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EUA 2013: Algumas coisas em Nova York

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Na primeira vez que estive em Nova York, em 2011, cheguei à cidade no começo do mês de abril, e a primavera havia acabado de começar, mas o tempo cinza e as árvores nuas ainda eram retrato de um frio e longo inverno. Desta vez, porém, pisei na cidade um mês depois, já em maio, e a situação mudou completamente: as árvores estão tomadas por folhas e flores e a cidade parece mais animada, ainda que os dias comecem frios na parte da manhã para ir esquentando levemente durante o dia.

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É nesse período que uma cidade tão bem desenhada como Nova York, e principalmente Manhattan, ganha vida em seus parques e áreas de lazer. A High Line, por exemplo, um parque suspenso com mais de 16 quadras de extensão feito sobre um antigo trecho de linha de trens (é o mesmo que fechassem o Minhocão, em São Paulo, e fizessem uma grande área de lazer), que já é um dos novos cartões postais da cidade, estava lotada no meio de uma sexta-feira ensolarada com pessoas lendo, tomando sol ou simplesmente caminhando.

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Dois dias antes, porém, a cidade amanheceu chuvosa, e a melhor saída era escolher um museu, e no nosso caso optamos pelo The Museum of Modern Art, o MoMA – desde então, um de meus museus preferidos. Filas imensas surgiam calçada afora (por este dia até vale recomendar chegar ao museu na parte da tarde), mas assim que se começa a andar pelos corredores do belíssimo e cruzar com tantas obras de arte clássicas, entende-se a loucura de pessoas pelos corredores do prédio, e aceita-se (embora o desejo de voltar em um dia vazio – deve existir algum no ano – tome o coração).

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O sexto andar do prédio (assim como no Gugheihem Museum, recomenda-se a visita invertida) abrigava uma interessante mostra pop com obras do sueco naturalizado norte-americano Claes Oldenburg, escultor que ao lado de Andy Warhol e Roy Lichtenstein forma o trio de ferro da Pop Art. Esculturas de hambúrgueres, sorvetes, bolos e objetos comuns do dia a dia ganham vida em formatos exagerados e cores berrantes criando uma sensação de que a cultura de massa, na sociedade de consumo, é como um exagerado prato de comida.

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Porém, o crème de la crème do MoMA está no quinto andar do prédio, e é de deixar mesmo quem já frequentou alguns dos maiores museus do mundo de boca aberta. Estão aqui o magnifico “Noite Estrelada” (1889), de Van Gogh, um dos mais concorridos do acervo, e ainda assim tão sossegado e tão próximo do espectador que comove. Na sala ao lado, mas no mesmo campo de visão, apenas o quadro que inaugurou o cubismo, “Les Demoiselles d’Avignon” (1907), de Picasso. A série de quadros de “Latas de Sopa Campbell” (1962), de Andy Warhol, está na entrada de uma das cantinas do prédio.

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Entre os meus preferidos destaco “Still Life of Three Puppies” (1888), quadro cômico de Gauguin; “Still Life with Flowers” (1912), de Juan Gris; o sublime “The Empire of Light 2” (1950), de René Magritte; “Carta Fantasma” (1937), de Paul Klee; um desenho da Monalisa de bigode, que compõe a obra “Boîte-en-Valise” (1935-1941), de Marcel Duchamp, o maior de todos; mais o espetacular “Number 1A” (1948), de Jackson Pollock. O quadro “A Persistência da Memória” (1931), de Dali, também é do MoMA, mas estava emprestado…

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Fizemos um pouco de tudo nestes últimos dias. Comemos no Soup Man (carinhosamente apelidado de Soup Nazi pelos personagens da série Seinfeld – e a sopa é realmente excelente), caminhamos pelo Battery Park, com a Estátua da Liberdade ao fundo, atravessamos a Brooklyn Bridge, provamos a melhor tira de carne da viagem em um bar no Brooklyn (Sweet Water, recomendo) ao preço de 17 dólares para, no dia seguinte, economizar comendo a pizza de 0,99 cents elogiada pelo The New York Times (“Pelo preço é surpreendemente ótima).

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Passei rapidamente em algumas lojas de CDs e vinis, mas adquiri muito menos do que eu imaginava. No entanto, fiz a festa no New Beer Distributors of New York City, a meca de cerveja artesanal na cidade. Aliás, boa parte dos novos restaurantes tem cervejas locais em cardápio. A Cantina Corsino, bom italiano no Meatpacking, exibe com orgulho a premiada Brooklyn Wit, de Garrett Oliver, que só existe em torneira, não em garrafa, mas ainda devemos esticar até a cervejaria neste sábado (embora o tempo nublado desanime um pouco).

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No quesito comida é importante citar o Chelsea Market, shopping gastronômico montado em um prédio que pertencia a Companhia Nacional de Biscoitos, a NaBisCo, e que agora reúne um bom número de locais notáveis em bons pratos. Quem se anima com frutos do mar tem que bater cartão no Chelsea Market (eles preparam lagosta na hora), mas há opções para todos os gostos em um local charmoso, com q de futurista e hipster, mas você nem dá bola para isso assim que começa a caminhar pela oficina de cheiros que se transforma o shopping.

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A viagem está chegando ao fim. Neste domingo à noite partimos para São Paulo, e a loucura da vida recomeça – embora eu vá retardar alguns compromissos até julho, já que viajo para a Europa no começo de junho para uma segunda perna de viagens em 2013 – antes, ainda, estarei em Porto Velho para o Festival Casarão 2013 e participarei de um ciclo de debates e ideias em Belo Horizonte, no começo de junho. Mas, voltando à Nova York, a viagem está chegando ao fim, e o balanço completo virá ali pela segunda-feira, mas já posso dizer que estou cada vez mais enamorado dessa megalópole barulhenta e instigante. São Paulo, se cuida.

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Leia mais: Diário de Viagem Estados Unidos 2013 (aqui)

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