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Posts from — junho 2010

Relembrando Viena em um dia de cama

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 Terça-feira, dia de folga. Nos planos, olhar mais alguns apartamentos e escrever alguns textos, mas uma intoxicação alimentar me deixou de cama o dia todo. Na impossibilidade de fazer qualquer coisa que exigisse movimentos, joguei o corpo no colchão e fui rever “Antes do Amanhecer”, para observar Viena novamente. Achei que a Zollamtssteg Bridge não era a ponte que aparece no filme, mas era. E o casal Jesse e Celine vai em um pub chamado Arena Café que tem que ter alguma relação com o Arena Viena do post anterior, pois o clima é o mesmo. No mais, o filme se passa em uma área que não visitamos, o Prater, o parque com a famosa Wiener Riesenrad, uma das rodas-gigantes mais altas e antigas do mundo.

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Aproveitando a revisão, é impressionante como “Antes do Amanhecer” não envelhece. Lançado em 1995, o filme de Richard Linklater é uma ode à inocência cuja seqüência (“Antes do Por-do-Sol“, 2004) foi um belíssimo contraponto. Os dois filmes são extremamente textuais. Conversa sobre conversa sobre conversa. E são nesses diálogos repletos de significados que reside a beleza dos dois filmes, o primeiro focando na inocência dos personagens, e o segundo pegando aquela fase da vida em que já quebramos a cara um número razoável de vezes, e por isso nos tornamos um tanto cínicos em relação ao mundo, no geral, e ao amor, em particular.

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Ps. Quem for para Viena e quiser procurar as locações do “Antes do Amanhecer” pode consultar estes dois textos bacanas aqui e aqui
Ps2. Meu texto de seis anos atrás sobre “Antes do Por-do-Sol” aqui

junho 30, 2010   No Comments

Coluna: Procura-se técnico de som

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Da série textos engavetados

Segunda-feira, 21h. O Arena, em Viena, na Áustria, recebe em seu palco uma das grandes bandas dos últimos anos, o Black Rebel Motorcycle Club (o Pavement iria tocar ali na mesma semana). O local – totalmente pichado – é uma velha fábrica transformada em casa de shows, e lembra um squat (casas abandonadas tomadas por punks), mas foi “remodelado” para receber shows. São vários bares em diversos ambientes, algumas barraquinhas de comida e até um furgão que vende chocolate quente e café. O palco é ao ar livre, tendo as sobras da fábrica de um lado (devidamente adaptadas às normas de segurança, com guarda-corpo de metal para o público que quer ver o show de algum dos dois andares da velha construção) e o muro do outro – com uma passarela lateral que também tem um guarda-corpo de metal, e que recebe muita gente não disposta a encarar a pista, um gramado em desnível que leva ao palco. As caixas de retorno parecem ter vivido dias melhores. O mesmo pode ser dito das caixas laterais, que vão entregar o som para o público (aproximadamente 4 mil pessoas), mas na hora que o show começa ouve-se tudo com perfeição. Baixo, guitarra, piano e bateria podem ser percebidos em suas nuances, e a qualidade do espetáculo é surpreendente. Corte para São Paulo, uma semana depois. A Virada Cultural agita a paulicéia, mas algo está errado. Seja no Palco dos Indies, seja no Palco da cantora CéU, o som é ruim, e prejudica as apresentações, que perdem muito de sua qualidade por algum motivo entre a falta de investimento em estrutura e/ou capacidade para comandar os botões de uma mesa de som. Isso não é novidade no Brasil. Meses atrás, o Coldplay – uma banda do primeiro escalão da música pop mundial – fez um show em São Paulo que uma parte do público não conseguiu ouvir, o que é um desrespeito não só com quem assiste, mas também com quem está no palco, que não consegue passar suas idéias em detalhes porque equipamento ou técnica não colaboram. A impressão é de que, no Brasil, a música está relegada ao segundo plano. Contrata-se artistas, organiza-se shows, vende-se ingressos, mas o grande momento de todo esse negócio, a hora que o artista se encontra com o público, é esquecido. Produtores contam o dinheiro, fãs reclamam do descaso, e tudo fica por isso mesmo. Os punks de Viena, com seus cabelos azuis e dezenas de tatuagens, são muito mais organizados e capazes do que os produtores brasileiros. Talvez devêssemos pensar em um intercambio. Os ouvidos agradeceriam.

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Fotos: My Space Arena Wien

junho 28, 2010   No Comments

A procura pelo apartamento perfeito

Semana bastante corrida por aqui. Nem bem chegamos em casa após a viagem já começamos a procurar pelo novo apartamento. Completamos em julho quatro anos na Bela Cintra, mas a dona do imóvel irá vendê-lo, e temos até 31 de julho para entregar as chaves. Gostamos muito da região, e nossa primeira idéia é ficar por aqui, mas os preços dispararam nos últimos anos, e essa área valorizou quase 60%.

Nos últimos dez dias contatamos mais de trinta apartamentos, mas só me apaixonei por dois. O primeiro, na Peixoto Gomide, era sensacional, mas quando liguei para a imobiliária descobri que já estava com a papelada de aluguel em andamento. O segundo é um na Frei Caneca, que fizemos uma proposta e estamos no aguardo da resposta. Ainda existem mais dois (uma na própria Bela Cintra e outro na Fernando de Albuquerque) na fila.

Nosso “problema” é que precisamos de uma sala grande para as estantes de CDs (quem mandou ter tanto disco) e fazemos questão de termos um segundo quarto para a família, que sempre nos visita. E gostamos de estar nessa região entre a (minha amada rua) Maria Antonia e, uma região lotada de cinemas, baladas e locais bons para comer. Mesmo assim, por economia, chegamos a olhar aps na Teodoro Sampaio e na Capote Valente, sem sucesso.

Na próxima terça-feira tiro uma folga para tentar achar o apartamento perfeito, e já começar a negociar (afinal, não basta achar o apartamento: tem cumprir todas as burocracias). Estamos entre os três dos segundo parágrafo, mas quero ainda olhar na Vila Buarque e passar novamente na Peixoto Gomide, Frei Caneca, Bela Cintra e Antônio Carlos (esta última dona de um aps mais legais que já morei em São Paulo) procurando alguma novidade. Quem sabe…

junho 27, 2010   No Comments

Uma viagem meio sem pé nem cabeça

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Voltamos para casa faz uns quatro dias, e já durante o vôo vindo de Madri eu imaginava o que falar da viagem deste ano. Os dois anos anteriores foram mais fáceis – de falar e viajar. Primeiro porque as cidades eram mais (ahñ) óbvias, e segundo porque havia o deslumbre da primeira vez. Esse ano foi a terceira viagem (minha, segunda da Lili), e tudo foi mais confuso, nublado e frio, mas mesmo assim não menos emocionante.

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A idéia inicial era ou ir para o Leste ou para a Escandinávia. Wilco e BRMC iriam tocar nas duas regiões em datas próximas, então era só ajeitar a agenda e escolher. Acabamos optando pelo Leste por motivos financeiros. A Escandinávia, dizem, é muito cara. No fim das contas, por culpa de Jeff Tweedy, acabamos esticando para a Grécia e chegamos até Istambul, definitivamente a cidade mais querida desta viagem.

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Porém, tudo começou três semanas antes, quando nosso avião pousou em Madri (numa semana em que o vulcão de nome impronunciável havia cancelado diversos vôos para a Espanha), e de lá pegamos uma conexão para Budapeste. Chegamos arrebentados no hotel após quase um dia inteiro de viagem, e mesmo assim arriscamos uma caminhada… na chuva. No domingo a cidade estava solitária e molhada. Achamos estranho.

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Na segunda partimos para Viena. Só fizemos isso por culpa do Black Rebel Motorcycle Club, que tocava em um squat super organizado da cidade nesse dia. E valeu a pena. O show foi especial, mas a cidade impressionou ainda mais. A ONU divulgou na mesma semana o ranking de qualidade de vida, com Viena no topo. Basta caminhar, observar e respirar a cidade para entender. E ouvi-la: música clássica (e, para nós, BRMC). Viena não é cinza como Budapeste. É colorida.

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No entanto, alguma coisa ali pelo terceiro dia saiu do prumo. Viena é certinha demais para quem está acostumado com uma desordem. É tocante ver garotas de olhos azuis passando de bicicleta com imensos violoncelos nas costas, mas é um saco ter que esperar para atravessar a rua no sinal verde quando não há nenhum carro se aproximando nos próximos dois quilômetros. As regras não deviam cegar.

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Mesmo assim, após o quarto dia, deixamos a cidade número 1 do ranking da ONU para voltar para mais dois dias (agora de sol) em Budapeste, a cidade em que mesmo alguns hotéis de redes mundiais têm damas da noite oferecendo seus dotes no saguão a noite toda. É só uma constatação. Não imagino isso acontecendo em tantas cidades (nem no Rio ou SP, embora em ambas não deva ser difícil pedir tal ajuda).

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Tudo bem, este fato isolado está sendo usado para diminuir a cidade, mas Budapeste não pode ser diminuída. É uma cidade de personalidade, dividida por um rio que separa Buda (antiga e bonita) de Peste (cosmopolita) falando uma língua que até o diabo respeita. E a estação internacional de metrô pode, facilmente, receber um filme de terror. Basta começar a filmar às 3 da madrugada lá. Deve ser assustador. :~

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De Budapeste um trem para Praga, e então o encanto começou. Praga é… foda. Foda. Eita cidade linda. Caminhar na Charles Bridge, mesmo com um montão de milhares de turistas, é algo único. Se perder pelas ruazinhas do centro antigo também. E ver a República Tcheca bater os quase invencíveis russos na final do campeonato mundial de hóquei no gelo na praça principal da cidade junto à torcida tcheca não tem preço.

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Uma coisa que fiquei matutando: chegar numa cidade com chuva pode nublar seu olhar tanto quanto cair em uma cidade em festa pode fazer você gostar mais ainda do lugar? Provável que sim, em ambos os casos. Mas Praga sobreviveu à dúvida e nos conquistou quatro dias seguidos. E ainda me deu a única cerveja a se infiltrar entre o império belga: no top 15 pessoal, 14 foram belgas. Só uma “estranha”, tcheca, Kout.

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Praga encerrava a primeira metade da viagem de línguas estranhas. Como esquecer da senhora fofa em Bratislava explicando pausadamente em eslovaco que o ingresso que eu comprei também dava direito a outra atração da cidade: o museu de farmácia. Isso porque perguntei a ela como se agradecia em sua língua: “D’akujem”, ela respondeu. E começou a falar algo que nunca vou conseguir reproduzir, mas entendi.

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Esse primeiro trecho da viagem foi completamente absurdo no quesito língua. Como explicar o magyar, uma língua que parece com o… finlandês. Só personagem de livro do Chico Buarque para aprender. E só mulher para fazer isso com ele. O tcheco não é menos simples, muito menos o eslovaco. Se eu disser que achei o alemão dos austríacos mais entendível você acredita? Onde a gente estava com a cabeça (risos).

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O ponto central da viagem foi Barcelona, e foi um alivio pode exercitar portunhol, mesmo em terra catalã. Se você se lembra das viagens anteriores já sabe no que se transformará esse parágrafo: uma declaração de amor à cidade que já mora no meu coração. Barcelona é poesia para mim. Simples assim. E o Primavera Sound (com Pixies, Wilco, Spoon, Pavement, XX e mais) foi um bom programa musical.

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Próxima parada: um pecado. Ficar um dia apenas em Roma é um pecado. Devia estar em algum código turístico. Fomos para Roma por causa do Wilco, e por duas horas e meia, em um lugar de acústica impecável e arquitetura surrealista (o Parco Della Musica, de Renzo Piano), o Wilco fez valer o peso da mala, o translado do aeroporto e o hotel ruim. Que noite. Que show. Que banda. Que som de guitarra, mister Nels Cline.

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Jeff Tweedy definiu o rumo da segunda parte da viagem. Fomos para Roma por causa do Wilco, e de lá para Atenas porque era o vôo mais barato da Easyjet. Simples assim (risos). E Atenas é (ou foi e ainda sofre por isso) a Grécia de “Z”, de Costa-Gravas. A economia mais frágil da Comunidade Européia pode ser flagrada nas ruas, mas como não se impressionar com a Acrópole, imponente observando a cidade do céu?

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E se reclamavamos do magyar, do tcheco e do eslovaco, o que dizer de um país em que todo mundo fala… grego (piada besta, eu sei, mas útil – hehe). No auge da paixão por Praga, disse que a cidade formava com Veneza e Paris um trio de cidadelas encantadoras. Mas eu nunca poderia imaginar que conheceria uma cidade que seria um sonho, a dona do adjetivo “paradisíaco” e com nome de santa, Santa Irene, ou Santorini.

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Dizem que Santorini é a Atlântida de Platão. Já não duvido. Uma cidade que flutua enroscada no topo de morros de um ex-vulcão com casinhas de marshmallow pode ser qualquer coisa. Vou contar – e se você leu até aqui é porque me entende, acho – que só chorei em dois momentos da viagem inteira: no segundo trecho de “Shot In The Arm”, do Wilco, em Roma, e quando ouvi “Santorini Blues”, dos Paralamas, em Santorini.

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Santa Irene vai ficar guardada em nossa memória. Até comprei um imã de geladeira de um burrinho e coloquei na geladeira para Lili sempre lembrar que subiu um morro imenso no lombo de um burrico tendo pedras de um lado, despenhadeiro do outro, o Mar Egeu azul lá embaixo, e uma trilha de escada ao infinito para cima. No fim da jornada, Lili tremia, ria e falava ao mesmo tempo, não necessariamente nessa ordem.

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Imperceptivelmente, ao traçar o roteiro, colocamos na seqüência uma das poucas cidades no mundo que poderiam manter o astral de Santorini, sem nos causar um banzo, uma vontade danada de voltar para a ilha grega. E assumo que não esperava, mas Istambul foi uma descoberta (que só eu não sabia que seria sensacional, já que a expectativa de Lili era a melhor possível).

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O que me lembra Istambul agora é o barulho, que o Carlos resumiu perfeitamente em um comentário: “Em Istambul não tem como fugir. É definitivamente a cidade mais barulhenta do mundo. É gente vendendo, gente rezando, musica alta, etc., para todo canto da cidade”. E é isso mesmo. Faz parte do jeito turco de viver, e ao contrário do que possa parecer, é bacana. Acredite: você se acostuma.

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Teve o passeio pelo Bósforo, a aula sobre a vila de Anadolu Kavagi dada pelo Ismail, um taxista que também é guia, mas que nos pareceu mais um querido vovô aposentado que, para matar o tempo, entrete os turistas que chegam de barco querendo conhecer a região – que taxista ou guia pararia o carro em frente a sua casa para pegar frutas direto de sua horta para presentear desconhecidos?

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Também teve a beleza da Mesquita Azul, a impressionante Hagia Sophia, o imenso Palácio Topkapi, a fantasmagórica Cisterna Yerebatan, as compras no Grand Bazaar e no Spice Bazaar (fizemos chá de maçã ontem, aprovado), os pratos de pide (a pizza turca) e uma longa caminhada no calçadão de Isitktal. E, claro, as cervejas turcas, deliciosas. Istambul, nos veremos novamente. Anote.

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Para o fim, Londres. Três anos atrás, quando pisei pela primeira vez na capital do mundo pop, a cidade não bateu. Não é que eu não tenha gostado de Londres, imagina, mas a expectativa era grande demais. Todo mundo falava: “Quando você for para Londres você vai pirar”. E eu não pirei. Mas na minha terceira passagem pela cidade já posso dizer que a danada está me fazendo ter sonhos europeus (risos).

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Londres é uma das poucas cidades européias que me faz ter vontade de sair à noite para beber uma cerveja e ver um bom show de alguma banda nova, algo que faço em São Paulo religiosamente ao menos uma vez por semana. Se eu morasse em Londres iria bater cartão em festas, iria gastar meu salário em CDs, vinis e shows, e teria carteirinha de cliente preferencial do Belgo, o bar belga da cidade (risos), e também do Rakes.

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Londres foi um intervalo no grande motivo da ida para o Reino Unido: ver Paul McCartney na Ilha de Wight. Vampire Weekend fez grande show. Blondie foi cool. Suzanne Vega também. Até Strokes surpreendeu. Mas histórico, como disse o rapaz do vídeo no telão (“Vocês não vão esquecer essa noite”, adiantava), foi Paul. Arrepia lembrar de “Helter Skelter”, “Live and Let Die”, “Band on The Run” e “Something”.

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Num balanço rápido, a viagem deste ano foi meio sem pé nem cabeça, mas funcionou. Acho que precisamos de algumas semanas para absorver algumas coisas da viagem, aprofundar o olhar, ampliar horizontes. A cultura de um povo é um bem inestimável. Passamos por lugares tão diferentes entre si (em língua, comida, personalidade), e tão próximos, que várias vezes nos vimos olhando o Brasil. Somos assim: várias nações dentro de uma grande nação. Viajar nos traz de volta pra casa.

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E é bom estar em casa, voltar ao trabalho, seguir a rotina. Temos contas para pagar, um novo apartamento para encontrar e mudar, e estamos aprendendo a lidar com a vontade de bater asas e sair voando para longe. Tudo tem sua hora. É só ficar de olhos e ouvidos atentos. Ou, como diria Walter Franco, tudo é uma questão de manter a mente aberta, a espinha ereta e o coração tranqüilo. Acrescento não deixar de tentar realizar sonhos à equação. A vida segue. Ainda bem. 🙂

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Top 10 Cidades
1) Santorini (uma foto)
2) Istambul (uma foto)
3) Praga (uma foto)
4) Barcelona (uma foto)
5) Londres (uma foto)
6) Viena (uma foto)
7) Bratislava (uma foto)
8 ) Budapeste (uma foto)
9) Atenas (uma foto)
10) Ilha de Wight (uma foto)

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Top Ten Lugares
1) Acrópole, Atenas (uma foto)
2) Santa Sofia, Istambul (uma foto)
3) Charles Bridge, Praga (uma foto)
4) Ôia, Santorini (uma foto)
5) Old Town Square, Praga (uma foto)
6) Parco Della Musica, Roma (uma foto)
7) Dancing House, Praga (uma foto)
8 ) Ponte Szabadság, Budapeste (uma foto)
9) Centro histórico, Bratislava (uma foto)
10) MuseumsQuartier, Viena (uma foto)

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Top Ten Shows
1) Paul McCartney na Ilha de Wight (uma foto)
2) Wilco em Roma (uma foto)
3) Vampire Weekend na Ilha de Wight (uma foto)
4) Spoon no Primavera Sound (uma foto)
5) Black Rebel Motorcycle Club em Viena
6) Strokes na Ilha de Wight (uma foto)
7) Broken Social Scene no Primavera Sound (uma foto)
8 ) Pixies no Primavera Sound (uma foto)
9) Pavement no Primavera Sound (uma foto)
10) Scout Niblett no Primavera Sound (uma foto)

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Top Ten Cervejas
1) Duvel, Bélgica (aqui) 8,5%
1) Chimay Blue, Bélgica (aqui) 9%
1) Chimay Red, Bélgica (uma foto) 7%
4) Kout Special Dark Beer 14°, República Tcheca (uma foto) 6%
5) Grimbergen Cuvée de l’Ermitage, Bélgica (uma foto) 7,5%
6) Grimbergen Optimo Bruno, Bélgica (uma foto) 10%
7) Gouden Carolus Ambrio, Bélgica (uma foto) 8%
8 ) Judas, Bélgica (uma foto) 8,5%
9) Achel Blonde, Bélgica (uma foto) 8%
10) Orval, Bélgica (uma foto) 6,2%

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Top Ten CDs comprados
1) All Miles, The Prestige Albums, Miles Davis (box com 14 CDs)
2) Disintegration Deluxe Edition, The Cure
3) Fly On The Wall – B Sides e Rarities, Paul Weller (box com 3 CDs)
4) The Complete Singles Collection, The Thirteen Floor Elevators
5) Verona, Samson e Delilah, Bruce Springsteen (Bootleg)
6) Live at Isle of Wight, Leonard Cohen
7) London Wembley Arena, 05/10/2000, Bob Dylan (Bootleg)
8 ) New York City Blues, Lou Reed (Bootleg)
9) Working For The Man Deluxe Edition, Tindersticks
10) Stone Roses Deluxe Edition, Stone Roses

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Todas as fotos por Marcelo Costa e Liliane Callegari

Mais fotos da viagem:
http://www.flickr.com/photos/maccosta/
http://www.flickr.com/photos/lilianecallegari/

junho 20, 2010   No Comments

Os CDs comprados na viagem

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Atendendo a pedidos, cá está a tradicional foto dos CDs comprados na viagem (em alta aqui). Para relembrar e comparar (e tentar adivinhar alguns títulos) tem a foto dos CDs comprados em 2008 (aqui) e 2009 (aqui). Tenho a percepção que fui mais contido neste ano. Ao contrário dos anos anteriores, em que eu entrava em lojinhas de CDs em toda cidade procurando alguma raridade, desta vez deixei para fazer isso em Londres, último trecho da viagem.

Não que não tenha comprado nada antes. Os primeiros CDs foram pegos no meio da viagem, em Barcelona. Alguns na Fnac (como o duplo ao vivo da The Band e a coletânea dupla do Eels) e outros na sensacional loja Revolver, na Calle Tallers, número 13 (site oficial aqui). Se você algum dia passar por Barcelona sinta-se obrigado a ir a esta loja. E cuidado: a sessão de bootlegs em CDs e DVDs é um perigo para a sua conta bancaria.

Os dois DVDs do Fellini (com legendas em português) foram comprados na FNAC de Atenas e a grande maioria dos bootlegs numa lojinha barateira no mercado de pulgas da capital grega. E os vinis em Cowes, na Ilha de Wight. Depois disso apenas Londres. A maioria dos CDs foi comprada entre a Fopp e as duas HMV da Oxford Street. Uns três ou quatro itens eu peguei na MVE da Berwick Street (a rua da capa do segundo disco do Oasis). Quase nada de lançamento e muitas edições especiais…

junho 18, 2010   No Comments

68 cervejas diferentes em 30 dias

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Na verdade foram 69, mas não consigo de forma alguma entender a anotação que fiz da cerveja feita na Ilha de Wight, a primeira da hora daquele almoço. E também não foram apenas 68. Nos festivais (Primavera e Isle), em que você passa um bom tempo vendo shows, bebi várias São Miguel e Carling (respectivamente). E acho que a única extra que repeti foram as deliciosas Gusta na Turquia e a passável Red Stripe, em Londres.

Das minhas cervejas prediletas faltaram a Leffe e a Hoegaarden, ambas com posições garantidas entre os dez primeiros. As duas, inclusive, eram fáceis de se encontrar, e até topamos com versões 750 ml delas em um supermercado na Ilha de Wight (a da Leffe em versão rolha), mas o supermercado estava fechado quando voltamos para compra-las. Uma pena. Uma boa cota dessa lista veio do Belgo, o excelente bar belga em Londres (em Covent Garden. Saca um clique do cardápio dos caras aqui).

Inevitável, mas a Bélgica lidera disparado a lista, e isso levando-se em conta que metade da viagem foi feita no Leste Europeu, casa da tradicional Pilsen, que não reina aqui em casa. Aliás, seria interessante alguém listar a diferença da Alpha para a Mythos e desta para Roná e desta para a Nastro Azzuro e desta para a Carling e desta para a Fisher, Grolsh, Cobra, Kaiser, Red Stripe e Staropramen… todas praticamente iguais.

Duvel é o topo certo da lista. Uma cerveja saborosa e tremendamente alcoólica, quase uma bomba relógio liquida que faz sonhar. No mesmo nível surge as Chimay, cervejas trapistas que em qualquer supermercado na Europa custa 2 euros, e no Brasil não sai por menos de R$ 20. Tanto a Red quanto a Blue são matadoras. Possível viver o resto da vida se alimentando delas.

A grande surpresa da viagem foi a Turquia. O Islã proíbe bebidas alcoólicas, e mesmo assim a Turquia fábrica ótimas cervejas como a Efes e a Gusta. Um nome para se provar em Praga é a Kout, feita em uma cervejaria que reabriu as portas faz pouco tempo, e que não tem uma boa distribuição. Local garantido de achar é no bar do prédio Dancing House, de Frank Gehry e Vlado Milunic. Tem duas ou três versões. Tente provar todas. Vale muito.

Há ainda os itens curiosos, como a Cannabis, cerveja ok feita de maconha, e fruit beers. Dessas, a Mongozo é disparada a melhor. Tem a mesma graduação alcoólica de uma Brahma, diferente das cervejas de limão (como a Sandy e as Marzens austriacas), fraquissimas. Abaixo a lista final. Para o começo do mês prometo um Top 100 incluindoas outras cervejas já listadas no Bebidinhas. Enquanto isso, um brinde. E saúde:

1) 5/5 – Duvel, Bélgica (aqui) 8,5%
1) 5/5 – Chimay Blue, Bélgica (aqui) 9%
1) 5/5 – Chimay Red, Bélgica (aqui) 7%
4) 4,96/5 – Kout Special Dark Beer 14°, República Tcheca (aqui) 6%
5) 4,95/5 – Grimbergen Cuvée de l’Ermitage, Bélgica (aqui) 7,5%
6) 4,92/5 – Grimbergen Optimo Bruno, Bélgica (aqui) 10%
7) 4,79/5 – Gouden Carolus Ambrio, Bélgica (aqui) 8%
8 ) 4,75/5 – Judas, Bélgica (aqui) 8,5%
9) 4,74/5 – Achel Blonde, Bélgica (aqui) 8%
10) 4,72/5 – Orval, Bélgica (aqui) 6,2%
11) 4,70/5 – Achel Brune, Bélgica (aqui) 8%
12) 4,66/5 – Westmalle Trappist Dubbel, Bélgica (aqui) 7%
13) 4,65/5 – Pauwel Kwak, Bélgica (aqui) 8,1%
14) 4,60/5 – Satan Gold, Bélgica (aqui) 8%
15) 4,50/5 – Grimbergen Blonde, Bélgica (aqui) 6,7%
16) 4,46/5 – Voll Damm, Espanha (aqui) 7,2%
17) 4,20/5 – Gusta Weiss Dark, Turquia (aqui) 5,5%
18) 4,09/5 – Efes Dark Brown, Turquia (aqui) 6,1%
19) 4,08/5 – Efes Dark, Turquia (aqui) 6,1%
20) 4,01/5 – Gusta Weiss, Turquia (aqui) 5%
21) 3,99/5 – Edelweiss, Áustria (aqui) 5,5%
22) 3,85/5 – Hofbrau Munchen, Alemanha (aqui) 5,1%
23) 3,65/5 – Soproni’s Fekete Démon, Hungria (aqui) 5,2%
24) 3,57/5 – McFarland, Holanda (aqui) 5,6%
25) 3,55/5 – Rethymnian Dark, Grécia (aqui) 4,8%
26) 3,01/5 – Craft Weiss, Grécia (aqui) 5%
27) 2,99/5 – Rethymnian Blonde, Grécia (aqui) 4,8%
28) 2,92/5 – Negra Modelo, México (aqui) 5,2%
29) 2,89/5 – Staropramen Cerný (Dark), República Tcheca (aqui) 4,4%
30) 2,88/5 – Kozel Cerný (Dark), República Tcheca (aqui) 3,8%
31) 2,86/5 – Craft Red Ale, Grécia (aqui) 4,8%
32) 2,85/5 – Mongozo Banana, Bélgica (aqui) 4,8%
33) 2,84/5 – Blanche De Bruxelles, Bélgica (aqui) 4,5%
34) 2,79/5 – Wadsworth 6 X, Reino Unido (aqui) 4,3%
35) 2,78/5 – Newcastle Brown Ale, Reino Unido – 4,7%
36) 2,76/5 – Mahou, Espanha – 5,2%
37) 2,76/5 – Efes Extra, Turquia (aqui) 8%
38) 2,75/5 – Kronenbourg 1664, França (aqui) 5%
39) 2,73/5 – Pilsner Urquell, República Tcheca (aqui) 4,4%
40) 2,72/5 – Craft Pilsner, Grécia (aqui) 5%
41) 2,71/5 – Amstel, Holanda (aqui) 5%
42) 2,65/5 – Arany Ászok, Hungria (aqui) 4,5%
43) 2,62/5 – Staropramen Granat, República Tcheca (aqui) 4,8%
44) 2,55/5 – Staropramen Premium Lager, República Tcheca (aqui) 5%
45) 2,54/5 – Gambrinus Svetly, República Tcheca (aqui) 4,1%
46) 2,49/5 – Hubertus Bräu, Áustria (aqui) 3,9%
47) 2,45/5 – Kozel Premium, República Tcheca (aqui) 4,8%
48) 2,32/5 – Tyskie Lech Premium, Polônia – 5,2%
49) 2,31/5 – Mythos Red, Grécia (aqui) 5,5%
50) 2,30/5 – San Miguel, Espanha 4,8%
51) 2,29/5 – Cannabia, Espanha (aqui) 4,8%
52) 2,28/5 – Kaiser, Áustria (aqui) 5%
53) 2,27/5 – Red Stripe, Jamaica (aqui) 4,7%
54) 2,26/5 – Cobra, Reino Unido – 5%
55) 2,25/5 – Eggenberg Vollbier, Áustria (aqui) 5,1%
56) 2,24/5 – Grolsch, Holanda (aqui) 5%
57) 2,20/5 – Fischer, Grécia (aqui) 5%
58) 2,11/5 – Alpha, Grécia (aqui) 5,4%
59) 2,07/5 – Wieselburger Stammbräu, Áustria (aqui) 5,4%
60) 2,06/5 – Carling, Reino Unido (aqui) 4%
61) 2,05/5 – Róna, Hungria (aqui) 5%
62) 2,04/5 – Nastro Azzuro, Itália (aqui) 5%
63) 2,02/5 – Mythos, Grécia (aqui) 5,4%
64) 2,01/5 – Dreher, Hungria (aqui) 5,2%
65) 1,99/5 – Elephant, Dinamarca (aqui) 7,2%
66) 1,85/5 – Gösser Märzen, Áustria (aqui) 5,2%
67) 1,10/5 – Sandy, Grécia 2,0%
68) 1,00/5 – Gösser Radler, Áustria (aqui) 2,0%

Fotos da viagem:
http://www.flickr.com/photos/maccosta/
http://www.flickr.com/photos/lilianecallegari/

junho 17, 2010   No Comments

Em São Paulo

Acabei de ligar a geladeira e colocar as cervejas para gelar. A pizza chegou, e é isso que temos de comida em casa hoje após um mês batendo perna pelo mundo. Na segunda, ainda em Londres, rolou despedida no Belgo com presença do Afonso e do Askera. Na terça, enquanto o Brasil jogava (feio), a gente esperava, esperava e esperava pelo vôo de conexão para Madri, que atrasou duas horas, e nos fez perder nosso vôo para o Brasil. A Iberia nos colocou em um hotel (eu, Lili, mais dois brasileiros, o Lúcio, que já fez o Caminho de Santiago oito vezes, e a Licia, e um grupo de chilenos) e o novo vôo remarcado saiu hoje ao meio dia me fazendo perder a festa de lançamento de “O Pequeno Livro do Rock”, a coletiva de imprensa do que seria o Woodstoock em Itu e uma tarde inteira livre para procurar um novo apartamento. A vida recomeça, mas ainda há coisas da viagem pendentes. Preciso atualizar a lista final das cervejas e fazer o balanção. Amanhã, combinado? 🙂

Ps. É bom estar de volta…

junho 16, 2010   No Comments

Paul McCartney na Ilha de Wight

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“Qual show você gostou mais?”, pergunta uma senhora que aparenta ter uns 50 anos, e que bate cartão no Festival da Ilha de Wight desde 2006. “Pink”, responde uma garota que não deve passar dos 18 anos. “A Pink foi realmente surpreendente”, completa a senhora. No banco ao lado do double decker bus que leva o público de volta pra casa, um casal de idade comenta: “Jay-Z foi legal, mas a Pink e o Macca foram demais. Quem será que eles vão trazer para o ano que vem?”. Senhores e senhoras, esse é o Festival da Ilha de Wight.

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As três primeiras edições do Festival da Ilha de Wight aconteceram no final dos anos 70 (mais precisamente 1968, 1969 e 1970), sendo que a última reuniu 600 mil pessoas (que foram ver Doors, Who, Leonard Cohen e Jimi Hendrix, entre outros). Após três décadas de silêncio, a ilha na costa sul da Inglaterra voltou a sediar o festival de música em 2002, e desde então anualmente a Ilha de Wight vira palco de grandes shows no mês de junho – ao lado de eventos como caminhadas de terceira idade e competições de regatas.

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No caso do festival de música, a organização impressiona. São dezenas e dezenas de barraquinhas que servem uma variedade extensa de comida (indiana, japonesa, mexicana, tailandesa, italiana, vegetariana, hambúrguer de carne de avestruz e muito mais), cerveja, vinho, roupas, chá, chocolate quente, doces, sorvetes, badulaques e tudo o mais, sem contar o parque de diversões que é montado no meio do evento para alegria dos aventureiros (uma bola de bungee jump era particularmente assustadora) e dos saudosistas (tinha até carrinho bate-bate).

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Alguém pode perguntar: e a música? A música está lá, bem representada, mas um festival de verão no velho mundo é muito mais do que música, pois os europeus (no geral, e os ingleses em particular) piram com os únicos dois meses e pouco de sol que eles vão ter no ano, então o tempo bom é motivo para festejar. Não a toa, a maioria das 50 mil pessoas que congestionaram os ferries na travessia de Southampton para a Ilha de Wight o fez para acampar no festival, uma coisa tão inglesa quanto o carnaval para os brasileiros.

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O público não poderia ser mais diversificado. Pais com filhos, moleques e meninas de 10 anos curtindo os shows em turma (e mandando SMS para os pais avisando que estava tudo bem), hippies velhos que já viram centenas de outros festivais, vovós (uma senhorinha em particular chamou a atenção: ela estava com a camisa do festival de 2007, tinha vários bottons dos Stones na bolsinha e comia um bolo de chocolate enquanto um dos shows não começava) e uma multidão de gente fantasiada, que deixa o ambiente meio nonsense, mas também divertido.

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O festival acontece em um parque nos arredores de Newport, principal cidade da ilha, e parece ser feito especialmente para quem lota os campings, e pode dar uma boa caminhada para ver seu artista preferido na hora que quiser e depois voltar pra “casinha”. Os shows começam às 11h da manhã e seguem até meia noite numa extensa maratona. São dois grandes palcos (o menor deles numa tenda), um palco acústico e algumas tendas eletrônicas (que funcionam na madrugada para os corajosos, que são muitos).

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A programação 2010 começou na sexta com shows de Florence + The Machine, Doves, Calvin Harris e Jay-Z (queridinho da liga de festivais europeus), entre outros, mas chegamos apenas no sábado, exatamente quando Ezra Koening subia ao palco com seu Vampire Weekend para seu já tradicional grande show. A apresentação funciona melhor em um lugar pequeno (com todo mundo dançando abraçado como no Werchter e no T In The Park em 2008), mas a banda cresceu e convence também em um grande palco. “Horchata” foi cool, mas “Cousins”, “Walcout”, “A-Punk”, “Oxford Comma” e “Cape Cod Kwassa Kwassa” foram celebrativas.

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O Blondie, na seqüência, mostrou boas canções recentes e alguns clássicos antigos. A musa Debbie Harry está bem diferente do show do Personal Fest, em 2004 (aqui), parecendo mais um robô estático no palco do que a deusa de toda uma geração. Um simples movimento de cabeça puxa outras parte do corpo (será culpa das cirurgias plásticas?), e a cena toda é bem estranha. A voz faltou em “Call Me”, mas as versões de “One Way Or Another” e “Heart of Glass” (que eles não tocaram em Buenos Aires) honraram o mito. Ela deixou o palco recomendando: “Não façam nada que eu não faria”. Sei…

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Na posição de headliners, o Strokes fechou a segunda noite com um show quilômetros à frente da apresentação mediana que fez em São Paulo, no Tim Festival, anos atrás (relembre aqui). A banda evoluiu muito, e Julian Casablancas (bêbado ou drogado, procure vídeos no Youtube e decida) toda hora repetia o quanto era bom estar de volta. O problema é que o show foi curto (a primeira parte acabou com 13 músicas e eles fecharam a noite com 17) e não trouxe nada de novo. Os caras ficam parados dois anos e voltam fazendo o mesmo show de dois anos atrás (no meio das gravações do disco novo). Frustrante, mas ainda assim um grande show. Agora só falta aprender a usar as luzes do palco a favor…

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Para o domingo, a grande atração era Sir Paul McCartney, mas o dia começou com Suzanne Vega no palco acústico fazendo um show normal, com banda. Ela tinha se apresentado no palco principal ao meio dia (será que alguém acordou para vê-la?), e a organização sabiamente a colocou também neste palco num horário decente (19h). A primeira coisa que ela fez foi agradecer a presença do público: “Obrigado por vocês estarem aqui e não no palco principal vendo a Pink”, espetou. O show começou com “Marlene on The Wall”, do primeiro álbum da cantora, e misturou canções velhas e novas em uma apresentação delicada e bonita.

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Deixamos Suzanne Vega sete músicas depois (e antes do final) para tentar encontrar um bom lugar para ver Paul McCartney no palco principal, o que nos deu oportunidade de presenciar ainda três músicas da Pink (uma delas, a cover de “Roxanne”, do Police) e perceber o quanto ela é querida na Inglaterra, com todo mundo cantando/berrando junto suas canções. No bis, a cantora voltou fazendo malabarismos em uma corda sobre o imenso público. De impressionar (tente acha-la aqui). A música não diz muita coisa, mas a moça tem um pique no palco de causar inveja. O show terminou com rojões e cortina de fumaça. Bonito.

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Para fechar a terceira noite, e o festival, Sir Paul McCartney. O show começou morno (com “Venus And Mars/Rock Show” e “Jet”), mas nada como uma canção dos Beatles para colocar as coisas no lugar, função cumprida por “All My Loving” (com direito ao famoso baixo Hofner). “Letting Go” foi dedicada a John Lennon, e “Let Me Roll It” serviu para Paul mostrar seus dotes de guitarrista, citar “Purple Haze” no solo, e contar uma história ao final. “O disco “Sargeant Peppers” foi lançado numa sexta-feira em Londres. No domingo, Jimi tocou a música em um show em Londres. Foi sensacional. Jimi, essa música que toquei foi pra você”.

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Logo mais, Paul assumiu a guitarra de novo, e explicou: “Essa eu toco guitarra porque fui eu quem gravei a guitarra nessa canção”. E surge “Blackbird”, linda. “Dance Tonight”, uma das canções recentes, faz bonito na noite, mas o grande momento, logo após a alma se arrepiar com “Eleanor Rigby” foi… “Something”, uma canção beatle que não é dele. Paul surge no palco com um ukelele, e diz: “George adorava tocar esse instrumento”, e sozinho começa a música, com o palco todo apagado, de forma acústica. Quando a banda entra na segunda parte da canção, o palco se acende e o telão revela dezenas de fotos de George Harrison, para delírio do público. Emocionante.

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O trecho final é simplesmente arrasador. Começa com uma grande versão de “Band on The Run”, e segue com “Ob-La-Di, Ob-La-Da”, “Back in the U.S.S.R.”, “Paperback Writer” e “Let It Be”, todas em versões perfeitas. Em “Live and Let Die”, canhões de fogo aquecem o palco, mas nem precisava, tamanha a excelência da canção. “Hey Jude” fecha o show com 50 mil pessoas fazendo o coro do final por quase 10 minutos. A banda volta para o bis, e não economiza: primeiro vem “Day Tripper”, depois “Get Back” e “Yesterday”. Quando o riff de guitarra anuncia “Helter Skelter”, o céu parece que vai desmoronar. “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (reprise) / The End” encerram uma noite inesquecível.

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Acabou? Quase. Os alto falantes anunciam o fim do festival (embora o grupo britânico James ainda estivesse tocando na segunda tenda) despejando em alto e bom som a clássica versão de Jimi Hendrix para “All Along the Watchtower”, gravada na Ilha de Wight em 31 de agosto de 1970 (dezoito dias antes da morte do guitarrista). Ao mesmo tempo, o céu vira um colorido de fogos e rojões que duram os quase seis minutos da canção num fechamento simbólico comovente. O Festival da Ilha de Wight celebra o fim da edição 2010 com muito estilo. Que venha 2011.

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Mais fotos da viagem:
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Set list dos Strokes

1. New York City Cops
2. The Modern Age
3. Hard To Explain
4. Reptilia
5. What Ever Happened?
6. You Only Live Once
7. Soma
8. Vision of Division
9. I Can’t Win
10. Is This It
11. Someday
12. Red Light
13. Last Nite
14. Encore:
14. Juicebox
15. Under Control
16. Heart In A Cage
17. Take It Or Leave It

 

Set List de Paul McCartney

1. Venus And Mars/Rock Show
2. Jet
3. All My Loving
4. Letting Go
5. Let Me Roll It / Purple Haze
6. The Long and Winding Road
7. Nineteen Hundred And Eighty Five
8. I’m Looking Through You
9. Blackbird
10. Here Today
11. Dance Tonight
12. Mrs Vandebilt
13. Eleanor Rigby
14. Something
15. Sing the Changes
16. Band on the Run
17. Ob-La-Di, Ob-La-Da
18. Back in the U.S.S.R.
19. Paperback Writer
20. Let It Be
21. Live and Let Die
22. Hey Jude
23. Encore:
23. Day Tripper
24. Get Back
25. Yesterday
26. Helter Skelter
27. Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band / The End

junho 16, 2010   No Comments

Últimos dois dias em Londres

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Já já apareço para contar sobre o Isle of Wight. Correria (ainda bem).

junho 14, 2010   No Comments

Todo dia parece domingo em Londres

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A sexta-feira, nosso único dia inteiro em Londres, começou tipicamente inglesa: cinza, fria e com uma garoa insistente. Até parecia domingo, e Morrissey diria: todo dia parece domingo aqui. Colocamos o guarda-chuva na mochila e fomos caminhar pela capital do mundo pop, cidade cujas ruas estampam cartazes dos lançamentos do momento (hoje: o álbum de estreia do Drums e a coleção de singles do Oasis) e onde possível ouvir grande parte dos idiomas do mundo.

Começamos o dia na National Gallery, que por extrema incompetência cultural eu deixei de visitar nos dois anos anteriores que passei pela cidade. Das 61 salas passamos por 45, deixando a área com pinturas do século XV para uma próxima visita (talvez terça-feira, quem sabe). Há muita coisa foda na coleção, embora não exista nenhuma obra inconteste no acervo (talvez a Toilette de Venus, único nu desenhado pelo espanhol Diego Velazquez, mesmo assim inferior a “As Meninas”).

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Nunca tinha visto tanto Rembrant junto (apenas uma sala chega a ter dez obras suas, mas há várias outras espalhadas pelas demais salas), aquela coisa densa, meio macabra. Foda. Aliás, isso é um mérito da National Gallery: eles tem um grande número de quadros de dezenas de artistas, como Tiziano, Monet, Turner, Pissaro, Van Gogh e Canaletto (deste último existem umas seis ou sete pinturas lindas retratando a Veneza do século XVIII).

Meus preferidos, além do Velazquez, foram Holbein (um impressionante exercício de vida e morte com “The Ambassadors”), Vermeer (o detalhista “A Young Man Standing at a Virginal”), um Seurat (achei meio futurista e totalmente triste “Bathers at Asnieres”), Hayes (em um belíssimo e acadêmico retrato de “Susannah at Her Bath”), Renoir (“At The Theatre”, “Umbrella”), Pissaro (“Boulevard Montmatre”), Turner (“The Fighting Temeraire”) e Cezanne “(“Bathers”).

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O sol saiu pouco depois das 13h, quando deixamos a National Gallery. Um imenso telão preparado para transmitir os jogos da Copa foi colocado no meio da Trafalgar Square, mas tinha chego a hora de uma visitinha ligeira (nem tanto assim) às minhas megastores prediletas de CDs no mundo: a Fopp e a HMV. Sai carregado das duas lojas com mais de 20 CDs e comprei tudo aquilo que eu ainda não tinha comprado na viagem.

Para comer, contrariando a fama de a comida londrina é ruim, fomos procurar algum pub bacana. Na verdade, Londres é isso: a comida barata é ruim. Não é como Istambul, Atenas, Santorini ou São Paulo, que com R$ 10 você come algo razoavelmente bem (no caso das três primeiras, muito bom). Em Londres você precisa pagar acima de R$ 20 pra isso, e incluindo cerveja (obrigatória, né) a conta pessoal pode estourar um orçamento econômico.

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Fim de viagem, decidimos investir em um pub legal, e fomos ao Belgo, um pub que destaca no cardápio aproximadamente 80 cervejas belgas mais pratos tradicionais do país, como o Mexilhão (que Lili investiu, feliz). Fui do não menos tradicional fish and chips, com a massa sendo cozida em cerveja Hoegaarden, uma delicia. Além, claro, de três cervejas trapistas (duas Achel de 8,0% e uma Orval) O Belgo fica em Covent Garden (Rua Earlham, 50), os garçons trabalham vestidos de monges e o clima todo é muito bacana. Já é meu pub preferido em Londres.

À noite rolou baladinha em Brick Lane, no 93 Feet East. Fui encontrar o Afonso Capellaro (você chegou a ouvir o programa de rádio que fizemos juntos sobre o Primavera Sound, em Barcelona. Tem reprises na Rádio Levis). Ele tinha dado a dica de uns shows legais na área, e fui conferir (aproveitando para ver jogos da Copa no telão). Só vi a última música do David’s Lyre e gostei. E vi boa parte do show da timida (e bonita) Laura Hocking (subo um vídeo asim que conseguir uma conexão boa) além de beber duas Red Stripe (cerveja jamaicana), uma cerveja polonesa que não lembro o nome e fechar com uma boa Newcastle Brown Ale.

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Rolou pegar o último metrô para Shepherds Bush, dançar bêbado “Billy Jean” com mais umas 30 pessoas na estação Liverpool Street (momento divertidíssimo com um cara tocando numa entrada, as pessoas dançando animadas como se estivessem em uma balada, e indo cada um para o seu lado assim que a música acabou. Três minutos de felicidade e risos) e chegar em casa para aproveitar algumas horas de sono antes da viagem para a Ilha de Wight. No fim de semana, Vampire Weekend, Blondie, Strokes e Paul. Conto tudo na segunda.

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Mais fotos da viagem:
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junho 13, 2010   No Comments