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Tourist Day, Number 1

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Não teve como: o primeiro dia cheio em Nova York foi basicamente de turista. De uma passagem pela frente do decadente e histórico Chelsea Hotel (“I remember you well in the Chelsea Hotel”, declama Leonard Cohen em uma das várias placas de personalidades que moraram ali) até subida ao observatório do Empire State Building e um momento Tom Hanks na FAO Schwarz, após uma longa caminhada na garoa pela quinta avenida. Não faltou nem café do Starbucks (para espantar o frio) e uma entradinha rápida na loja da Apple para babar nos lançamentos.

Organizando o caos. A vista de Nova York do 86º andar do Empire State Building é incrível. Mesmo. Não rolou muita fila e foi tudo tranquilo – excetuando o fato de que se estava frio na rua, imagina 300 e tantos metros acima. Deu para ter uma boa ideia da cidade, e admira-la. No meio do momento de observação, a segurança do lugar aparece e fecha uma das laterais do local para que Michael J. Fox apresente a vista da cidade para a filha Esme e conceda uma entrevista exclusiva ao E! Entertainmentt sobre sua Fundação para Pesquisa do Parkinson.

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Dali para o almoço em um tradicional fast-food da cidade (o Wendys, que substituiu um pub que não conseguimos encontrar na região), a segunda cerveja da viagem (uma descartável Budweiser Light Lemon, de 4,2% de graduação alcoólica, mas muito sabor de essência de limão, que prejudica o conjunto), passagem rápida pela Times Square e uma caminhada pela quinta avenida (passando ao lado do Rockefeller Center, dos estúdios da NBC e do Rádio City Music Hall, o último com apresentação badalada de Charlie Sheen como comediante no programa.

Chegamos até o começo do Central Park, onde fica a loja da Apple e a FAO Schwarz, paraíso de brinquedos para crianças eternizado no filme “Quero Ser Grande” (1988), com Tom Hanks. Para fechar o dia, jantar em um restaurante italiano bem bom no Village, acompanhado de um chopp Brooklyn sensacional. Hoje, aliás, será dia de conhecer a cervejaria. E também de Sebadoh no Bowery Ballroom. A viagem está apenas começando…

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Mais fotos: http://www.flickr.com/photos/maccosta

abril 9, 2011   No Comments

Aprendendo com Aimee Mann

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Fotos: Marcelo Costa

Dois anos atrás, na Bélgica, eu e Lili descemos em Bruxelas para pegar um trem para Leuven, cidade que abriga o badalado festival Rock Werchter. Um casal amigo nos aguardava na estação de trem, mas quem diz que chegamos: pegamos o trem errado para Louvain e fomos parar em Otigani, quase Holanda. O cobrador, belga, apenas tentava explicar – em um inglês tão bom quanto o meu: “Leuven and Louvain: same name, but different”.

Lembrei dessa história porque eu e Renato levamos um baile do trem de New Jersey antes do show de Aimee Mann em Metuchen, uma cidadezinha de 13 mil habitantes a 50 minutos de Nova York. Procuramos no Google Maps a melhor forma de chegar ao Forum Theatre, local do show, e descobrimos que a melhor maneira era pegar o trem da Northeast Corridor em direção a Trentron, e descer em Metuchen. Mas não descemos…

Pegamos um trem que pulava dezenas das cidadezinhas da região (Metuchen inclusa) e terminava em Trenton. Descemos no ponto final e só então caiu a ficha. Estávamos em cima da hora, mas não havia muito o que fazer além de esperar o próximo trem e voltar para Metuchen torcendo para não perder muito do show. O próximo trem veio, descemos na cidadezinha e pegamos a única grande avenida da cidade em direção ao fórum. Quantos minutos perdemos: “Uns 20”, respondeu o caixa.

20 minutos = a três músicas, segundo o set list. Quando entramos no simpático, meio decadente e aconchegante Forum Theather, Aimee começava a explicar a letra de “Going Through the Motions” (do ótimo “The Forgotten Arm”, 2005). A canção veio acompanhada de piano e baixo, além do violão e um chimbau de bateria para marcar o tempo (os dois últimos tocados por Aimee). Totalmente low profile, Aimee desfilou suas canções desoladoras entre piadas e muitos aplausos.

“Odeio quando vou a um show e o artista diz que vai tocar uma música nova… mas é isso que vou fazer agora”, desculpa-se ela no meio da apresentação (sendo aplaudida efusivamente pelos presentes) e apresenta “Charmer”, boa faixa que deve estar em seu próximo álbum. “Todays The Day” e “Guys Like Me” (duas do belissimo “Lost in Space”, de 2002) surgem em versões respeitáveis (apesar da economia do formato), mas o show ganha corpo quando Aimee anuncia que fará um set de canções da trilha do filme “Magnolia”, de Paul Thomas Anderson.

“Nothing Is Good Enough” e “Save Me” surgem belas, tocantes, mas menores que a versão em disco, talvez pela sonoridade sem personalidade da bateria eletrônica (impossível que Aimee não tenha um baterista e um guitarrista, este último fez muita falta em “Freeway” e na parte final de “Save Me”). “One”, cover de Harry Nilsson do tempo em que Aimee cantava no Til Tuesday, encerra a noite de forma vigorosa.

O público aplaude efusivamente, e ela volta para o bis se surpreendendo: “Que bonitinho, vocês estão todos de pé”. Toca mais três músicas e, no meio de uma delas, ouve alguém gritar: “Você é especial”. Ela agradece e emenda: “Eu sei”, para risos gerais do teatro. O show, no entanto, não foi especial. O repertório foi bom, ela canta e conduz bem o violão (e o chimbau), mas a formação diminuta da banda não esteve a altura de suas canções. Valeu a pena (o aprendizado das linhas de trem incluso), mas ficou um gostinho de que podia ser melhor.

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abril 9, 2011   No Comments