do disco natalino de Dylan (que tinha renda total revertida para sem tetos ao redor do mundo): “Costumava haver um consenso civilizado entre jornalistas – talvez ainda haja, em alguns setores das artes – que obras em benefício de caridade estivessem isentas do processo normal de crítica”. Desta forma, poderia se olhar com mais carinho para os possíveis baixos de um disco com 76 versões, mas mesmo Miley Cyrus (com “You’re Gonna Make Me Lonesome When You Go”, de “Blood on The Tracks”), Kesha (a capella e sem autotune em “Don’t Think Twice, It’s All Right”, de “Freewheelin”) e Maroon 5 (com o single “I Shall Be Released”) honram as originais.

Entre os destaques, uma bela versão do trio Carolina Chocolate Drops para a poderosa “Political World” (de “Oh Mercy”), Lucinda Willians toda sertaneja emocionando em “Tryin’ To Get To Heaven” (de “Time Out of Mind”), Eric Burdon sacolejando ao som de “Gotta Serve Somebody” (de “Slow Train Coming”), Johnny Cash deliciosamente acompanhado pelos Avett Brothers em “One Too Many Mornings” (de “The Times They Are a-Changin’), Patti Smith recuperando “Drifter’s Escape” (de “John Wesley Harding”) e Diana Krall ao piano arrancando lágrimas com “Simple Twist of Fate” (outra de “Blood on The Tracks”).

Há mais: The Gaslight Anthem entorpece de guitarras “Changing of the Guards” (de “Street Legal”) enquanto o Silversun Pickups recria de maneira espacial “Not Dark Yet” (de “Time Out Mind”) e o QOTSA leva “Outlaw Blues” (de “Bringing It All Back Home”) para o bluegrass stoner. Os punks Flogging Molly e Bad Religion aceleram “The Times They Are a-Changin'” e “It’s All Over Now, Baby Blue”, respectivamente, enquanto Sinead O’Connor faz as pazes com Dylan em “Property of Jesus” (de “Shot of Love”). Há, ainda, Billy Bragg, Elvis Costello, Cage the Elephant, Pete Townshend, Ziggy Marley, Sting, Mark Knopfler, Steve Earle, Lenny Kravitz, My Chemical Romance, Carly Simon, Bryan Ferry, Joan Baez e Adele num álbum que, musicalmente, mais surpreende do que decepciona. Tanto a Anistia quanto Bob foram muito bem homenageados.

Especial Bob Dylan com Café

maio 23, 2018   No Comments