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Histórias de viagem: Raconteurs em 2008

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Fotos por Marcelo Costa

Minha primeira viagem para a Europa foi em 2008, e para acalmar o desejo guardado por tantos anos preparei um roteiro absurdo de 40 dias de viagem passando por nada menos que seis países sempre atrás de shows e festivais. Na época dividi o roteiro de modo direto: eu iria enlouquecer em festivais nos primeiros 20 dias e puxar o freio nos 20 dias seguintes. E o Festival Internacional de Benicàssim foi exatamente o ponto de mudança no roteiro.

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Em três semanas de viagem eu encarava o terceiro festival seguido: comecei no excelente Rock Werchter, na Bélgica (que eu voltaria dois anos depois), parti na segunda semana para a Escócia para pegar o mastodôntico T In The Park (parando em Berlim pra ver Radiohead), que me cansou tanto que cheguei a dormir coisa de duas horas entre um show e outro numa tenda e, dali, partir para a Espanha e para o Benicàssim.

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Para não esquecer: descendo a escada do avião em Girona vindo de Glasgow, a escocesa atrás de mim abriu um sorriso e mandou um sonoro “I Love You, Spain” para comemorar o maravilhoso sol que nos recebia. E foi debaixo de um sol de deserto que cheguei ao festival para pegar minha pulseira, beber como água um copo de um litro de Heineken, e começar a procurar pelos amigos hospedados no vilarejo (fiquei na cidade vizinha, Castelon, que também me abrigou quando voltei ao festival alguns anos depois).

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Depois de troca-los por Grinderman, na Bélgica, e por The Pogues, na Escócia, finalmente me vi frente a frente com o Raconteurs, e foi um daqueles shows de lavar a alma, mas só em alguns momentos. Jack White conseguiu montar uma banda de garagem com todos os clichês do gênero (para o bem e para o mal), e isso fez com o show alternasse muito o clima, com longos improvisos e jams que validam o momento, e que vez em quando desembocavam em momentos matadores, como a versão de “Steady, As She Goes” do vídeo.

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Na época escrevi: “Nenhuma música surge tal qual foi gravada em álbum. Eles recriam tudo, e em várias passagens se superam, mas não é “o” show. São apenas quatro bons músicos declarando paixão e devoção pelo barulho. “Many Shades of Black”, com Brendan Benson comandando, foi um dos grandes momentos, mas muita coisa boa do primeiro disco foi preterida em favor de faixas medianas do segundo”. Bem, hoje amaria ver esse show novamente (com todas as músicas do segundo disco)… Uma baita lembrança boa.

Leia também:
Histórias de viagem: D’akujem (aqui)
Histórias de viagem: Um hotel em Paris e Cherry Coke (aqui)
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