Posts from — setembro 2009
Ok, ok: entrei no Twitter e no Facebook
No Twitter não tinha como ser Marcelo Costa nem Mac, então acabou sendo Scream & Yell mesmo (http://twitter.com/screamyell). E no Facebook, para quem quiser me adicionar e não sofrer para me achar no meio de um milhão de Marcelos Costa, eu tô aqui. Tenha paciência. Sou novato. hehe
setembro 30, 2009 No Comments
Frank Jorge – “É Hora de Fingir” (MGMT cover)
setembro 30, 2009 No Comments
Fred ZeroQuatro, a internet e o fim da indústria
Fred ZeroQuatro / Foto: Marcelo Costa
“No caso específico da música, por exemplo, eu não posso chegar numa feira livre e pegar quatro tomates e cinco pimentões e levar pra casa, porque eu vou ser acusado de ladrão – e olha que estou falando de coisas que brotam da terra. Primeiro porque estamos numa sociedade capitalista, e segundo porque ali houve trabalho, investimento…”
Fred ZeroQuatro em entrevista ao G1 (leia mais aqui)
Quem acompanha esse espaço sabe que admiro o líder do Mundo Livre S/A, porém acho que agora ele deu uma tremenda bola fora. Já falei sobre o fim da indústria da música em um artigo chamado “A Nova Idade Média” (leia aqui), e cada vez mais me vejo acreditando na morte da indústria e de um modelo de negócio que sobreviveu por mais de 50 anos, mas que começa a definhar.
A questão toda é que vivemos uma época de mudanças, e não dá para cravar verdades absolutas. Porém, o que fica nítido na reclamação de ZeroQuatro é que tanto a direita quanto a esquerda dos “partidos” envolvidos em música (trocadilho infame, eu sei, mas você entendeu) sentiram o baque, e estão completamente perdidos procurando uma forma de dar rédeas ao jogo.
Grande bobagem. Se Fred ZeroQuatro tivesse nascido 100 anos atrás, e quisesse ser músico, ele não estaria vendendo discos, afinal eles ainda não existiam (talvez ele vendesse tomates e pimentões, mas ai são outros quinhentos). A forma de propagar sua arte era, ao amanhecer, pegar a viola, colocar na sacola e ir trabalhar. Fazer show de cidade em cidade. Esse era o cenário.
Pois bem: estamos voltando a ele. E ainda com uma série de vantagens: você ainda pode vender seu disco (nos próximos 30, 40 anos ainda terá quem compre) e o show já não é mais um momento único. Ele pode ser reproduzido de diversas maneiras, e vai se dar bem quem aprender a lidar com elas. Provavelmente moleques de 10, 11 anos, gente com cabeça aberta pro futuro.
O cenário tal qual o conhecemos está com os dias contados. As gravadoras tiveram um papel importantíssimo na difusão da música ali pelas anos 40 e 50, mas agora precisam modificar o negócio. Não a toa, muitas já estão entrando no ramo de agenciamento de shows. O que resta a fazer para os artistas? Pé na estrada. Era fácil ficar em casa enquanto alojas faziam sua parte vendendo CDs.
Era. Agora vivemos a Nova Idade Média. Acostume-se.
setembro 29, 2009 No Comments
Eu também tenho sangue português
Nessa confusão de genes que me formaram, descobri que também tenho sangue português. O alemão vem por parte do pai da minha avó materna. O índio é da mãe dela. O espanhol, até onde sei, é coisa da minha avó paterna. E do meu avô paterno é sangue português, segundo ele, uma união dos Toledo com os Costa (e eu nem sabia que tinha Toledo na família).
O seu Sérgio, meu avô, passou esta manhã em casa atualizando as histórias de família com uma memória excelente para os seus 82 anos. Ainda não sei se essa novidade lusitana explica a confusão de idéias que me formam, mas achei interessante. Ainda quero saber mais, mas fica para outra visita do seu Sérgio. Afinal, quem sabe não desco para Lisboa ou Porto numa próxima viagem, né mesmo.
setembro 28, 2009 No Comments
Cenas da vida em São Paulo: A luta de classes
Um café na av. Paulista, sábado á noite
– Ele não entende. Nós somos de classes diferentes. Pô, eu como no Habibs. E ele me leva no Almanara. E ainda quer que eu divida a conta… eu sou professora…
– Pô, mas o Habibs não dá. Perto da minha casa tem um lugar que faz umas esfihas ótimas. E é barato.
– Eu sou classe média. Ele é rico. Semana passada ele teve a idéia da gente ir viajar. Fui toda solicita, entrei na internet e achei umas pousadas fofas e baratas. Ele olhou as coisas que escolhi e disse: ‘Que porcaria’. Ai foi e escolheu um hotel de R$ 600 a diária!!!
– E vocês vão ter que rachar?
– Sim!!! Não sei o que eu faço…
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Alguém tem uma sugestão do que ela deva fazer?
setembro 27, 2009 No Comments
O segundo boxe da coleção Ingmar Bergman
Decidi começar pelo segundo boxe ao invés do primeiro até por um sentido de cronologia. No primeiro boxe da coleção estão os clássicos “O Sétimo Selo” (1956), “Morangos Silvestres” (1957), “A Fonte da Donzela” (1960) e “Gritos e Sussuros” (1972). Destes, só assisti aos dois primeiros, mas optei por voltar alguns anos na cinematografia do diretor e começar por:
“Noites de Circo”, Ingmar Bergman (1953)
Apontado por muitos com o marco inicial do primeiro ciclo de grandes obras dirigidas pelo cineasta sueco, “Noites de Circo” (“Gycklarnas Afton”) ampara-se na desilusão e constrói um retrato dolorido e agonizante de um grupo de pessoas do universo mambembe. A crítica local desceu a lenha na época chamando “Noites de Circo” de, entre outras coisas, “o vômito de Bergman”, mas o filme – valorizado pela bela fotografia de Sven Nykvist – sobreviveu de forma sensacional ao tempo.
Em seus 84 minutos, “Noites de Circo” exibe uma avalanche de decepções (passional, profissional, pessoal) que não permite ao espectador um sorriso franco. Olhamos com jeito admirado e assustado o caos, a vergonha, a humilhação e a tentativa de troca de tudo aquilo que se ama pela tranqüilidade de uma vida burguesa. Esperamos alguma redenção, que não vem, e namoramos a esperança de que as coisas possam mudar, e melhorar. Triste engano. “Noites de Circo” é atualíssimo. As coisas não melhoraram.
“Sonhos de Mulheres”, Ingmar Bergman (1955)
Um dos filmes menores da carreira de Bergman nos anos 50, “Sonhos de Mulheres” (“Kvinnodröm”) é uma tentativa de entender a alma feminina tendo como base a vida de duas mulheres: Susanne, uma diretora de um estúdio de moda que vive um romance com um homem casado; e Dóris, uma jovem modelo que trabalha com Susanne e que acaba de terminar com seu namorado. Ela sonha com os atores dos filmes e uma vida de luxo e glamour.
As duas tramas seguem paralelas cada uma delas tendo um ponto alto, mas é a de Susanne a que se resolve melhor e soa mais realista apesar do final duvidoso – muito embora o personagem do cônsul, que participa da história de Dóris, seja o grande emblema do filme, um homem rodeado por mulheres (a filha, a mãe, a modelo), sem compreendê-las, que acaba virando um joguete. A idéia é ótima, mas o filme não convence (embora tenho momentos isolados que merecem serem vistos).
“Sorrisos de Uma Noite de Amor”, Ingmar Bergman (1955)
Disparado, o filme que mais gostei da caixa. Talvez por ser uma comédia de erros shakesperiana (o título original, na verdade, é “Sorrisos de Uma Noite de Verão”, e o filme é uma adaptação da famosa peça do bardo inglês) com diálogos espertos e ritmo acelerado. É também o primeiro filme de Bergman a conseguir sucesso internacional permitindo que a partir daqui o diretor tivesse liberdade artística para fazer o que quisesse (os dois filmes seguintes foram “O Sétimo Selo” e “Morangos Silvestres”).
“Sorrisos de Uma Noite de Amor” (“Sommarnattens Leende”) é movido por duelos verbais e belíssimas atuações. Nos extras do DVD, o cineasta relembra o sucesso do filme contando que seus produtores o mandaram para Cannes sem que ele soubesse. “Um dia abro o jornal e a manchete diz: ‘Sucesso sueco em Cannes’. Fiquei feliz e fui ver de quem era o filme, e era ‘Sommarnattens Leende’. Emprestei dinheiro de uma atriz e peguei o primeiro avião para Cannes”, relembra o diretor. O filme foi indicado à Palma de Ouro e recebeu o prêmio de melhor humor poético.
setembro 24, 2009 No Comments
Das coisas que me explicam, parte 2
“Sou um homem sossegado. Tenho tendência a pensar bastante e tentar não falar demais. Mas aqui estou, talvez falando demais. Existem, porém, esses sentimentos dentro de mim que precisam muito escapar, acho. E isso me faz sentir aliviado, porque uma das minhas maiores preocupações nesses últimos anos é que eu tenho perdido minha capacidade de sentir as coisas com a mesma intensidade – da maneira que eu sentia quando era mais jovem. É assustador – sentir as suas emoções fluindo para longe e não dar a menor importância”.
Trecho de “Primeiro o Amor, Depois o Desencanto”, de Douglas Copland
Leia também:
– Das coisas que me explicam, parte 1 (aqui)
setembro 21, 2009 No Comments
Ludov ao vivo no Sesc Pompéia
Vanessa Krongold, do Ludov / Foto: Marcelo Costa
Sexta, para uma chopperia do Sesc Pompéia lotada, o Ludov fez o segundo show da turnê “Caligrafia”, e ao menos aqui em casa o disco cresce muito a cada dia. Interessante que num primeiro momento as seis músicas do “lado a” se sobressaiam sobre as outras seis do “lado b” com canções fortes “Luta Livre” e “20%” pedindo mais e mais execuções.
No show, porém, o público pedia insistentemente pela rancheira “Magnética”, que surgiu em excelente versão. Já “Não Me Poupe”, com seu arranjo calcado no violoncello, cresceu absurdamente ao vivo. Minha preferida no momento, a desengonçada “Paris, Texas”, soou ainda mais desengonçada, o que lhe confere certo charme.
A noite contou com as doze músicas que compõe o novo disco (todas para download gratuito em http://ludov.com.br/musicas/) mais uma “O Passado” (uma das sete faixas bônus também disponíveis para download) e alguns hits do disco anterior (como “Urbana”, “Estrelas” e “Kriptonita”) que mostram que o Ludov vive a sua melhor fase.
setembro 21, 2009 No Comments
Os caminhos da música
Em outubro do ano passado, após um show de Curumin na Galeria Olido (escrevi aqui), encontrei o Pedro, que estava com alguns amigos fazendo um mini-documentário sobre os caminhos da música. Ele me passou o link hoje e vale assistir mais pelas palavras do Curumin do que pelas minhas. É só clicar na imagem.
setembro 21, 2009 No Comments
Histórias de viagem: Crianças no Louvre
Não lembro se cheguei a comentar no diário de viagem quando estávamos em Paris, mas uma coisa muito bacana que nos surpreendeu foi topar várias vezes durante a semana com pequenos grupos de crianças em idade pré-escolar passeando pela cidade com orientadores. Aconteceu, no mínimo umas cinco vezes, e tanto eu quanto Lili ficamos surpresos em ver tanto pedaço de gente enfrentando a vida pelas ruas parisienses.
Eles andavam todos de mãos dadas, um responsável imediato pelo outro, e cheguei a achar que num grupo – que entrou conosco no mesmo ônibus que seguiu para o Museu Picasso – haviam algumas crianças de 2 ou 3 anos experimentando uma aventura sem os pais. Esse registro acima eu fiz no Louvre. Percebam o cuidado de um com o outro e a atenção de todos com a professora explicando algo do quadro.
Não lembro exatamente a primeira vez que entrei em um museu. Acho que foi só depois dos 16 anos, quando sai de Taubaté para São Paulo para ver alguma exposição no Masp. E não foi coisa de colégio. Não consigo lembrar se fora a viagem dos formandos da 8ª série fizemos alguma outra, juntos. E olhando a foto senti uma ponta de saudade de algo que eu não tive e que nem sabia que poderia ter sido tão especial…
Leia também:
Histórias de viagem: Top 25 Museus (aqui)
Histórias de viagem: D’akujem (aqui)
Histórias de viagem: Um hotel em Paris e Cherry Coke (aqui)
Histórias de viagem: Raconteurs em 2008 (aqui)
Histórias de viagem: Resumão de ideias confusas da viagem 2008 (aqui)
setembro 19, 2009 No Comments