Random header image... Refresh for more!

Posts from — julho 2011

FIB 2011, Dia 2

fib021.jpg

Em seu segundo dia da edição 2011, o Festival de Benicassim não tomou conhecimento da torre de babel formada pelo público (35 mil na primeiro noite, 50 mil na segunda) e passou como um trator sobre a audiência deixando dezenas de ingleses capotados no chão, milhares de copos plásticos pelo terreno, litros de cerveja (energético, coca-cola e outras coisas) sendo arremessados para o alto e meus joelhos um bagaço. E ainda faltam dois dias…

undertones.jpg

O primeiro show do dia seria às 18h, mas por uma questão de estratégia e tentando preservar o pouco do condicionamento físico que ainda resta, chegamos na maratona às 21h30 para dividir-se entre dois shows que começavam às 21h45: Brandon Flowers no palco principal e Undertones no menor palco. Primeiro os irlandeses, por uma questão de respeito, e eles não decepcionaram: com um som bastante potente e um repertório lotado de hits, fizeram um baita show que teve como ponto alto, claro, o hino “Teenage Kicks”.

fib05.jpg

Mito conferido, bora para o palco principal – absurdamente tomado pelo público, que tentava ser convencido de que a carreira solo do vocalista do Killers tem alguma coisa que preste (uma ou duas canções e olhe lá – uma delas: “Was It Something I Said?”). O show estava morninho até Brandon retirar da cartola, na última canção da noite, um remix poperô de “Mr. Brightside (Jacques Lu Cont Remix)” que transformou o FIB em uma enorme balada da Vila Olímpia.

fib031.jpg

O Elbow abriu seu show com “The Birds” e estendeu a canção por oito longos (e chatos) minutos. Depois disso só restava correr para ver o Art Brut. Eddie Argos e compania entraram com um pique absurdo tocando todos seus hits (“Formed a Band”, “My Little Brother”, “Modern Art”) em versões esporrentas e inspiradas. Eddie surfou na galera (o Urbanaque filmou. Assista aqui), provocou (e agradeceu) o Morning Benders e deixou todo mundo surdo e com um sorriso no rosto. Grande show.

strokes2.jpg

No palco principal, mais um capítulo da novela “os Strokes vão ficar juntos até o Planeta Terra?”. Eles tinham uma hora e meia de show, mas entraram 10 minutos atrasados (como no Coachella) e saíram sem falar nada 15 minutos antes. 18 músicas em pouco mais de uma hora. O abismo entre os hits antigos e as músicas novas é imenso, mas esse foi um dos melhores shows que vi do Strokes nos últimos dois anos – talvez porque a banda engatou um som no outro evitando que Julian abrisse tanto a boca e falasse bobagem. Mesmo assim, fica cada vez mais nítida a falta de vontade de Julian, ou como cravou um dos jornais espanhóis, “a falta de carisma”.

strokes1.jpg

“New York City Cops” abriu a festa com toda audiência nas mãos da banda, mas o grande momento do festival até agora foi “Last Nite” com um coro de 30 e tantas mil pessoas encobrindo o som do quarteto. Bonito de ouvir, mas o show teve vários momentos de bocejo. A noite ainda seguiu-se com uma discotecagem meia boca de James Murphy e com uma apresentação ensandecida do Friendly Fires (o grande destaque do FIB 2011 até agora), que entrou no palco principal às 3 da manhã e manteve todo mundo acordado e pulando até às 4h.

fib041.jpg

O festival segue neste sábado com o show correto do Tame Impala (20h), a boa promessa do Bombay Bicycle Club (22h30), os chatinhos do Mumford and Sons (23h), Beirut tocando o disco novo (00h) e a avalanche do Arctic Monkeys (00h30) e do Primal Scream (02h30). Ainda tem Big Audio Dynamite (02h) e Derrick Carter, que fecha o terceiro dia às 06h45. Partiu para a praia porque é preciso recuperar as energias.

fib011.jpg

Fotos: Marcelo Costa http://www.flickr.com/photos/maccosta
*com exceção da foto do Undertones, crédito FIB 2011
– Destaques dos quatro dias do FIB 2011, por Marcelo Costa (aqui)

julho 16, 2011   No Comments

FIB 2011, Dia 1

fib01.jpg

Com um line-up tímido, dezenas de milhares de ingleses (a grande maioria, bêbado), sol castigando a nuca, batatas-frias atoladas em maionese e muita, mas muita cerveja, o Festival de Benicàssim deu a largada de sua edição 2011 prometendo tornar-se histórico nos três dias seguintes, pois se o bicho pegou com Dorian, Paolo Nutini, Plan B e The Streets no palco, imagina quando Arcade Fire, Strokes, Arctic Monkeys e Primal Scream entrarem em cena… haja coração e pernas.

fib02.jpg

Em termos de shows não há muito o que falar da primeira noite. Perdemos Anna Calvi (ela tinha uma hora de show e só tocou 40 minutos), paqueramos Julieta Venegas (que começou o show com “Amores Platonicos”, de seu último álbum, e emendou na sequencia o grande hit “Limón y Sal” – para delirio dos espanhóis) e Lourdes Fernandéz, nome real da ruivinha Russian Red, atual sensação do folk indie espanhol (e gracinha), e subimos num palco para cantar algo que não lembro com não sei quem.

fib04.jpg

O público compareceu em massa ao festival mesmo não existindo nada tão relevante em termos musicais apresentando-se no primeiro dia, e enquanto rolava o show de Mike Skinner (aka The Streets) já na alta madrugada, mais gente chegava para a noitada eletrônica – que iria se estender pra lá das seis da manhã com Guille Milkyway e Lesser Gods. A embaixada britânica pediu para que os ingleses não bebam muito e não capotem em qualquer lugar, mas claro que eles não obedeceram.

fib03.jpg

A sexta-feira de sol pede praia, cerveja e descanso na compania do Urbanaque e da Popload, que também estão cobrindo o FIB 2011. Na programação pessoal, The Undertones (21h45), Herman Dune (22h45), Art Brut (23h45), Strokes (00h45), James Murphy (01h30) e Frindly Fires, que entra no palco às 3h prometendo tocar até as 4h. O Festival de Benicàssim 2011 só está começando…

– Fotos: Marcelo Costa http://www.flickr.com/photos/maccosta
– Destaques dos quatro dias do FIB 2011, por Marcelo Costa (aqui)

julho 15, 2011   No Comments

Barcelona de mi corazon

barcelona.jpg

Quem acompanha esse espaço sabe que tenho uma queda enorme por Barcelona, então caminhar no Passeig de Gràcia é especial – mesmo após quase 24 horas de viagem, três aeroportos e o escambau. La Pedrera continua me encantando à noite.

Agora é hora de sono para amanhã ter pique para o primeiro dia do Festival de Benicassim 2011. A produção do festival ainda não divulgou os horários de cada show, mas o Fábio (@fabiopixies) descolou essa prévia de um blog que confirmou banda a banda. Veja aqui.

Mas tenha esse horário apenas por base se você está indo. Ele não é o oficial. Vai que os Strokes entram às 23h e você perde o show. É só pra você ir se planejando…

julho 13, 2011   No Comments

Três filmes: o vizinho, a esposa, o casamento

homem.jpg

“O Homem ao Lado”, de Mariano Cohn e Gastón Duprat (2009)
Leonardo (Rafael Spreguelburd) é um designer (almofadinha) que vive com a esposa e a filha na única casa construída na América pelo famoso arquiteto Le Corbusier. Tudo segue nos conformes até que o vizinho, Victor (Daniel Aráoz), decide abrir uma janela em frente a sua (a cena de abertura é genial). O grande filme argentino dos últimos dois anos parte de uma premissa simples para mostrar o quanto um fato corriqueiro pode afetar o trabalho, o relacionamento, a vida de uma pessoa. Leonardo tenta negociar com o vizinho uma maneira dele não fazer a janela, e (o divertidíssimo) Victor começa a ocupar um espaço na vida do designer levando-o quase ao colapso. Em alguns momentos, “O Homem ao Lado” lembra bastante a temática de “O Invasor”, mas soa ainda mais palpável (todos temos vizinhos, mas nem todos somos donos de empreiteiras) que o excelente filme de Beto Brant. Premiado em Cannes pela fotografia (que assim como a cor usada no filme não me agradou), “O Homem ao Lado” merece ser visto pela forte (e hilária) atuação de Daniel Aráoz e pela boa sacada de realidade.

casamento.jpg

“O Casamento do Meu Ex”, de Galt Niederhoffer (2010)
“The Romantics” (o título gringo é melhor) segue uma velha linhagem de filmes inspirados nas dúvidas que surgem com um casamento. Aqui as coisas seguem o padrão de “O Casamento do Meu Melhor Amigo”, em que o personagem de Julia Roberts descobre-se apaixonada por Dermot Mulroney quando este irá se casar com Cameron Diaz. “The Romantics” tenta fugir da fórmula colocando um homem entre duas amigas (as românticas do título gringo) e até consegue algum charme nos sorrisos sem jeito de Katie Holmes (sedutores desde o tempo em que ela fazia Dawsons Creek) e na forte presença de Anna Paquin, mas derrapa ao tentar construir um cenário de tensão amorosa que soa extremamente superficial. A história: Laura (Katie) namorou Tom (Josh Duhamel) por quatro anos, eles terminaram até que ele decidiu casar-se com a melhor amiga da Laura, Lila (Anna), enquanto ainda saia com ela. O casamento é um pretexto para velhos amigos marcarem presença, mas o roteiro não aprofunda a relação de amizade, desperdiça bons atores e parece tão superficial quanto uma novela da Globo.

potiche.jpg

“Potiche”, de François Ozon (2011)
Um dos mais badalados cineastas franceses surgidos na virada do século passado, François Ozon ainda é mais fama do que arte. O tenso “Swimming Pool”, de 2003, foi um grande acerto (e rendeu semanas de sonhos proibidos com Ludivine Sagnier), mas Christophe Honoré aparece quilômetros à sua frente (principalmente por “A Bela Junie”, “Em Paris” e “Canções de Amor”). Isso porque Ozon parece apreciar a superficialidade, caso de “Oito Mulheres” (2002), que até divertia o espectador na sala do cinema, mas acabava soando esquecível. “Potiche” sofre do mesmo mal. Há referencias demais e pouca profundidade. E olha que Ozon foi buscar inspiração na política, no feminismo e no humanismo, temas caros aos franceses, mas o filme apenas acena fugazmente aos temas (verdadeiras esposas troféu). “Potiche” até funciona no quesito comédia (embora até nisso tropece no final, quando o roteiro tenta abraçar o mundo), com Catherine Deneuve brilhando em cena escudada por Gérard Depardieu (reeditando o affair do excelente “O Último Metrô”, de Truffaut) e Fabrice Luchini, mas poderia ser algo muito melhor. Acabou ficando bonitinho, mas sem nenhuma alma.

julho 12, 2011   No Comments

Cinco fotos: Viena

Clique na imagem se quiser vê-la maior

viena3.jpg
Schiele

viena2.jpg
Blackbird

viena1.jpg
Vermelho

viena4.jpg
Vendedores Clássicos

viena5.jpg
U2: Karlsplatz

Veja mais imagens de cidades no link “cinco fotos” (aqui)

julho 11, 2011   No Comments

Festival de Benicàssim, lá vamos nós

fib2011.jpg

Quinta-feira que vem começa na Costa de Azahar, na Espanha, mais uma edição do Festival de Benicàssim. Estive lá em 2008 para ver Leonard Cohen, Morrissey, Spiritualized, My Bloody Valentine, Sigur Rós, Raconteurs, Babyshambles e retorno agora para ver algumas coisas desse line-up acima e beber Heineken espanhola. Bora.

Leia também:
– Os quatro dias do Festival de Benicassim 2008 (aqui)
– Os três dias do Rock Werchter 2008, na Bélgica (aqui)
– Dois dias de T In The Park 2008, na Escócia (aqui)
– Cactus Festival, uma festa de interior… na Bélgica (aqui)
– Serpentine Sessions 2009, no Hyde Park, Londres (aqui)
– Dois dias do Festival da Ilha de Wight, na Inglaterra (aqui)
– Os três dias do Primavera Sound 2010, em Barcelona (aqui)
– Os três dias do Festival de Coachella, 2011, nos EUA (aqui)
– Os três dias do Primavera Sound 2011, em Barcelona (aqui)

julho 9, 2011   No Comments

O Editor e as Possíveis Narrativas

Sob curadoria da jornalista Rachel Bertol, aconteceu de 8 a 10 de dezembro de 2010 no Itaú Cultural, em São Paulo, III Seminário Internacional Rumos de Jornalismo Cultural – pRINCÍPIOS iNCONSTANTES. Tive o prazer de participar ao lado de Jan Feld (UOL) e de Alex Needham (Guardian). Abaixo, os vídeos.


Marcelo Costa, Scream & Yell


Jan Feld, UOL


Alex Needham, Guardian


Bate papo final

julho 6, 2011   No Comments

Notas sobre Fahrenheit 451, de Truffaut

truffaut.jpg

A Tatiana Lima me cobrou uma posição melhor de “Fahrenheit 451” na minha lista de filmes de Truffaut (ele está lá nas últimas posições à frente apenas do fraco filme de época “A História de Adèle H.”), mas não acho a produção tão bem resolvida. A mensagem totalmente derivada do livro de Ray Bradbury é forte, mas a ficção cientifica (Truffaut em outro filme de gênero) do cineasta não seduz.

“Fahrenheit 451” é lento, pesado (as cenas de ação são tediosas) e sofre de hipervalorização da mensagem, o que de certa forma explica sua trajetória cult (e todos os ensaios científicos). Bom para se discutir em sala de aula. Tedioso numa sala de cinema. No entanto, gostei desse ensaio da professora Terezinha Elisabeth da Silva sobre o filme embora tenha dúvidas se o filme é mais conhecido do que o livro (como ela diz no segundo parágrafo).

 “Montag e a memória perdida: notas sobre Fahrenheit 451 de François Truffaut”

“François Truffaut registrou em seu diário que, em Fahrenheit 451, havia tantas referências literárias quanto nos filmes que Godard havia dirigido até aquele momento (Escobar,1995). Na fala de Truffaut há uma leve provocação a Godard, também grande amante dos livros, seu parceiro em várias realizações e com quem, ao lado de outros cineastas, como Chabrol e Rohmer, participou da Nouvelle Vague francesa.

Fahrenheit 451, dirigido por Truffaut em 1966, é, de longe, muito mais conhecido que o livro de Ray Bradbury, publicado em 1953, em que o filme se baseou. Na maioria das vezes, quando se fala de Fahrenheit, o livro de Bradbury sequer é mencionado, o que evidencia a potência que a imagem cinematográfica tem de se imprimir na memória coletiva das massas.

Embora seja conhecido e citado, o filme não chegou a ser lançado em vídeo no Brasil. Considerado pela crítica especializada um dos piores, senão o pior, entre os filmes de Truffaut, Fahrenheit não é, certamente, uma obra-prima do cinema. É um trabalho crítico e marcante, onde o que fala mais alto é o amor declarado e dedicado por Truffaut aos livros e à leitura (continua aqui)”.

julho 5, 2011   No Comments