Dylan com Café, dia 14: Planet Waves
Bob Dylan com café, dia 14: após um período de incertezas e altos e baixos que marcou o final dos anos 60 e começo dos 70, Bob Dylan se junta a agora denominada The Band (os Hawks, a banda que o acompanhou na complicada turnê de 1966 e nas Basement Tapes, e com quem Dylan não tocava desde o Festival da Ilha de Wight, quatro anos antes) e começa uma nova fase de maneira inspirada. A ideia inicial era voltar à estrada para uma grande turnê, a primeira de Dylan em oito anos. “Estávamos ensaiando para essa turnê e as coisas estavam muito agitadas. Entramos no estúdio e gravamos o álbum. Já havíamos tocado juntos por tanto tempo que não acho que tenha ocorrido a nenhum de nós que era a primeira vez que gravamos um álbum como Bob Dylan & The Band”, ele conta. Bob estava trocando Woodstock por Malibu, e esse ar de mudança também permeia “Planet Waves”, o grande disco que ele lançou em janeiro de 1974.
Dylan exorciza fantasmas da juventude em “Something There Is About You” e tenta compor uma canção pensando em um dos seus filhos “sem querer soar sentimental demais”. O resultado: “Forever Young”. Bob conta mais: “Os versos vieram a mim e verteram-se num minuto. Não pretendia escrevê-la – eu estava em busca de outra coisa, a canção escreveu a si mesma”. Interessante pensar que “Forever Young” nasceu em Tucson, a mesma cidade em que Bob sentirá a presença de Jesus em um quarto de hotel alguns anos depois – fato que o levará a se converter ao cristianismo evangélico. Para Allen Ginsberg, “Forever Young” deveria ser cantada por todas as crianças, todas as manhãs, na escola. Roddy Woomble, do Idlewild, diz a mesma coisa, mas de forma direta: “É o Hino Nacional de Dylan”. O Pretenders gravou uma bela versão e a tocou nos shows recentes no Brasil. A versão de Pete Seeger (acima) é de chorar. Clássico.
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