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SWU – Dia 1

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Texto: Marcelo Costa
Fotos: Liliane Callegari

22h40, sala de imprensa. O Rage Against The Machine está fazendo uma barulheira tão braba que as paredes de compensado chacoalham cada vez que Tim Commerford toca uma corda do baixo. Bonito de ver o pique da galera cantando e urrando as letras das músicas (houve até dedicatória especial ao MST). Seria melhor que o grande público estivesse mais perto do palco (a vergonhosa área premium é extensa e os afasta dos artistas), mas mesmo assim a turma de Los Angeles se esforçou para chegar perto dos fãs com um bom show, mas aconteceu o contrário.

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Não rolou invasão, como Zack de la Rocha incentivou pelo twitter. Mas quase. Na segunda música, a muvuca era tão grande entre a galera da pista normal que Zack precisou dar um tempo e bancar o cobrador de ônibus: “um passinho pra trás, um passinho pra trás”. A barricada estava vindo para a frente, e isso aconteceu praticamente o show todo obrigando a produção a desligar o som três vezes. A banda começava a engranar, e o som parava para o público acalmar. Fácil promover o caos quando se tem um camarim caprichado e quando se está no palco, e não espremido entre milhares de pessoas. Se acontecesse alguma tragédia alguém diria: “Isso é o Brasil”. Mas não é bem assim. Bola fora do RATM (sobre um erro do SWU, a área premium).

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Voltando algumas horas atrás: Mallu Magalhães (toda linda) brigou com a microfonia no Palco Oi, mas foi o Cidadão Instigado que fez bonito. Fernando Catatau, inspiradíssimo, descontou a raiva dos problemas com o som em sua guitarra, e o público ganhou riffs fortes e empolgantes. No palco principal, Sérgio Dias enganava a plateia cantando hinos do Mutantes como “Vida de Cachorro”, “Virginia”, Fuga Nº 2″, “Top Top”, “Minha Menina”, “El Justiceiro”, “Balada do Louco” e “Ando Meio Desligado”. Bom momento: a boa versão de “A Hora e a Vez do Cabelo Nascer”.

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Já o Los Hermanos começou com “Além do Que Se Vê”, engatou em “Todo Carnaval Tem Seu Fim” e “Retrato de Ia Ia” prometendo uma noite antológica. E, de certo modo, foi… até a dobradinha “O Vencedor”/”Cara Estranho”, está última em versão enfezada, barulhenta, roqueira (melhor que show inteiro que a banda fez em 2008 abrindo para o Radiohead em São Paulo). Porém, depois desse momento de beleza roqueira, a banda decidiu colocar o público para dormir e o show ficou chatão. Ninguém chegou a roncar, e a maioria acordou para cantar “Sentimental” e pular em “A Flor”, mas ficou no ar a sensação de “eles podem mais, só não querem”. Chatos.

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O saldo desse primeiro dia (não rolou de ver Superguidis, Curumin e Apples in Stereo – coisas de festival, mas Cidadão valeu) foi ok. Se musicalmente o festival está devendo (e deve continuar, mesmo com a promessa dos grandes shows da segunda-feira), a estrutura está funcionando dentro do possível. Ainda é preciso disponibilizar mais caixas (as filas estavam imensas) e encontrar uma saída para o problema “área premium” (segunda tem QOTSA, tenso), mas é melhor esperar até o terceiro dia para fazer uma análise completa, um balanço geral. É só o começo do fim de semana e o primeiro dia de um festival que tem tudo para dar certo, mas alguém precisa ir anotando os erros. Eles podem custar caro.

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Amanhã tem… Jota Quest.

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