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A entrega de prêmios APCA 2013

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Uma das melhores cenas musicais do mundo
“Premiar os destaques de um ano inteiro não é uma tarefa das mais fáceis, mas o cenário brasileiro, cada vez mais prolífico em criar boa música – ainda que grande parte dela esteja distante dos veículos de mídia – ajuda. O trabalho de pesquisa e acompanhamento musical necessita, então, encontrar os focos de boa música em um país cada vez mais plural, e acreditamos ter conseguido pinçar um delicado painel em 2013 ao valorizar gerações que fazem da música brasileira uma das melhores do mundo – senão a melhor. Basta abrir os ouvidos”.

Marcelo Costa

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A APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) entregou os prêmios para os melhores de 2013 em 11 categorias, em cerimonia realizada no Sesc Pinheiros nesta terça-feira, 11 de março (conhecido com um dos raros dias em que uso paletó e gravata no ano). Com apresentação de Marcelo Tas e sua esposa, a atriz Bel Kowarick, a premiação, dirigida por Mika Lins, se mostrou uma das melhores dos últimos anos, com belas imagens no fundo do palco e alguns discursos emocionantes.

Marcelo Tas entrou em cena e logo pediu uma salva de palmas para o ator Paulo Autran, cujo nome batiza o teatro do Sesc Pinheiros. A noite estava apenas começando e muitos presentes se ajeitaram nas cadeiras para o início da premiação, que teria, no palco, nomes como Tomie Ohtake, Ewa Vilma, Mateus Solano (o Félix da novela “Amor à Vida”), Fernanda Lima, Alice Braga, Felipe Hirsch e Antunes Filho.

Na categoria Música Popular, da qual integro como votante, a ausência inexplicável da homenageada do ano pelo júri, Angela Maria, foi sentida – mas Tas se saiu bem com uma piada. Na sequencia, o grupo Essência subiu ao palco para receber o prêmio de Melhor Grupo Vocal MPB, e avisou: “Somos de Goiás e lá não tem só sertanejo não. Tem muita banda de rock boa. Prestem atenção no trabalho da Monstro Discos”.

Alexandre Kumpinski, da Apanhador Só, subiu ao palco logo depois acompanhado de Gustavo Lenza, produtor do álbum “Antes Que Tu Conte Outra” (que Marcelo Tas pareceu achar que fosse o nome da banda) para receber o Prêmio APCA de Disco do Ano, e disse: “É bom saber que a APCA está com os ouvidos abertos para o novo”.

O pessoal da Selton, eleito o Melhor Grupo de Rock por seu trabalho no disco “Saudade”, não pode comparecer (já que eles vivem em Milão, na Itália), mas mandou um representante, que brincou: “Pessoal da 89FM, o disco do Selton está ai. Vamos tocar! (a Rádio Rock ganhou o Grande Prêmio da Crítica na categoria Rádio)”.

Outro ausente foi Arnaldo Antunes, que enviou seu assessor, que observou na plateia alguns parceiros de Arnaldo em “Disco”, lançado em 2013: “A Luê e o Felipe Cordeiro estão ai. Esse prêmio é de vocês também”.

Premiados como Melhor Projeto Especial de 2013, o pessoal do Terruá Pará tomou o palco e, sob o comando do ex-secretário da comunicação do Pará, Ney Messias Jr., ressaltou a dificuldade de tornar realidade um grande projeto como o Terruá Pará, envolvendo tantos artistas, e elogiou o trabalho de Carlos Eduardo Miranda e Cyz Zamorano, responsáveis pela produção musical do projeto.

Anitta, eleita Revelação de 2013 e um dos nomes aguardados da noite, não pode ir, mas enviou a empresária, que leu um SMS enviado minutos antes: “Leia do jeito que estou escrevendo para eles saberem que sou eu mesma!”.

O grande momento ficou para Dona Jacira, que subiu ao palco para receber o prêmio de Melhor Interprete para o filho Emicida, que está no Texas participando do South by Southwest. Bastante aplaudida assim que foi anunciada, Dona Jacira dividiu o prêmio com o pessoal do selo Laboratório Fantasma e, com a taça da APCA em mãos, entoou o bordão: “A rua é nóis”, aplaudidíssima.

Dois anos integrando o júri na categoria Música Popular da APCA, posso dizer que me sinto bastante feliz em fazer parte desse prêmio que reconhece e valoriza artistas tão especiais, e grandes trabalhos.

Sinto que é pouco, e que mesmo o Scream & Yell, entrincheirado em seu gueto independente, não dá conta de uma cena tão produtiva e de alta qualidade, mas acredito que é de imensa importância reconhecer e valorizar o trabalho de pessoas que não estão de braços cruzados observando o tempo passar, mas criando, recriando, propondo o novo, instigando.

É fácil reclamar. É fácil criticar sem fundamento. Difícil é criar. A arte precisa ser debatida. A música brasileira, em seus mais diversos nichos, precisa ser ouvida e discutida, porque eles estão fazendo a parte deles, que é criar. E muito bem. O resto depende de nós…

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