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Posts from — junho 2010

Manhã em Istambul, noite em Londres

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Acordamos animados para a nossa última manhã em Istambul. Sol lindo no céu, povo animado nas ruas, o som da reza nas mesquitas no ar, muita coisa ainda pra conhecer. Aproveitamos que estávamos ali do lado e fomos ao Palácio Topkapi, lógico, sem a intenção de vê-lo inteiro, afinal o palácio circundado por muralhas tem uma área total de 700 mil metros quadrados, área maior que a do Vaticano e metade do que o principado de Mônaco.

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Construído entre 1475 e 1478 (e aumentado nos sultanados seguintes), o Topkapi foi o centro da administração do império otomano por mais de 400 anos, sendo um belo exemplo da arquitetura otomana e um ponto de partida para entender a força do império, a religião islã, o sultanato e suas particularidades (as vestes, o harém e tudo mais). Construções imponentes, muitos detalhes em azulejaria e pinturas belíssimas, objetos religiosos e uma vista para o Bósforo completam o passeio.

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Até que pelo tempo que tínhamos conseguimos aproveitar bem o Topkapi. Na saída ainda demos uma esticada no Hipodramo (que fica ao lado da Mesquita Azul, e antigamente recebia corridas de bigas para um público de 100 mil pessoas, mas hoje é só uma praça), local que abriga a relíquia mais antiga da cidade: um obelisco egipicio de 3500 anos trazido para Istambul pelo imperados Teodósio I do Templo de Karnak, em Luxor. Terremotos vem e vão e o Obelisco ali, imponente.

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Nos atrasamos (cinco minutos só) para o shuttle que iria nos levar ao aeroporto de Sabina Góksen (que atende as companhias barateiras, como a Easyjet), no lado asiático, 1h30 distante da cidade (o aeroporto principal, Atatürk, é bem mais perto e acessível) num daqueles translados que parecem eternos. De Sabina, vôo de quatro horas para Londres (mas fuso horário de duas) e chegamos no aeroporto de Luton com nossos 40 quilos de bagagem às 18h.

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A entrevista na imigração foi tensa e engraçada. Um senhor grisalho perguntou o que nos trazia a Londres, e comentamos que estávamos indo ver um show do Paul McCatney na Ilha de Wight. “Você tem os tickets?”. “Não, compramos pela internet e vamos retirar na hora”. Silêncio. “Quanto custou?”. “Cerca de 250 pounds”. Silêncio. “Cada um ou os dois?”, como se ele estivesse por dentro do preço de ingressos para festivais no Reino Unido. Antes de liberar, ainda ironizou Lili: “Você devia ser jornalista e ele arquiteto. Arquitetura é coisa de homem”. Ok, bye bye tiozinho.

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Chegamos em Shephers Bush (bairro que deu ao mundo o Who) quase às 21h, detonados de cansaço. Tempo nublado e frio na cidade. Comemos em um restaurante indiano e apagamos. O dia (nosso único dia inteiro em Londres na viagem) promete muito (Nationa Gallery, passeio em Covent Garden, lojinhas de Cds, Tate Modern à noite) e amanhã de manhã partimos para a Ilha de Wight (e previsão garante: vai chover no festival). Fim de viagem tremendamente corrido, mas está valendo a pena.

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junho 11, 2010   No Comments

Em Istambul: “5 euros, 10 liras, muito barato”

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O povo turco tem o dom para o comércio e usa essa dádiva com um bom humor que impressiona (principalmente aqueles que já foram “maltratados” em alguma loja em Paris). Eles perguntam seu nome, de onde você vem, e assim que você responde “Brasil” eles soltam tudo o que sabem sobre o país privilegiando o “Bom dia”, o “Obrigado”, o “Bom negócio” e o “Muito barato” (item importante). Eles te tratam bem, e parecem fazer isso muito mais por prazer do que por comércio.

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O nosso terceiro dia de Istambul foi, de longe, o melhor, e não só de nossa estadia aqui, mas também um dos melhores dias de toda a viagem. Caminhamos em uma igreja (hoje museu) de quase 1500 anos, entramos em uma outra mesquita, navegamos pelo estreito de Bósforo (e vimos o Mar Negro no horizonte), visitamos as ruínas de um castelo bizantino, bebemos chá, voltamos ao Spice Bazaar e ao Grand Bazaar e terminamos o dia comendo pide, a pizza turca.

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Logo de manhã, com o sol finalmente marcando presença, entramos na Hagia Sophia, primeira catedral desenhada no formato de basílica de três naves com cúpula, modelo que a igreja católica iria usar muito posteriormente. Há tanta história entre as paredes da Hagia Sophia que chega a causar arrepios. Ela está judiada, mas continua imponente tendo sobrevivido aos piores terremotos que abalaram a Turquia nos últimos mil anos.

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Hagia Sofhia começou como uma igreja, construída por Justiniano em 537. Em 1204 foi pilhada pelas cruzadas e por vikings ao mesmo tempo em que era elevada a posição de igreja matriz do catolicismo. Em 1261 passou a ser uma catedral ortodoxa e só em 1453 foi transformada em mesquita, e assim funcionou até 1935, quando virou museu. E a grande obra do Museu Hagia Sophia é o próprio prédio, histórico, grandioso e arrepiante. Uma jóia.

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Dali partimos para o Nostalgic Bosphorus Tour (dica do Carlos), uma passeio de barco que sai do porto de Eminönü, quase no Mar Marmara, e vai até o porto de Anadolu Kavagi, quase no Mar Negro. O barco navega o estreito de Bósforo inteiro parando de um lado na Europa, do outro na Asia. O Bósforo separa os dois continentes, e foi o principal caminho para que Rússia e países do Oriente Médio chegassem ao Mar Egeu e ao Mediterrâneo, e, consequentemente, à Europa.

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No último porto do passeio de 1h30, na vila de Anadolu Kavagi, há ruínas de um castelo bizantino, que foi ocupado durante séculos visando a proteção da entrada do estreito para quem vinha do Mar Negro. Pegamos um taxi para subir até o castelo (pela falta de tempo) e ganhamos um guia: o motorista Ismail, um senhor que está aposentado faz 25 anos depois de ter trabalhado por 35 na monitorização do estreito por parte do exército turco.

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Segundo Ismail (aqui numa foto conosco), a vila de Anadolu Kavagi tem 4 mil habitantes, mil destes soldados que trabalham até hoje monitorando a entrada do Bósforo. Ismail contou detalhes das ruínas, relembrou histórias do exército, contou da família e disse que no final da estrada paralela ao castelo, já no Mar Negro, há uma vila de pescadores que faz um peixe ótimo (segundo ele, menos salgado que o peixe tradicional devido a baixa salinidade do Mar Negro). Uma simpatia.

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Acabamos, no entanto, comendo um peixe na própria vila de Anadolu, quase em frente ao porto. Porém, se você um dia for fazer esse passeio (e faça, pois vale a pena), saiba que grande parte dos restaurantes de frutos do mar ali não vendem bebida alcoólica, pois o consumo é proibido pelo Islã. Cheguei a pedir, me disseram que não tinham, mas sai atrás de uma latinha para acompanhar o peixe, e encontrei. Voltei pra mesa, mas antes de abrir me alertaram (amigavelmente) que era proibido beber ali. Religião é religião, e a cerveja (essa) foi parar na mochila.

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A viagem de volta foi tranqüila e sonífera, e chegamos em tempo de passar novamente pelo Spice Bazaar (em que os venezianos vinham vender suas especiarias na antiguidade) e pelo Grand Bazaar para comprar presentes pros amigos. No primeiro, um jovem do Curdistão me atendeu. Ele tem 18 anos, mas planeja aos 22 ir embora para a Espanha. “Preciso aprender a falar espanhol primeiro”, comentou em um inglês muito melhor do que o meu (o que não é difícil, diga-se de passagem).

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No Grand Bazaar, quase fechado, paramos em uma lojinha de pashminas. Enquanto Lili escolhia, o dono conversava comigo, e um funcionário mais novo, filho de um amigo dele, acompanhava nossa conversa para aprender como se fala o inglês (logo comigo, que tenho um inglês péssimo). Mesmo assim foi divertidíssimo. Trocamos impressões sobre o Brasil e a Turquia (“Você está brincando que o Brasil inteiro é quase do tamanho da Europa?”) enquanto Lili aprendia – na marra – a arte da barganha. Valeu a pena. A gente acha…

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Ainda comprei uma camisa da seleção brasileira (pirata, mas boa: era 25 liras, mas quando fui virando as costas caiu pra 20 e assim que pisei fora da loja ele disse 15. Comprei) para ir à rigor em clima de Copa do Mundo ao Festival da Ilha de Wight, sábado e domingo. Nesta quinta, começo da tarde, voamos para Londres, e a saudade de Istambul já começa a bater no peito. Antes, porém, queremos ir ao Palácio Topkapi. Melhor descansar.

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Ps1. O Strokes, que fecha o segundo dia do festival da Ilha de Wight (eu quero mesmo é ver o Vampire Weekend), fez um show secreto hoje em Londres. Veja o set list aqui

Ps2. O Islã proíbe o consumo de bebidas alcoólicas, mas a Turquia faz algumas belas cervejas, como a Gusta e a Efes. Desta última experimentei a Dark, a Extra e a Brown (essa), que nada mais é que uma cerveja com gosto de café. E fica bom!

Ps3. O passeio de barco pelo Bósforo custa 25 liras, ida e volta (e a lira está quase 1 pra 1 com o real). Você pode olhar os horários dos barcos neste link aqui.

Ps4. Provei Cola Turka (aqui). Até o Golé Cola é melhor.

Ps5. Alguém sabe nos dizer o que vendem esses carrinhos aqui?

Ps6. No Grand Bazaar você é obrigado a pechinchar. No Spice, não. O preço que eles falam é o preço que será (pode até rolar um desconto, mas não é obrigatório).

Ps7. London Calling

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junho 9, 2010   No Comments

18 países asiáticos reunidos em Istambul

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Apesar da chuva, do frio e do tempo nublado, o clima está quente em Istambul. A cidade recebe líderes de 18 países asiáticos para discutir, entre outras coisas, o ataque israelense sobre a frota humanitária internacional e o controverso programa nuclear iraniano. O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, e o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, devem participar da cúpula.

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Nesta terça, uma bomba explodiu no lado europeu da cidade deixando15 feridos. O alvo era um ônibus com policiais, mas a maioria das vitimas eram civis que estavam passando pelo local. Nenhum pânico na cidade, no entanto. Soubemos do atentado pela Greice, que sabia que a gente estava por aqui e ficou preocupada. Não vimos nada de diferente que denotasse um clima de preocupação.

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De manhã olhamos algumas tumbas de sultões e familiares (incrível a quantidade de túmulos de crianças)  em bonitas mesquitas que fazem parte do complexo Hagia Sofia, passamos pela Cisterna Yerebatan (que abrigou cenas do filme “007 contra Moscou” e tem clima fantasmagórico com direito a música clássica e iluminação intensa) e, pra fugir da chuva e da fila do Museu Sofia, fomos para o Grande Bazaar.

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O local tem mais de 3 mil lojas, e é só olhar para algo que chega alguém perguntando se você quer comprar. Você pensa e o cara diz um preço. Você diz que está caro e então começa a negociação. É uma arte que é engraçada nas primeiras vezes, mas cansa. Porém o lugar é bonito demais. Lili comprou várias coisas. Vou comprar umas bolachas de cerveja desenhadas em azulejo no Spice Bazaar. Esse foi o nosso dia.

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Devido ao atentado, melhor não arriscar ficar marcando bobeira, então vamos descansar e jantar mais cedo. E dormir, se conseguirmos. Nosso hostel fica na balada. Ontem, duas da manhã, parecia que eu estava dentro de algum boteco da Augusta (mesmo deitado na cama). A algazarra foi até às três, e eu devia ter seguido o conselho do Carlos, meu conselheiro para assuntos europeus, e não ter ficado no centro antigo.

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Que o sol saia nesta quarta-feira (e que não aconteça nenhuma atentado).

Ps1. As cervejas turcas estão se revelando uma ótima surpresa. Bebi duas Gusta hoje (essas aqui: uma weiss e uma dunkel weiss) simplesmente deliciosas, daquelas que eu teria na geladeira em casa fácil.

Ps2. Como a chuva chegou para ficar (parece que o sol só vai sair na quinta-feira, quando estivermos partindo para Londres) decidimos ir para algum lugar fechado hoje à noite, um shopping. Escolhemos um na parte nova da cidade, mas no meio do caminho desistimos e fomos caminhar na garoa pela rua comercial de Istambul, a Istiklal, e ver a cidade. Valeu a pena.

Ps3. Estou adorando a comida turca. O kebab é ótimo e hoje de manhã descobri o pide, a metade do caminho entre a esfiha aberta e a pizza. Gostei tanto que comi um de manhã no meio da rua e agora pouco no restaurante turistão aqui do lado do hostel. Os dois estavam bons, mas o “true” da manhã estava beeeem melhor. Lili amou uma caçarola de cordeiro que comeu no jantar.

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Ps4. Os turcos são o bom humor negociante em pessoa. Sorriem para você a todo momento, tentam falar espanhol e às vezes solta uma palavra em português no meio da negociação. Sempre sorrindo.Ps5 E eles sempre tem a resposta na ponta da língua. No Grand Bazaar, para fugir de um vendedor de tapetes, comentei que estava viajando e que não teria como carrega-lo. E ele: “Sem problema, my friend: enviamos por correio”. Risos

Ps6. Nesta quarta, Hagia Sofia e Palácio Topkapi. Se fizer sol, passeio de barco no Bósforo,. Dedos cruzados pela segunda alternativa, afinal ainda não pisamos na Asia.

Ps7. Quinta e sexta, Londres. Sábado tem Vampire Weekend, Blondie, Hold Steady e Strokes no Isle of Wight. Domingo tem Suzanne Vega e Paul e mais umas bandinhas novas (veja aqui). E nós.

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junho 8, 2010   No Comments

Em Istambul, chuva

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Após três dias de sonho em Santorini, acho que poucos lugares no mundo poderiam manter o nível de astral da ilha grega. Por acaso e sorte escolhemos um desses lugares para a próxima parada: Istambul, a cidade de 10 milhões de habitantes dividida entre dois continentes (a Turquia tem 3% de sua área na Europa e os outros 97% na Asia), que um dia se chamou Bizâncio (século VII A.C.), depois Constantinopla (no ano 96), que é Ocidente e Oriente ao mesmo tempo (ok, mais Oriente) e que surpreende de várias maneiras.

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Primeiro foi a chuva. Era uma garoa no meio da tarde quando chegamos, mas se transformou num baita pé d’agua algumas horas depois (que lavou a alma e encharcou o tênis). Deu tempo de derrubar o queixo na surpreendente Mesquita Azul, considerada o último grande templo religioso Otomano. Achávamos que a encontraríamos fechada (nosso hostel é praticamente a dois minutos dela), mas ela nos recebeu – descalços, claro – e nos impressionou de modo intenso.

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Construída entre 1609 e 1616, a Mesquita Azul tem 260 janelas, mais de 21 mil peças de azulejaria e centenas de metros de tapete que recebem os muçulmanos que aqui vem rezar (e os turistas, que ficam embasbacados com a obra de arte do arquiteto Mehmet Aga). O clima é de paz e apenas alguns escritos retirados do Alcorão fazem menção à religião (ao contrário das igrejas católicas, lotadas de estátuas, santos e pinturas que mais intimidam do que convidam a contemplação).

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Exatamente na sua frente, do outro lado da praça, está a Santa Sofia, construída no ano de 573, e que após ter sido uma Igreja e uma Mesquita passou a abrigar um museu (fechado às segundas). Assim, temos uma agenda lotada para a terça, quarta e quinta. A idéia é visitar a Santa Sofia e a Cisterna Yerebatan na parte da manhã, e partir para o Grand Bazaar e para o Spicy Bazaar na parte da tarde/noite. Quarta, se o sol sair, vamos navegar pelo Bósforo e visitar o Palácio Topkapi. E quinta temos a manhã livre para ir atrás de algo que faltou. Que o tempo melhore!

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junho 7, 2010   No Comments

Domingo, descanso no paraíso

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Manja teorias malucas, certo. Santorini tem uma, tipo aquela que diz que existe uma caverna que liga São Thomé das Letras com Machu Picchu. A história que ronda a ilha vulcânica conta que Santorini é a Atlântida citada por Platão, ilha que sumiu após uma grande erupção 3650 anos atrás. Resumindo: o povo que vivia em Atlântida foi dizimado com a erupção, e o topo do vulcão afundou com boa parte da ilha. Séculos depois, o que sobrou (a caldeira e o anel) foi habitado novamente ganhando o nome de Thira, ou Santorini.

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O plano A do domingo era ir para a ilha de Ios, mas perdemos o navio do meio-dia, e o próximo e último seria às 17h (com volta no dia seguinte). Sem chance. Assim, pensando um pouco na teoria acima, optamos pelo plano B e decidimos fuçar algumas das vilas antigas, mais detonadas que Oia, mas também mais… verdadeiras. A ideia era passar por Megalohori, Messaria e Pyrgos, vilas que influenciaram gênios da arquitetura como Alvar Aalto e Le Corbusier.

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Das três, porém, acabamos passando a tarde em Pyrgos, a maior delas, uma vila que preserva a característica medieval da velha Santorini, com edificações construídas pelos venezianos no século XV no alto de um morro com a intenção de ser um forte (os venezianos construíram cinco vilas assim na ilha). A arquitetura é mais densa, as ruas são bem mais estreitas e labirínticas, e é tudo de um lirismo que encanta os olhos.

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A Santo Wines fica na entrada de Pyrgos. A casa dos vinhos da ilha promove uma degustação de seis taças de vinhos da casa por 12 euros (incluindo petiscos), ou doze taças de vinhos diferentes por R$ 18 euros. Mesinhas são colocadas na beira do precipício para uma visão paradisíaca do Mar Egeu. A winery fica em uma encosta no meio da ilha e a visão do arquipélago é impressionante e recompensadora. Os vinhos, doces demais, não são o grande destaque, mas a vista vale a visita.

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O plano C incluía uma ida para Fira, para descermos de teleférico para o antigo porto da cidade, mas a demora do ônibus nos fez desistir e voltar pra casa. Aliás, dica importante de Santorini: se você tiver carteira de motorista, alugue um carro (quadriciclo e moto já são pra corajosos). Os pontos turísticos são distantes e os ônibus costumam atrasar (mas passam). Uma vantagem é que a quantidade absurda de rent a car na cidade coloca os preços lá embaixo. Vale investir.

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Último dia na terra de Santa Irene, vale um balanço. A ilha tem praias ótimas (Perissa, Perivolos, Red Beach, Kamari) e vilas que merecem ser visitadas. Oia (ou Ia) é o lugar, mas Fira, a capital da ilha, merece um olhar delicado (há uma catedral ortodoxa lá que parece ser bem interessante, mas que vamos deixar pra próxima) assim como Pyrgos (Megalohori e Messaria). Um passeio até o vulcão pode ajudar a entender a ilha e as ilhotas menores são pura curiosidade. A alma agradece.Próxima passo: Istambul.

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junho 7, 2010   No Comments

Uma casinha branca lá no pé da serra

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Pé da serra? Passado. Veja onde está essa casinha branca com quintal e janela na imensa rocha do final da Praia de Perissa, em Santorini, nesta foto aqui.

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junho 6, 2010   No Comments

Dia de vulcão, mar e donkey parade

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Aconteceu de tudo neste sábado. Visitamos a cratera de um vulcão que, segundo o folder do parque geológico que o abriga, está em “estado de tranqüilidade”. Almoçamos em uma pequena ilha cuja população não passa de 200 habitantes. Mergulhei no Mar Egeu em busca de uma piscina termal (que não estava tão quente assim). E subimos do porto para o alto da cidade cavalgando em um burro. Esse tem tudo para ser o dia imbatível da viagem.

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Do começo. Como tínhamos apenas três dias inteiros em Santorini e pouca noção do que fazer para aproveitar o tempo da melhor maneira, acabamos comprando um tour na nossa pousada, que prometia um dia bem bacana. Sou totalmente a favor de quebrar a cara, ir atrás dos pontos turísticos, descobrir coisas sozinho e desbravar uma cidade, mas de vez em quando um tour não faz mal a ninguém.

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Nosso tour começou às 11h no barco Odisseia, que nos levou para a ilha do vulcão, para uma pequena aula de geologia (viagem também é cultura). A ilha de Santa Irene (ou Thira, seu nome verdadeiro) é remanescente de um vulcão, que após uma imensa explosão perdeu sua parte superior. Ou seja: nos primórdios, toda a ilha era apenas um vulcão. Hoje em dia ela continua sendo território de um vulcão, mas a caldeira é uma ilhota separada e desabitada (com blocos negros de lava endurecida por todos os lados).

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A última grande erupção, acompanhada de um terremoto, aconteceu em 1956, e devastou grande parte das casas da ilha, o que quer dizer que a cidade bela que todos admiram tem pouco mais de 50 anos. As casas foram reconstruídas no topo dos morros, e parecem cavalgar as montanhas de rocha vulcânica como se fizessem parte da paisagem, uma sucessão de telhadinhos brancos, amarelos e azuis (estes últimos, igrejas) que encantam o olhar.

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Do Vulcano (como eles chamam) fomos para a ilha de Palea Kameni, visitar um poço de água termal que, segundo os guias, podia chegar a 60 graus positivos, então melhor tomar cuidado. O barco ficou parado a uns cem metros do poço, e lá foram os aventureiros mergulhar no gelado Mar Egeu. Vou te contar: estou completamente fora de forma. Nadei no mar razoavelmente para chegar ao poço (que nem estava tão quente assim) e sofri horrores para voltar. Cheguei com os braços dormentes e a cabeça doendo. Preciso voltar às piscinas urgentemente (mas valeu a experiência).

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Dali fomos para Thirassia, a tal ilhota de 200 habitantes. Almoçamos na beira do mar (como do mar só gosto de sereia, fui de espetinho de frango com fritas e salada enquanto Lili não rogou-se e aproveitou um espeto com camarão e lagosta). A parada final do barco, às 18h, era em um pequeno porto embaixo das casas do povoado de Oia, e uma alternativa para subir os cincoenta e sete mil degraus era… o burro.

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Burro aqui é um animal especial (cachorros também, sendo que estes passam o dia todo dormindo deliciosamente esparramados – como esse aqui). Se São Paulo tem a Cow Parade, Santorni tem a Donkey Parade com vários desses aqui espalhados pela cidade. Os burros sempre foram usados na ilha para levar mantimentos e materiais variados para o topo da cidade. O aeroporto diminuiu a função do animal, mas ainda há lugares (como Thirassia e Pyrgo) que só mesmo o burro pode ajudar no serviço.

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A priori, eu iria deixar Lili subir, e iria à pé acompanhando, mas o burro dela (e de mais umas cinco pessoas) saiu em disparada morro acima que não pestanejei e a segui trotando a um palmo do despenhadeiro, mas a Caterina (essa) foi bastante calma e prestativa comigo, não fazendo nenhum grande movimento maluco que me fizesse cair morro abaixo. E eu e Lili, que nunca sequer tínhamos andado à cavalo, passamos no teste da subida até Oia de burro (Lili chegou sorrindo e tremendo de alegria e desespero).

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E o por-do-sol em Oia, no segundo dia, ficou devendo novamente. Ele foi mais bonito que no dia anterior, pintando o mar de amarelo, dourado e laranja, mas Atacama abre 2 a 0 no marcador. Talvez no verão, sem as nuvens no horizonte, Santorini vença, mas neste momento a lembrança que temos é a do Vale da Lua, sem conversa, o que não diminui a beleza desse lugar que já foi (e continua sendo) um vulcão, e hoje é um aglomerado de vilas, praias e ruazinhas que conseguem transformam um dia qualquer em algo extremamente especial.

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O sábado foi tão completo que desistimos de fazer planos para o domingo. A primeira ideia era ir para Ios, uma interessante ilha próxima (uma hora de barco de Santorini), mas chegamos tão felizes (e meio bêbados) em casa que extinguimos planos. Amanhã acordamos, tomamos café da manhã aqui na pousada, e decidimos na hora o que fazer: se vamos nadar em Perissa, descobrir qualé a da Light House ou encarar o barco até Ios em nosso último dia na ilha de Santa Irene. Segunda-feira, Istambul…

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junho 6, 2010   No Comments

O melhor barzinho café de Ia

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Assim que terminamos o ótimo tour do sábado (assunto do próximo post), fomos deixados em Oia (ou Ia, como quiser o freguês) para vermos o por-do-sol. Tinhámos ainda duas horas e meia pela frente até o astro rei decidir se esconder atrás das nuvens, então fomos procurar um café bacaninha para matarmos tempo.

Meu desejo quase irrealizável era encontrar algum bar que não tivesse só Amstel, Heineken e Mythos, as únicas cervejas existentes aqui, e foi então que esbarramos em “Yeah Yeah Yeah Song”, do Flaming Lips, tocando em um café. Fomos ver o cardápio dos caras e eles devem ser os únicos a ter uma cerveja diferente em toda a ilha. Paramos.

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Paramos e ficamos quase três horas. Assim que entrei, o Kosta, no balcão, disparou: “Quando você quer por essa camiseta do Mudhoney?”. Escolhemos uma mesa perto da janela, e comecei a sessão degustação da Craft, uma cervejaria artesanal grega que produz weiss, pilsener e red ale de boa qualidade.

Lili parou em uma taça de vinho branco, e o sol foi morrendo enquanto bebiamos e o som tocava Talking Heads, Bowie, Velvet, Joy Division e outros. Um grupo de portugueses veio papear conosco sobre viagens e antes de encerrarmos a conta, o Drasko, que fazia o papel de garçom, nos trouxe um chopp e uma taça de vinho (a terceira de Lili) de brinde.

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Não precisa dizer que saimos altinhos do lugar (vou mandar um arquivo com umas 30 músicas brasileiras pra ele rolar ali). Então fica a dica: quem quiser gastar menos com cerveja na Grécia vai de Heineken, Mythos ou Amstel (em média, 3 euros a lata). A Craft sai por 7 euros o copo de 500 ml, mas compensa pelo conjunto no Meteor (incluindo a vista da janelinha, belíssima – todas as fotos aqui são no café).

Fora a Craft, muitas outras cervejas estreiam na lista. Uma nova belga (tinha que ser)  entra no top 5: a Carolus, em sua versão Ambrio, uma cerveja escura apaixonante com o tradicional paladar entre café e chocolate mais uma alta graduação alcoólica que pode enganar os desavisados.

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Outra boa surpresa foi a holandesa McFarland, uma ruiva bastante aprazível. Outra cerveja interessante é a Rethymnian, mais uma cerveja grega artesenal (como o Craft), com o diferencial de que esta é feita com ingredientes orgânicos. A cervejaria fica em Creta e, segundo o site (veja aqui), o mestre cervejeiro Dr. Bernd Brink espera a sua visita.

Na sequência, uma listade pilsens praticamente iguais: Alpha (bobagem), Amstel (uma das melhores da região), Mythos (uma cerveja helenica, e isso é o melhor que posso dizer dela, seja lá o que isso signifique), Kaiser (uma austríaca que eu já tinha experimentado em Veneza), a Fischer (outra pilsen normalzinha) e a… Sandy, outra daquelas que mistura Sprite com Pilsen (uma boa limonada). A lista atualizada fica assim:

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1) 5/5 – Chimay Blue, Bélgica (aqui) 9%
1) 5/5 – Chimay Red, Bélgica (aqui) 7%
3) 4,95/5 – Grimbergen Cuvée de l’Ermitage, Bélgica (aqui) 7,5%
4) 4,92/5 – Grimbergen Optimo Bruno, Bélgica (aqui) 10%
5) 4,69/5 – Gouden Carolus Ambrio, Bélgica (aqui) 8%
6) 4,65/5 – Judas, Bélgica (aqui) 8,5%
7) 4,59/5 – Kout Special Dark Beer 14°, República Tcheca (aqui) 6%
8 ) 4,50/5 – Grimbergen Blonde, Bélgica (aqui) 6,7%
9) 4,02/5 – Voll Damm, Espanha (aqui) 7,2%
10) 3,95/5 – Edelweiss, Áustria (aqui) 5,5%
11) 3,55/5 – Hofbrau Munchen, Alemanha (aqui) 5,1%
12) 3,50/5 – Soproni’s Fekete Démon, Hungria (aqui) 5,2%
13) 3,49/5 – McFarland, Holanda (aqui) 5,6%
14) 3,48/5 – Rethymnian Dark, Grécia (aqui) 4,8%
15) 2,89/5 – Craft Weiss, Grécia (aqui) 5%
16) 2,86/5 – Rethymnian Blonde, Grécia (aqui) 4,8%
17) 2,79/5 – Negra Modelo, México (aqui) 5,2%
18) 2,76/5 – Staropramen Cerný (Dark), República Tcheca (aqui) 4,4%
19) 2,75/5 – Kozel Cerný (Dark), República Tcheca (aqui) 3,8%
20) 2,74/5 – Craft Red Ale, Grécia (aqui) 4,8%
21) 2,73/5 – Pilsner Urquell, República Tcheca (aqui) 4,4%
22) 2,72/5 – Craft Pilsner, Grécia (aqui) 5%
23) 2,71/5 – Amstel, Holanda (aqui) 5%
24) 2,70/5 – Kronenbourg 1664, França (aqui) 5%
25) 2,65/5 – Arany Ászok, Hungria (aqui) 4,5%
26) 2,62/5 – Staropramen Granat, República Tcheca (aqui) 4,8%
27) 2,55/5 – Staropramen Premium Lager, República Tcheca (aqui) 5%
28) 2,54/5 – Gambrinus Svetly, República Tcheca (aqui) 4,1%
29) 2,49/5 – Hubertus Bräu, Áustria (aqui) 3,9%
30) 2,45/5 – Kozel Premium, República Tcheca (aqui) 4,8%
31) 2,28/5 – San Miguel, Espanha 4,8%
32) 2,27/5 – Kaiser, Áustria (aqui) 5%
33) 2,25/5 – Eggenberg Vollbier, Áustria (aqui) 5,1%
34) 2,20/5 – Fischer, Grécia (aqui) 5%
35) 2,11/5 – Alpha, Grécia (aqui) 5,4%
36) 2,07/5 – Wieselburger Stammbräu, Áustria (aqui) 5,4%
37) 2,05/5 – Róna, Hungria (aqui) 5%
38) 2,04/5 – Nastro Azzuro, Itália (aqui) 5%
39) 2,02/5 – Mythos, Grécia (aqui) 5,4%
40) 2,01/5 – Dreher, Hungria (aqui) 5,2%
41) 1,99/5 – Elephant, Dinamarca (aqui) 7,2%
42) 1,85/5 – Gösser Märzen, Áustria (aqui) 5,2%
43) 1,84/5 – Cannabia, Espanha (aqui) 4,8%
44) 1,10/5 – Sandy, Grécia 2,0%
45) 1,00/5 – Gösser Radler, Áustria (aqui) 2,0%

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Fotos da viagem:
http://www.flickr.com/photos/maccosta/
http://www.flickr.com/photos/lilianecallegari/

junho 5, 2010   No Comments

Um sonho chamado Santorini

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Após uns vinte minutos de espera no ponto de ônibus, ele nos deixou no meio de lugar nenhum com uma turma de canadenses (três meninas, dois meninos), que também iriam ao mesmo destino que nós: Red Beach. Outro ônibus, uma caminhada entre pedras vulcânicas e chegamos ao pequeno paraíso: uma prainha que precipitava-se sobre um despenhadeiro vermelho (daí seu nome). A visão de cima era fantástica, mas nada como se esticar na rede, abrir uma cerveja e… sonhar.

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Comentei com Lili: “Você devia ter comprado um livro ontem. Agora poderia ler e dormir”. E ela: “Mas eu não quero dormir. Eu quero ficar olhando!!!”, numa sensação que misturava admiração com um sorriso enorme no rosto. Red Beach é uma das praias famosas de Santorini, e além dela ainda existem a Light House, White Beach e as praias de Perissa, mas a pequena ilha de Thira reserva muitas surpresas e belezas.

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Primeiro de tudo: o nome oficial da ilha é Thira, e não Santorini, embora todas se refiram a ela pelo segundo nome (a junção dos nomes Santa Irini). A ilha, nos primórdios, era uma bola com um vulcão no meio. Após uma forte erupção (que atingiu centenas de ilhas ao redor, inclusive Creta), Santorini ganhou o aspecto que tem hoje: o de uma meia lua com a o vulcão isolado no meio, uma ilha dentro de outra ilha.

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O aeroporto fica numa ponta da ilha, e a vila de Perissa fica mais abaixo. O centro da cidade (que segundo o último censo, de 2001, tinha 12 mil habitantes) é Fira, agitada, cheia de lojinhas e ruazinhas, mas o que você, eu, Lili e o mundo conhece da ilha está na vila Oia (lê-se Ia): casinhas brancas sobrepostas umas as outras como se fossem marshmallow. Ruazinhas minusculas as unem, e a sensação é de que você está pisando em um território mágico.

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 O ponto alto de Oia, dizem, é o por-do-sol, o mais belo do planeta segundo… todo mundo. Na nossa primeira experiência, porém, ele ficou tímido e escondeu-se atrás de uma longa nuvem branca (e a platéia era imensa). Hoje teremos uma segunda chance, mas já adiantamos que, neste momento, o por-do-sol no Vale da Lua, no Deserto de Atacama (essas aqui e aqui) está vencendo a peleja por 1 x 0. E Tiradentes fica com o segundo lugar com este por-do-sol aqui e aqui.

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Isso não tira de forma alguma o posto de cidade encantada de Santorini. Naquela minha lista de cidades passionais, Paris e Barcelona se diferenciam de Veneza e Santorini (e, por que não, Tiradentes) porque as primeiras são cidades belíssimas com tudo aquilo que conhecemos (facilidade e dificuldades) enquanto as três últimas (nosso exemplar mineiro incluso) são pequenos sonhos incrustados em lugares especiais.

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Veneza flutua à beira do Mediterrâneo cheia de becos e vielas, onde se vai de um lugar para o outro de barco, e vê-se gandolas negras flutuando de lá pra cá entre o mar e as paredes. Santorini é uma pequena ilha no meio do Egeu, uma superlotação de casinhas brancas (as de tetos azuis são igrejas) unidas por ruazinhas minusculas que desembocam em praias e em bares aos pés do mar (tão claro, mas tão claro).

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Passamos o dia inteiro fora do hotel, e voltamos de alma lavada para casa. Hoje o dia promete. Pegamos um tour que nos levará até a cratera do vulcão, passará por duas ilhas menores, e terminará no fim da tarde ao por-do-sol de Oia. Esperamos ansiosos pelo empate, e com um gol belíssimo de Santorini, mas se não rolar, não tem problema: a cidade já nos conquistou de uma maneira que podemos ficar parados para ela olhando, olhando e olhando por horas como se estivéssemos sonhando. E não estamos.

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junho 5, 2010   No Comments

De Atenas para Santorini

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Último dia em Atenas, e fiquei com vontade de ir ao bairro anarquista, mas hoje teve greve geral dos transportes públicos, então só valia ir aonde a perna aguentasse. Fica pra próxima. Dormimos até tarde, fizemos o check-out, mas deixamos as malas no hotel, pois nosso vôo para Santorini só iria sair às 19h30. Assim, passamos o dia camelando. Para matar o tempo, escolhemos um restaurante bacaninha para almoçar (bebi Kaiser, a alemã) e depois saímos à caminhar pelo mercado de pulgas de Atenas.

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Para desespero da Lili, achei “a” loja de bootlegs da minha vida. Ok, nem tanto assim (só quase), mas fiz uma senhora compra na lojinha, 11 CDs por 40 euros. No pacote, um bootleg de Bruce Springsteen da turnê de 1992, um QOTSA caprichado com vários momentos da turnê de 2002 (aquela que teve Dave Ghrol e Mark Lanegan), um Lou Reed da turnê “New York” (1992), um Dylan duplo da turnê de 2000, mais dois Radiohead, dois Manics e dois R.E.M. \o/

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Tudo muito bonito, tudo muito legal, mas eis que olhamos para os relógios na rua e percebemos que todos estão uma hora adiantada em relação ao nosso. Ou será o nosso que está uma hora atrasada? Pergunta daqui e dali, e não é que passamos quatro dias em Atenas com o fuso horário atrasado em uma hora! Atenas adianta o relógio uma hora em relação a Greenwich, e mais uma hora do horário de verão. Assim, eramos dois brasileiros correndo e por pouco não perdemos nosso vôo.

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De resto, fora a correria, tudo tranqüilo. A viagem – que de barco demora oito horas – de avião não passa de 40 minutos. A aeronave nem termina de subir e as aeromoças já estão lhe servindo um refrigerante, e acho que não tem comida exatamente porque não daria tempo (hehe). Acho que vi golfinhos (ou tubarões, vá saber) pela janela do avião, e tudo é tão azul profundo que impressiona. Pra fechar, a pousada que escolhemos é ótima (além de ser bem barata). Amanhã, praia e casinhas brancas.

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junho 3, 2010   No Comments