FIB 2011, Dia 2
Em seu segundo dia da edição 2011, o Festival de Benicassim não tomou conhecimento da torre de babel formada pelo público (35 mil na primeiro noite, 50 mil na segunda) e passou como um trator sobre a audiência deixando dezenas de ingleses capotados no chão, milhares de copos plásticos pelo terreno, litros de cerveja (energético, coca-cola e outras coisas) sendo arremessados para o alto e meus joelhos um bagaço. E ainda faltam dois dias…
O primeiro show do dia seria às 18h, mas por uma questão de estratégia e tentando preservar o pouco do condicionamento físico que ainda resta, chegamos na maratona às 21h30 para dividir-se entre dois shows que começavam às 21h45: Brandon Flowers no palco principal e Undertones no menor palco. Primeiro os irlandeses, por uma questão de respeito, e eles não decepcionaram: com um som bastante potente e um repertório lotado de hits, fizeram um baita show que teve como ponto alto, claro, o hino “Teenage Kicks”.
Mito conferido, bora para o palco principal – absurdamente tomado pelo público, que tentava ser convencido de que a carreira solo do vocalista do Killers tem alguma coisa que preste (uma ou duas canções e olhe lá – uma delas: “Was It Something I Said?”). O show estava morninho até Brandon retirar da cartola, na última canção da noite, um remix poperô de “Mr. Brightside (Jacques Lu Cont Remix)” que transformou o FIB em uma enorme balada da Vila Olímpia.
O Elbow abriu seu show com “The Birds” e estendeu a canção por oito longos (e chatos) minutos. Depois disso só restava correr para ver o Art Brut. Eddie Argos e compania entraram com um pique absurdo tocando todos seus hits (“Formed a Band”, “My Little Brother”, “Modern Art”) em versões esporrentas e inspiradas. Eddie surfou na galera (o Urbanaque filmou. Assista aqui), provocou (e agradeceu) o Morning Benders e deixou todo mundo surdo e com um sorriso no rosto. Grande show.
No palco principal, mais um capítulo da novela “os Strokes vão ficar juntos até o Planeta Terra?”. Eles tinham uma hora e meia de show, mas entraram 10 minutos atrasados (como no Coachella) e saíram sem falar nada 15 minutos antes. 18 músicas em pouco mais de uma hora. O abismo entre os hits antigos e as músicas novas é imenso, mas esse foi um dos melhores shows que vi do Strokes nos últimos dois anos – talvez porque a banda engatou um som no outro evitando que Julian abrisse tanto a boca e falasse bobagem. Mesmo assim, fica cada vez mais nítida a falta de vontade de Julian, ou como cravou um dos jornais espanhóis, “a falta de carisma”.
“New York City Cops” abriu a festa com toda audiência nas mãos da banda, mas o grande momento do festival até agora foi “Last Nite” com um coro de 30 e tantas mil pessoas encobrindo o som do quarteto. Bonito de ouvir, mas o show teve vários momentos de bocejo. A noite ainda seguiu-se com uma discotecagem meia boca de James Murphy e com uma apresentação ensandecida do Friendly Fires (o grande destaque do FIB 2011 até agora), que entrou no palco principal às 3 da manhã e manteve todo mundo acordado e pulando até às 4h.
O festival segue neste sábado com o show correto do Tame Impala (20h), a boa promessa do Bombay Bicycle Club (22h30), os chatinhos do Mumford and Sons (23h), Beirut tocando o disco novo (00h) e a avalanche do Arctic Monkeys (00h30) e do Primal Scream (02h30). Ainda tem Big Audio Dynamite (02h) e Derrick Carter, que fecha o terceiro dia às 06h45. Partiu para a praia porque é preciso recuperar as energias.
Fotos: Marcelo Costa http://www.flickr.com/photos/maccosta
*com exceção da foto do Undertones, crédito FIB 2011
– Destaques dos quatro dias do FIB 2011, por Marcelo Costa (aqui)
julho 16, 2011 No Comments