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Três cervejas: Patrícia, Basement e Wäls

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 A cervejaria belo-horizontina Wäls já é velha conhecida deste espaço. Sua linha belga (Dubbel, Trippel e, principalmente, a Quadruppel) está entre as melhores do País. Visitei a fábrica na Pampulha no exato dia em que eles preparavam a primeira brasagem desta Wäls Petroleum (até bebi uma prova feita com chocolate Lindt – assista aqui), uma poderosa Russian Imperial Stout de receita produzida pela cervejaria curitibana Dum. O pessoal da Wäls provou, aprovou, se apaixonou, e decidiu produzir em grande escala. Nascia uma das cervejas do ano!

Tudo na Wäls Petroleum é intenso. A cor honra o ouro negro. No aroma, notas fortes de chocolate amargo dominando com café, madeira, ameixas e malte torrado na retaguarda. O paladar (impressionantemente seco frente ao tom licoroso do conjunto) traz tudo isso mais álcool, uma cacetada de 12% muito bem inserida no conjunto, que também fica em segundo plano frente ao cacau belga que impera enquanto o lúpulo deixa uma marquinha de amargor. Uma excelência de cerveja, uma verdadeira experiência alcoólica.

No final, preste atenção nas marcas de chocolate que ficam borradas no copo, tal qual um Milk Shake de Chocolate (com 12% de álcool).

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A uruguaia Patrícia também é bem conhecida dos brasileiros. Questão de seis ou sete anos, sua versão american lager, de rótulo vermelho, entrou em nosso mercado acompanhada da Nortenã (ambas da cervejaria FNC – Fabrica Nacionales de Cerveza), e conquistou um bom público nas terras de Pedro Alvarez Cabral. Surpresa positiva descobrir que, além dessa american lager, os uruguais ainda produzem Patrícia em versões Porter, Dunkel, Vienna Lager, Red Lager e Weisse. Ganhei essa última do amigo cervejólogo Leonardo Dias, que a trouxe de Montevideo.

Minha expectativa com a Patricia Weisse era de uma cerveja que mirava na Weihenstephaner e acertava a Bohemia Weiss, o que já estaria de bom tamanho. Porém, ótima surpresa, a versão de trigo da Patrícia é uma witbier levíssima que paga tributo á escola belga. O aroma é extremamente cítrico com notas intensas de lima e laranja. O paladar segue o caminho aberto e não decepciona. Lançada no final de 2011 no mercado uruguaio, a Patricia Weisse pode e deve conquistar os fãs da belga Hoegaarden. Ótima.

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A Basement Cervejas Especiais é uma novíssima cervejaria de Videiras, em Santa Catarina, uma cidade de menos de 50 mil habitantes que fica a 450 quilômetros da capital Florianópolis, e que é famosa pelo vinho, com uma Festa da Uva que acontece na cidade desde 1942 cujo ponto alto Concurso Estadual de Vinhos (além dos abatedouros de aves e suínos, que constituem 75% do movimento econômico do município). A Basement produz três tipos de cerveja: California Golden Ale, Tony Festival e a Port Royal Sweet Stout.

De rótulo bonito (praxe da casa), a Port Royal Sweet Stout traz notas fortes de malte tostado, que dá ao conjunto um forte aroma e sabor de café. Há um pouco de notas de chocolate amargo, de ameixa e notas excessivas de amadeirado além do álcool, muito presente (8,5%). No geral, a carbonatação é baixíssima, a espuma quase inexistente, e o liquido ralo numa cerveja que parece querer seguir a tradição vinícola da cidade, e decepciona. O final é amargo, com um rastro de café e álcool que marcam o céu da boca e seguem até o final da garganta.

A Wäls Petroleum já pode ser encontrada com facilidade em bons empórios (e no Empório Alto de Pinheiros, em São Paulo, e no Stad Jever, em Belo Horizonte, também em torneira) com preços entre R$ 14 e R$ 16 a garrafa de 330 ml (com validade extensa – essa da foto até maio de 2015). A Port Royal Sweet Stout, da Basement, também está circulando em empórios, entre R$ 16 e R$ 18. Já a Patrícia Weisse, por enquanto, só em Montevideo (ou se algum amigo camarada trazer de lá). Se você gosta de witbier, peça. Vale a pena.

Wäls Petroleum
– Produto: Russian Imperial Stout
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 12%
– Nota: 4,39/5

Patricia Weisse
– Produto: Witbier
– Nacionalidade: Uruguai
– Graduação alcoólica: 4,8%
– Nota: 3,02/5

Basement Port Royal Sweet Stout
– Produto: Sweet Stout
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 8,5%
– Nota: 2,34/5

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Leia também:
– Uma manhã na cervejaria Wäls, por Marcelo Costa (aqui)
– Wäls Quadruppel, uma cerveja excepcional, por Mac (aqui)
– Ranking Pessoal -> Top 100 Cervejas, por Marcelo Costa (aqui)

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