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14 minutos de Lee Ranaldo no CCSP

dezembro 14, 2017   No Comments

5/7 canções: Proud To Fall

Publicado no Facebook em 2015

Quando Carlos Freitas e Adília Belotti me convidaram pra esse passeio musical (7 músicas em 7 dias – que vou completar em 20… acho), eu tinha pra mim que não seria legal escolher músicas do século passado, muito porque praticamente só ouço coisas novas, e acho estranho pessoas que pagam R$ 300 (ou muito mais) para ir a um estádio ouvir músicas de 40 atrás (por mais que o mano cante: “Queria que Você Estivesse Aqui”) e se recusam a ver artistas novos por R$ 30. A pessoa vai a dois ou três shows por ano (todos acima dos R$ 300) e acha que ama a música. Bem, isso é assunto pra outro dia.

O fato é que é difícil para mim fazer uma lista de 7 músicas sem… Echo & The Bunnymen. Consegui fazer de três (quando a Letícia me convocou – http://goo.gl/IyUaro), mas sete… E, bem, antes que você tente argumentar que o Echo não fez nada que preste neste século, recomendo uma audição cuidadosa de “Siberia”, o disco deles de 2005. Se for pedir muito, vá atrás ao menos de “All Because of You Days”, minha canção favorita deste álbum (e do Echo no novo século), número 21 na minha Last Fm (dos últimos oito anos).

Eu até poderia escolher “All Because of You Days” e até já escrevi sobre “Rust”, uma balada maravilhosa do álbum “What Are You Going to Do With Your Life?”, de 1999, que me define (texto aqui: https://goo.gl/QSTNMu), mas Echo é uma coisa mais… antiga (ao menos para mim). E é uma banda importante na formação da pessoa que eu sou hoje. Amigos próximos sabem que sou metade (política) The Clash, metade (sentimento) Echo and The Bunnymen, e assim voltamos para a primeira metade dos anos 80…

Até onde me lembro (e a memória, sim, já começou a falhar), comprei meus primeiros vinis do Echo em 1985, três de uma vez – “Porcupine”, “Ocean Rain” e “Songs to Learn & Sing” (que título maravilhoso, vai) – em uma baldão de promoção em alguma loja que não lembro o nome (a parte de dentro do meu “Songs to Learn & Sing” exibe uma etiqueta: 600,00 cruzeiros), e me apaixonei. Eu tava vindo de “The Top”, do Cure, “Hatful of Hollow”, dos Smiths e “Closer”, do Joy Division, e o Echo abriu um universo de possibilidades.

Acontece que na hora que eu “descobri” o Echo and The Bunnymen, a banda já estava em crise e havia se separado. Stephen Morris, o baterista do New Order, segurou as baquetas de quebra galho em algumas gravações, mas a formação original voltou, fez uma turnê histórica pelo Brasil em 1987 (eu só os veria ao vivo em 1999 e entrevistaria Ian em 2001!) e lançou um bom álbum e 1987 que não envelheceu bem, culpa da remasterização que jogou a bateria pra frente, mas que trazia uma das minhas canções favoritas do Echo: “The Game”.

Quando Ian McCulloch, líder e vocalista, pulou fora da banda e seguiu em carreira solo, fui atrás, e gostei bastante de “Candleland”, seu primeiro disco solo, um monte de rascunhos mal acabados de canções do Echo. Ainda assim, uma canção ali me pegou de jeito, e, desde então, me acompanha. É bem provável que ela não esteja no meu Top 500 da Last.Fm nos meus últimos oito anos, mas é uma canção que me deu sanidade em um momento complexo da vida, e que vou sempre carregar comigo como um amuleto. O nome dela é “Proud To Fall”, que os fãs dos Bunnymen conhecem como “The Game – Part 2”, e vai longe o tempo em que “Long day’s journey into / Long night’s journey out”, mas, ainda hoje, “Looks like rain again / Feels like it’s rained forever”. 

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Essa é a canção 5 de 7, e vou marcar pessoas para continuarem a saga no último post. Não deixa de ser especial neste ter Paul Westerberg escolhendo a mesma canção (“Star is Bored”, dele, que eu upei no Youtube – procure – quase surgiu aqui).

dezembro 14, 2017   No Comments