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Barcelona: Primavera Sound, Dia 1

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Texto e fotos por Marcelo Costa

Como era esperado, a primeira noite da edição 2012 do Primavera Sound, em Barcelona, foi uma reunião de concertos memoráveis: as voltas de Afghan Whigs e Refused, a classe de Wilco, Lee Ranaldo e Spiritualized, o show de hits do Franz Ferdinand (com direito a canções novas) mais Death Cab For Cutie, Mudhoney e Arches of Loaf (e muitos outros) mostraram porque o festival catalão é um dos melhores do mundo.

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Na programação oficial, que começou às 17h, mais de 50 bandas divididas em oito palcos na beira do Mediterrâneo, mas sabemos todos que é impossível ver 30% disso – embora a gente tente. Com boa vontade se consegue ver cinco shows inteiros e pedaços de um outro aqui e ali. Assim, uma primeira piscadela para o Arches of Loaf, que repetiu a bela apresentação do ATP em Londres, na semana passada, tocando debaixo de um solzão de 19h30.

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Na sequencia, The Afghan Whigs, outra atração do ATP londrino, que repetiu o êxito da semana anterior com um show focado. Greg Dulli continua urrando como um touro ferido em uma arena, e o novo baterista mão pesada ainda está se acostumando ao repertório, o que afeta uma das características básicas da banda, a improvisação, mas ainda assim o show é caótico, nervoso, instigante, clássico, méritos de um repertório absurdo de bom.

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Quase no mesmo horário, no palco curado pelo ATP, Lee Ranaldo mostrava com vontade as canções de seu excelente novo álbum solo. Ele deixou as experimentações de seus discos anteriores e concentrou no poder de riffs e das canções. Contou historinhas (de uma garota que conheceu em Barcelona nos anos 80 quando tocava com aquela banda, como é mesmo o nome… Sonic Youth) e solou muito. No fosso, Mark Arm acompanhava com admiração.

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Depois, três músicas do Death Cab For Cutie mostraram que a banda continua enorme na Europa, com cerca de 5 mil pessoas acompanhando o show no quinto dos infernos, ou melhor, o palco Mini, que dá a impressão que a Sagrada Família será terminada antes de chegarmos ao local do show. Depois, uma passada rápida e certeira pelo Mudhoney, para ouvir os hinos “Touch Me I’m Sick” e “Suck You Dry” e ver a galera se matando no pogo. Bonito de olhar.

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No palco principal, Jeff Tweedy soava sincero: “É bom estar de volta, Barcelona. Vocês são o melhor público do mundo, e não estou falando pra fazer média”. O repertório foi bastante ousado – principalmente em relação ao show de 2010 neste mesmo palco – com “At Least That’s What You Said”, “Spiders (Kidsmoke)”, “Too Far Apart” e, principalmente, “Laminated Cat” (do projeto Loose Fur) surpreendendo os fãs.

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Nels Cline confirma o status de monstro da guitarra seja comandando o caos de “Art of Almost”, seja solando interminavelmente em “Impossible Germany”, uma canção que deveria ser tombada como Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco. O trecho final pode ter causado infarto em algum fã mais afoito: “I’m Always in Love”, “Jesus, Etc.”, “I’m the Man Who Loves You”, “Dawned On Me” e a graaande “A Shot in the Arm”. Sorriso no rosto.

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Calma que não acabou. No palco Rayban, os suecos do Refused promoviam um massacre hardcore de primeira grandeza (enquanto isso, lá no Mini, o The XX recriava suas canções). O pique do vocalista Dennis Lyxzén é impressionante: ele pula, corre e distribui pontapés no ar que facilmente derrubariam Anderson Silva. A iluminação do palco é funcional e o baixo encharcado de sujeira bate no peito de tal forma que pode desequilibrar o individuo.

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O Franz Ferdinand aproveitou o palco do Primavera para (como tem feito nos shows atuais) mostrar canções inéditas do vindouro quarto álbum. A festa começou com “Darts of Pleasure” e “Tell Her Tonight”, que bastaram para Alex Kapranos e compania terem o público nas mãos. “Right Thoughts”, a primeira das inéditas, não impressionou (eles tocaram ainda “Brief Encounters”, “Fresh Strawberries”, “WTICSFIFL? Midnight!” e “Trees & Animals”), mas o caminhão de hits (“Take Me Out”, “Walk Away”, “This Fire” e outras) fez todo mundo pular.

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Por fim, às 02h15 da manhã, Jason Pierce adentrou o palco aplaudindo o público e sua banda. Pegou a guitarra e atacou logo de cara “Hey Jane”, primeiro single do disco novo (e com um clipe sensacional). Durante pouco mais de uma hora, o Spiritualized fez do Primavera Sound uma missa. Almas levitavam ao som de “Lord Let It Rain On Me”, “Soul on Fire”, “Ladies and Gentlemen We Are Floating in Space” e a sensacional “Come Together”, quase dez minutos inesqueciveis, fecho de ouro para uma noitada inesquecível. Hoje tem mais. Aguarde.

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Leia também:
– Tudo sobre o Primavera Sound 2012 (aqui)
– Tudo sobre o Primavera Sound 2011 (aqui)
– Tudo sobre o Primavera Sound 2010 (aqui)

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