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Barcelona, a cidade dos arquitetos

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O grifo do título é da Lili, mas assino embaixo. O fato de ser casado com uma arquiteta me fez aprender um pouco sobre cidades. E no quesito cidade, indiscutivelmente, Barcelona é a minha preferida entre todas que conheci. Se eu tivesse que copiar uma cidade seria essa. Tudo aqui respira. O transporte público funciona, os grandes passeios convidam, o vento traz o ar do Mediterrâneo pras ruas e as casas de tapas são uma delicia. Barcelona, para mim, é igual qualidade de vida.

Não oficialmente, Antoni Gaudi é o santo padroeiro dos arquitetos. E Barcelona é Gaudi – assim como é Miró e também Cerdá (leia sobre este último aqui), mas a cidade anda se expandindo e ficando high-tech. O que me surpreende é como eles têm conseguido lidar com o desenvolvimento sem negar o passado. Novos arranha-céus espetaculosos surgem a toda hora no fim da Avenida Diagonal enquanto, por outro lado, andaimes continuam reinando sobre a Sagrada Família.

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O jogo de xadrez desenhado por Cerdá continua sendo respeitado assim como o bairro gótico nos faz parecer entrar em outra cidade, mas essa nova área de Barcelona ao fim da Avenida Diagonal (que aproveitou-se do boom das Olimpíadas de 1992), que alguns chamam de bairro americano, tem destaques que impressionam os olhos e parecem funcionar muito bem. O trecho começa na polêmica Torre Agbar (falei dela aqui) e vai até o Parque do Fórum.

É um trecho de três quilômetros onde há espaço para carros, trams, bicicletas e pessoas caminharem ao mesmo tempo sem se misturarem (como no plano central de Cerdá). A coisa toda fluí e a cidade parece caminhar. No meio há o Parque Central de Poblenou, um jardim intergaláctico, obra do arquiteto francês Jean Nouvel (o mesmo do pinto, ops, a Torre Agbar), que pensou nos mínimos detalhes da obra (de cadeira à luminárias até ao piso da área infantil). Simplesmente um deleite.

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Mais à frente temos outro grande parque, o Diagonal Mar, obra dos arquitetos catalães Enric Miralles e Benedetta Tagliabue. Lili já tinha assistido a uma palestra da Benedetta em uma das bienais de arquitetura (segundo ela, na última bienal que valeu a pena), e reconheceu o parque assim que colocou os olhos nele. Há vasos enormes vasos gaudilescos (alguns suspensos no ar), um lago enorme é uma bela área de lazer e descanso.

No final da avenida, quando o azul do Mediterrâneo começa a conquistar os olhos, temos o Parq del Forum, cujo edifício foi construído pelos arquitetos suíços Jacques Herzog e Pierre de Meuron. Já conhecia o prédio, pois Tom Waits tocou aqui em 2008 (vim até a porta tentar a sorte de um cambista, mas não rolou), e não gosto dele (um prédio azul marinho com detalhes prateados? Por favor, né), mas gosto de outro do escritório suíço, o Caixa Fórum de Madri (falei dele aqui).

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Ou seja, uma manhã de passeio arquitetônico nos proporcionou várias novidades. Na volta, almoçamos numa casa de tapas na área externa de um shopping, e Lili (finalmente) acertou no pedido (depois de vários tiros n’agua até agora) com os maiores camarões que já vi num prato (aqui). Fui do básico bife argentino, bem bom, acompanhado da refrescante cerveja francesa Kronenbourg 1664 (essa). Ainda passamos no supermercado e fiz um estoque de cervejas belgas de Abadia (nem eu acredito… mas olhe).O Primavera Sound começa hoje. Haja coração.

Leia também
– Barcelona 2009: Joan Miró, Mies van der Rohe e Parq Güell (aqui)
– Barcelona 2009: La Pedrera, de Antoni Gaudi (aqui e aqui)
– Barcelona 2008: Uma foto do Barrio Gotic (aqui)
– Barcelona 2008: Antoni Gaudi, Tom Waits e Barri Gotic (aqui)

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Fotos da viagem:
http://www.flickr.com/photos/maccosta/
http://www.flickr.com/photos/lilianecallegari/

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