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Posts from — janeiro 2013

Cervejas com cumaru, priprioca e açai

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A cervejaria paraense Amazon Beer segue em sua investida de provocar o paladar brasileiro desacostumado com cervejas personais. Após a boa resposta às versões Bacuri Beer e Witbier Taperebá, os paraenses surgem desta vez com três rótulos mais intensos e provocantes, mas não menos interessantes: Amazon IPA Cumaru, Amazon Red Ale Priprioca e Amazon Stout Açai. As duas primeiras seguem a opção da cervejaria em deixar o fruto regional bastante exposto no conjunto (como acontece com o bacuri e o taperebá) enquanto na Amazon Stout Açai, o fruto da palmeira fica escondido sob o malte tostado, mas aparece no final para dar sua contribuição. São três cervejas de personalidade forte e estofo para conquistar paladares exigentes e impressionar desconhecidos.

Conhecida como baunilha da Amazônia, a semente do cumaru é usada como tônico cardíaco entre os índios além de aparecer tanto na medicina quanto na perfumaria. E agora também em cerveja. A Amazon IPA Cumaru traz no aroma as notas adocicadas da semente, que lembra baunilha, e remete também a açúcar queimado e própolis. Porém, é no paladar que os paraenses mostraram serviço. O Cumaru se sobressai ao lúpulo, e juntos constroem um cenário altamente amargo, que até permite perceber no início um leve adocicado, mas depois se transforma numa onda intensa de amargor, que pode assustar até fãs de IPA. A sensação é de que um pouco menos de cumaru e um pouco mais de lúpulo talvez balanceasse o conjunto. O final é amargo e persistente em uma cerveja indicada para corajosos.

Já a priprioca (ou piripirioca) é uma erva aromática e medicinal cujas raízes liberam uma fragrância leve, amadeirada e picante com notas florais. É um dos perfumes tradicionais da região amazônica e conquistou o chef Alex Atala, que a incluiu em sobremesas. E é ela que surge como estrela na Amazon Red Ale Priprioca, uma cerveja mais balanceada que a IPA Cumaru. Isso não quer dizer que a Priprioca esteja tímida. No aroma intenso, notas frutadas e duelam com o malte desvelando-se em amadeirado, herbal e caramelo. O paladar segue o trabalho feito na IPA: no início é adocicado, com sensação de caramelo e baunilha, e depois se torna amargo (muito menos intenso do que na primeira) deixando-se notar as ervas. O final fica entre estes dois polos em uma das melhores cervejas da Amazon Beer.

Fechando o trio surge a Amazon Stout Açai. O açaí é fruto de uma palmeira conhecia como açaizeiro, com expressiva plantação no Pará e propriedades estimulantes semelhantes às encontradas no café e em bebidas energéticas. Não iria demorar para que alguém juntasse o açaí com a stout, o café gelado irlandês. Primeiro ponto: ao contrário dos dois rótulos anteriores, na Amazon Stout Açai, a fruta não toma à frente do aroma nem do paladar. A força do malte torrado se sobrepõe ao açaí nesta que é a cerveja da Amazon mais fiel ao estilo – o que pode frustrar alguns. No aroma, notas clássicas de malte torrado (com percepção de café e chocolate). No paladar, café e… frutas vermelhas. O açaí parece surgir apenas no final marcadamente amargo em uma cerveja muito boa, mas que ainda deve encontrar a sua cara.

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As cervejas da Amazon Beer são vendidas em garrafas de 330 ml e podem ser encontradas em bons empórios entre R$ 9 e R$ 12. Vale lembrar a visita ao bar da cervejaria, na Estação das Docas, em Belém.

Amazon IPA Cumaru
– Produto: India Pale Ale
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 5,7%
– Nota: 2,37/5

Amazon Red Ale Priprioca
– Produto: Red Ale
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 6%
– Nota: 2,79/5

Amazon Stout Açai
– Produto: Stout
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 7,2%
– Nota: 2,90/5

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Leia também
– Top 200 Cervejas, por Marcelo Costa (aqui)
– Amazon Beer: River e Bacuri, por Marcelo Costa (aqui)
– Cervejas frutadas: banana, manga e pêssego (aqui)
– Witbier Taperebá segue o caminho aberto pela Bacuri (aqui)

janeiro 29, 2013   No Comments

Um blog de demo-tapes

Um blog com dezenas de fita de demonstração, as populares demo-tapes, de bandas brasileiras. Tem Los Hermanos, Defalla, Os Replicantes, Little Quail And The Mad Birds, Pato Fu, Raimundos e muitos outros.

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http://demo-tapes-brasil.blogspot.com.br

“Demo tape ou fita demo é uma gravação musical demonstrativa amadora, feita em estúdio ou não, sem vínculo com gravadoras, para estudos musicais, ou primeiras propostas do que futuramente pode vir a ser um álbum de música. As demo tapes (ou apenas demos) são usadas como um portifólio para as bandas. O material é apresentado para as gravadoras, para um futuro contrato. Caso possa surgir um contrato de gravação e vendagem, as músicas podem ser sujeitas a modificações, pelos músicos e produtores”.

janeiro 28, 2013   No Comments

Baixe: 22 roteiros incluindo O Mestre

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Quem já assistiu ou ainda vai assistir a “O Mestre”, novo grande filme de Paul Thomas Anderson, pode comparar o filme com essa versão do roteiro, que é completa, mas não é a versão final, e traz razoáveis modificações na trama (incluindo nomes de alguns personagens além de retirada e inclusão de cenas).

Além deste roteiro você pode baixar neste link outros 20 roteiros originais incluindo “Amor”, de Michael Haneke, “Moonrise Kingdom”, de Wes Anderson e Roman Coppola, “Lincoln”, de Tony Kushner, “As Vantagens de Ser Invisivel”, de Stephen Chbosky, e “Ted”, de Seth MacFarlane, entre outros. Baixe aqui.

Ps. O roteiro de “Django Livre”, do Tarantino, pode ser baixado aqui

janeiro 27, 2013   No Comments

Entrevistão de Johnny Marr na Mojo

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janeiro 27, 2013   No Comments

Duas cervejas italianas e uma espanhola

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Por mais de sete gerações, a família Farchioni cultiva a terra em Úmbria, cidade que fica na região central da Itália, vizinha a Perugia e a cerca de duas horas de Roma. As cervejas dos Farchioni são recentes e não são pasteurizadas nem fermentadas. As receitas usam produtos agrícolas locais como a ervilha na Mastri Birrai Umbri Cotta 37 e lentilhas na Mastri Birrai Umbri Cotta 74. Um dos destaques é a apresentação em belas garrafas de 750 ml, que trazem a opção de vedação sob pressão após a abertura da tampa tradicional. A cervejaria produz apenas três rótulos, e além da 37 e da 74, eles também produzem a 21.

A Mastri Birrai Umbri Cotta 21 é particular por trazer em sua fórmula malte de farro, um dos primeiros grãos empregados na culinária e cultivado hoje em dia em toda região central da Itália. O farro tem coloração próxima à do trigo, mas se diferencia pela casca, que adere ao grão durante a colheita – assim como acontece com a cevada e a aveia. Na Coota 21, o farro produz um aroma que lembra biscoito, cereais e capim destacando notas cítricas e frutadas. O paladar fica entre o levemente adocicado e o levemente amargo com um toque cítrico compondo o conjunto que remete a trigo e cereais. Uma boa cerveja, mas não surpreendente.

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Instalada em Piozzo, uma cidadezinha de mil habitantes perto de Torino e Genova, a Baladin Birreria existe desde 1986 e seu mestre-cervejeiro, Teo Musso, é um dos responsáveis pelo renascimento do culto às cervejas artesanais na Itália. Apresentada em belas garrafas de 750 ml, com artes cuidadosas e conteúdo idem, a Baladin vem conquistando o mundo através dos anos. Apenas um de seus 17 rótulos já havia passado por aqui, a Baladin Open Noir, uma IPA bastante rebelde que necessita de alcaçuz Calábria para acalma-la. Agora é a vez da versão kriek dos italianos, cujo um quinto de seu conteúdo é composto por… polpa de cereja.

A Baladin Mama Kriek é uma experiência. Para chegar ao ponto em que queria, Teo Musso juntou água, malte pilsen e de trigo, aveia, farro, 19,5% de polpa de cereja, canela, coentro, flor de camomila romana, casca de laranja doce, raiz de Genciana (planta que auxilia a digestão), pimenta e jogou a carbonatação lá em cima. O aroma entre o azedo e o ácido com leve percepção de cereja e especiarias lembra o das lambics frutadas belgas. No paladar, o adocicado da cereja se torna mais evidente, ainda que suave, mas é o amargor que mais impressiona grudando no céu da boca, o que rende um final bastante duradouro. Ótima.

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A Estrella Damm abriu as portas em Barcelona em 1876 e de lá pra cá se tornou uma das principais cervejarias espanholas. Sediada até hoje em território catalão, a Estrella mantém em seu cardápio a popularíssima Estrella Damm (que surgiu como Estrella Dourada), a sensacional e premiada Voll-Damm Doble Malta além da popular Xibeca e de versões Bock, Weiss e sem glúten (outra premiada, a Estrella Damm Daura). O xodó atual da casa, com direito a site próprio, é a Estrella Damm Inedit, resultado de uma parceria entre a cervejaria, o renomado chef Ferran Adrià, seu parceiro Juli Soler e a equipe de sommeliers do restaurante El Bulli.

O estilo escolhido por Adriá, Soler e equipe recaiu sobre a witbier, que combina perfeitamente com saladas, bacon, queijo de cabra e, claro, peixes e frutos do mar. Além de malte de trigo e malte de cevada (em doses iguais), água e lúpulo, a Inedit (como uma tradicional witibier) recebe sementes de coentro, alcaçuz, casca de laranja e fermento. O aroma intenso é cítrico e remete a laranja com uma leve presença de especiarias e de trigo. O paladar é levíssimo, com inicio levemente amargo e cítrico, percepção de alta carbontação (e de trigo) e final adocicado e refrescante. Com a Inedit, a Estrella aposta em um conjunto simples e agradabilíssimo.

As três Mastri Birrai Umbri Cotta estão chegando ao Brasil através da importadora La Pastina e é possível encontra-la em preços entre R$ 35 e R$ 40 (a garrafa de 750 ml) embora também existem revendedores vendendo-a por mais de R$ 60. A Mama Kriek, por sua vez, segue o alto preço das luxuosas Baladins, em média R$ 70 (a garrafa de 750 ml). Já a Estrella Damm Inedit pode ser encontrada com muito mais facilidade, tanto em empórios quanto na rede de supermercados Pão de Açucar, e em preços melhores também, cerca de R$ 30 (também a garrafa de 750 ml).

Mastri Birrai Umbri Cotta 21
– Produto: Blond Ale
– Nacionalidade: Itália
– Graduação alcoólica: 5%
– Nota: 3,10/5

Baladin Mama Kriek
– Produto: Fruit Beer
– Nacionalidade: Itália
– Graduação alcoólica: 5,8%
– Nota: 3,32/5

Estrella Damm Inedit
– Produto: Witbier
– Nacionalidade: Espanha
– Graduação alcoólica: 4,8%
– Nota: 3,68/5

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Leia também:
– Top Cervejas: Cold 200, por Marcelo Costa (aqui)
– Balanço 2012: Top 3 Cerveja Brasil, por Marcelo Costa (aqui)
– Baladin Open Noir, uma cerveja bela e corajosa, por Mac (aqui)
– Estrella Damm, Daura e Weiss, normais e especiais (aqui)
– Bock Damm, uma cerveja bem gostosa e leve (aqui)
– Top Ten Cervejas Européias Viagem 2008: Voll-Damm (aqui)

janeiro 26, 2013   No Comments

Três filmes que eu tinha receio de ver

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“360” (360, 2011)
Minha expectativa em relação ao novo filme de Fernando Meirelles não era das melhores. Vários amigos e conhecidos de redes sociais haviam criticado duramente o filme, mas eis que “360” surge como uma bela surpresa. A assinatura principal, no entanto, é do roteirista Peter Morgan (“A Rainha” e “Frost/Nixon”), que costurou várias histórias que poderiam ter o subtítulo de “O Mundo é um Ovo”. “360” começa em Viena, com uma jovem garota eslovaca (Lucia Siposová) posando para um cafetão sob o olhar reprovador de sua jovem irmã (Gabriela Marcinkova). O primeiro cliente de Blanka é Michael (Jude Law), um empresário britânico casado com uma diretora de galeria de arte, Rose (Rachel Weisz), que tem um caso com o fotógrafo brasileiro Rui (Juliano Cazarré), que namora Laura (Maria Flor), que descobre a traição e foge para o Brasil encontrando pelo caminho o pai alcoólatra de uma garota que desapareceu (Anthony Hopkins) e um recém liberto ex-criminoso por abuso sexual (Ben Foster). A trama não para por ai, e Peter Morgan pula de uma história para outra com leveza, abandonando personagens e focando apenas no acaso. A vida, como sabemos, segue. Eis um filme que não soa pretensioso – apesar de ser. Recomendo.

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“A Viagem” (Cloud Atlas, 2012)
Um dos filmes indies mais caros de todos os tempos tornou-se um dos grandes fracassos da temporada (custou 100 milhões de dólares e arrecadou 27 milhões) muito pela dificuldade do trio de diretores, os irmãos Andy e Lana Wachowski (“Matrix”) e o alemão Tom Tykwer (“Corra, Lola, Corra”) em adaptar a contento o complicado romance “Cloud Atlas”, de David Mitchell (lançado em 2004). E era realmente difícil. “Cloud Atlas” compila seis histórias paralelas em períodos diferentes de tempo – que começam em um navio no Pacifico em 1850 e seguem até um período futurista pós-apocalíptico. A reencarnação une cada um dos personagens, e, por isso, vários atores tiveram que se dividir em diversos papeis. Tom Hanks, por exemplo, é um senhor no mundo futurista, um gerente de hotel no período pré-Segunda Guerra Mundial, um médico leviano no final do século 19, um péssimo escritor em 2012 (numa das cenas impactantes do filme – principalmente se você for um crítico – risos) e por ai vai. O texto utópico e sonhador aliado a critica forte ao capitalismo comovem em vários bons momentos, mas maquiagens terríveis, um demônio verde ridículo e trechos piegas fazem de “Cloud Atlas” uma montanha russa de altos e baixos. Não desista. É ruim, mas é bom (e tem Halle Berry!)

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“Jogos Vorazes” (The Hunger Games, 2012)
Dos três filmes deste post é bem provável que este tenha sido o que tenha me causado mais receio em ver. Aliás, muitos amigos deixaram passar, e perderam uma boa história que desperdiça passagens (e personagens) com bobagens futuristas (tal qual como “Cloud Atlas”, embora até este tenha bons momentos neste quesito), mas cujo saldo final é positivo. Inspirado no primeiro livro da trilogia lançada pela escritora norte-americana Suzanne Collins a partir de 2008 (ou seja, vêm mais adaptações pela frente), “Jogos Vorazes” flagra uma nação pós-apocalíptica chamada Panem constituída por 12 distritos que são governados por uma Capital, que para mostrar seu poder, realiza anualmente um “jogo” onde são escolhidos um menino e uma menina de cada distrito, e estes 24 jovens entre 12 e 18 anos precisam lutar pela sobrevivência – e matar seus adversários. A adaptação correta de Gary Ross valoriza a crítica de Suzanne Collins (que assina o roteiro junto com o diretor e Billy Ray) ao mundo Big Brother que vivemos. Em uma das grandes cenas do filme, o canal que transmite os jogos (semelhante a um BBB) manipula imagens (e os próprios personagens do jogo) para conseguir mais audiência. Jennifer Lawrence está ok e a trilha sonora, com músicas inéditas de Decemberists e Arcade Fire, merece atenção em um filme correto (e piegas) para ver e pensar.

janeiro 25, 2013   No Comments

Podcast Confraria Scream & Yell #7

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O quarteto Marcelo Costa, Tiago Trigo, Marco Tomazzoni e Tiago Agostini reuniu um set especial no Confraria Scream & Yell que reúne canções de coletâneas independentes (Midsummer Tapes e Pug Records Shop), destaques da reedição quintupla do clássico “Mellon Collie & The Infinite Sadness”, dos Smashing Pumpkins, mais Nick Cave, reflexões sobre cultura pop e textos de Banksy. Ouça no player abaixo.

Set list – Confraria Scream & Yell #7 – (23/01):
01. Nick Cave & The Bad Seeds – Jubilee Street
02. Suede – Barriers
03. Mudhoney – The Only Son Of The Widow Of Nain
04. Tibério Azul – Lá Em Casa
05. Cambriana – Slow Moves
06. Lê Almeida – Isso não vai mudar nada entre a gente
07. Smashing Pumpkins – Bullet With Butterfly Wings (Sadlands Demo)
08. Smashing Pumpkins – 1979 (Sadlands Demo)
09. Smashing Pumpkins – Tonight, Tonight (Band Version Only, No Strings)
10. Romulo Fróes – Sem Nada Pra Dizer

Leia também:
– Ouça online ou baixe os programas anteriores da Confraria aqui
– Oi FM estreia nova programação online. Conheça os programas (aqui)

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janeiro 25, 2013   No Comments

Melhores segundo as listas de Melhores

O Scream & Yell publicou na última terça-feira seu especial sobre os Melhores do Ano de 2012, que conta com 119 votantes e elenca os melhores discos, filmes, livros, blogs e shows de 2012 (confira aqui). Os amigos do Urbanaque analisaram 20 listas de Melhores do Ano (Scream & Yell, Rolling Stone Brasil, Coquetel Molotov e Popload inclusos) para verificar quais os nomes foram mais citados. O resultado aparece no caprichado infográfico abaixo e você pode conferir aqui no Urbanaque quais foram os 20 sites usados como referencia para este balanção final.

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janeiro 24, 2013   No Comments

Segunda rodada de Baden Baden

Abrindo a segunda rodada de rótulos da ótima cervejaria de Campos do Jordão (você pode ler sobre a primeira leva aqui), a Baden Baden Bock paga tributo ao estilo nascido em Einbeck, no norte da Alemanha. Na Baden Baden Bock, a tonalidade puxa para um marrom avermelhado e o conjunto traz no aroma notas de malte torrado que se desprendem remetendo a caramelo, café e melaço. O paladar é bem doce e bastante simples numa cerveja fácil de beber com notas de frutas e leve percepção de álcool (6.5%), mas falta corpo e intensidade ao conjunto.

Já a Baden Baden Golden Ale é uma interessante experiência. Além de malte de trigo, malte de cevada, lúpulo e água, ela recebe em sua fórmula extrato de canela e frutas vermelhas. E a canela toma a frente, os lados e a retaguarda no aroma – num teste cego lembra coco – não deixando espaço para mais nada. Conforme a cerveja esquenta no copo, a canela se desprende ainda mais. No paladar, suave, levemente adocicado e de baixo amargor, a canela também se destaca numa boa cerveja indicada para quem gosta da especiaria.

Edição especial feita para o período natalino, a Baden Baden Christmas Beer já está em seu sétimo natal e é uma cerveja que tenta surgir como opção ao champagne nas ceias familiares. Ela é bem clarinha e traz no aroma notas de malte que remetem a cereais, pão e muito levemente a mel – tudo muito suave, talvez excessivamente. No paladar, a leveza continua presente com as notas do aroma presentes delicadamente mais um frutado interessante numa cerveja que cumpre o que promete: ela pode decepcionar quem espera corpo e amargor, mas tem tudo para conquistar bebedores de champagne nas festas familiares.

Outra edição sazonal especial da casa, e mais antiga, é a Baden Baden Celebration Inverno, que já está em seu nono ano e circula durante os meses mais frios (há uma versão dela especial para o verão, no estilo weiss). Para o inverno, o pessoal de Campos do Jordão idealizou uma Double Bock (ou seja, uma Bock mais intensa) com 8,2% de álcool – embora lembre mais uma stout. No aroma, o malte tostado dá as cartas lembrando chocolate amargo e café com o álcool marcando presença, sem assustar. O paladar bastante adocicado reforça o aroma em uma cerveja bastante gostosa e alcoólica.

Quase fechando o assunto Baden Baden (só faltará a Baden Baden Tripel agora), a Cristal é a lager tradicional que todo brasileiro está acostumado a beber. Aroma de cereais, paladar suave (até de forma excessiva) e muito refrescante. Feita para aqueles que não conhecem as demais da casa de Campos do Jordão, todas com mais personalidade /qualidade. Todas as cervejas da Baden Baden podem ser encontradas com facilidade em grandes redes de Supermercados e em bons empórios. A garrafa tradicional da casa (600 ml) varia de R$ 10 (Cristal, Golden Ale, Stout) até R$ 19 (Celebration, Christmas).

Baden Baden Bock
– Produto: Traditional Bock
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 6,5%
– Nota: 2,43/5

Baden Baden Golden Ale
– Produto: Cream Ale
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 4,5%
– Nota: 2,70/5

Baden Baden Christmas Beer
– Produto: Specialty Beer
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 5,5%
– Nota: 2,80/5

Baden Baden Celebration Inverno
– Produto: Doppelbock
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 8,2%
– Nota: 2,85/5

Baden Baden Cristal
– Produto: Standard American Lager
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 5%
– Nota: 2,28/5

Leia mais:
– Top Cervejas: Cold 200, por Marcelo Costa (aqui)
– Primeira rodada de Baden Baden: Weiss, Red Ale, 1999 e Stout (aqui)

janeiro 22, 2013   No Comments

Três vídeos: Jair Naves no Sesc Belenzinho


“Maria Lucia, Santa Cecilia e Eu”


“Silenciosa”


“No Fim da Ladeira Entre Vielas Tortuosas”

Logo que cheguei ao Sesc Belenzinho, no sábado, e soube que o show seria no teatro ao invés da comedoria (o estranho bar do Sesc, que nesse dia receberia o Made in Brazil), reclamei com amigos. Minha ideia de programa para o sábado era ouvir o bom repertório de Jair Naves em pé, com um copo de cerveja na mão e trocando impressões com as pessoas próximas. Não poderia estar mais equivocado. Aconchegado ao intimismo do bonito teatro e com a boa acústica a seu favor, Jair Naves fez a noite de sábado mais especial do que eu poderia supor.

Acompanhado de Alexandre Molinari no baixo, Thiago Babalu na bateria e Renato Ribeiro na guitarra, banda que gravou o álbum “E você se sente numa cela escura, planejando a sua fuga, cavando o chão com as próprias unhas”, um dos grandes lançamentos de 2012, Jair Naves abriu o show com a primeira canção do disco, a forte “Pronto Pra Morrer (o Poder de uma Mentira Dita Mil Vezes)” e seguiu desfilando o repertório do álbum ao lado de faixas de seu primeiro EP, “Araguari”, além da bonita “Um Passo Por Vez” (tudo liberado para download aqui).

Visivelmente tomado pela emoção, uma constante para quem já está acostumado a vê-lo ao vivo nessa carreira solo, este show trouxe um ingrediente especial a mais: a presença da mãe Maria Lucia, que pela primeira vez via o filho ao vivo. Jair relembrou a infância em uma história familiar, e dedicou a ela uma das canções mais fortes de seu disco, “Maria Lucia, Santa Cecilia e Eu”, tocada numa versão mais comportada, mas não menos emocional, num daqueles shows repletos de grandes momentos, valorizados pela acústica do teatro do Sesc Belenzinho.

Às vezes é muito bom estar errado…

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Leia também
Entrevista: “Gosto de trabalhar com imagens”, diz Jair Naves (aqui)

janeiro 21, 2013   No Comments