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Egon Schiele, pornografia e moralismo

No bacana El País, uma reportagem conta sobre a censura que as pinturas de Egon Schiele estão sofrendo na Alemanha e na Inglaterra: “Não é arte, é pornografia“, diz a chamada da matéria. Quer dizer que estamos vivendo em um mundo em que Schiele virou pornografia…

Fui ao Belvedere, o famoso palácio museu em Viena que um dia foi a “casa” de Franz Ferdinand (o arquiduque), atrás de “O Beijo”, do Klimt, e sai virado do avesso com Schiele. Escrevi na época (quando tirei a foto que abre o post, um enorme outdoor no MuseumsQuartier, em Viena): “Gostei mais das paisagens do Schiele (“Crescent”, “House II”) do que de seus retratos nervosos”, esses que a galera tá tampando genitais como se estivéssemos em corredores do Vaticano durante o Concílio de Trento. Mais uma vitória do moralismo. Infelizmente.

Uma das definições de pornografia diz que ela “é definida como qualquer material que desperta pensamentos sexuais de forma vulgar e explícita. A raiz etimológica da palavra vem do grego pórne, “prostituta”.” Nesse contexto, sim, algumas pinturas de Schiele podem ser consideradas pornográficas, ainda que não vulgares (como está abaixo), mas a grande maioria de seus nus são nervosos, fortes, nem um pouco sedutores e muito menos vulgares. Em um tempo de falso moralismo, pornografia a um toque do mouse e perda constante de direitos, a censura a Schiele é mais um golpe no coração da liberdade.

Ps. No embalo da censura a Schiele chega a notícia de que tramita na Câmara em Brasília um “projeto que criminaliza exibição de órgão genital para fins artísticos“. Vem mais censura ai.

 

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