A beleza de Veneza e a siesta de Treviso
Nao tem como fugir do obvio: Veneza é deslumbrante. Até mais do que deslumbrante, Veneza é a cidade mais linda em que ja coloquei os meus pés. Dificil ficar imune ao seu encanto. Vai parecer bizarro, mas a idéia é de uma favela estilosa cortada por dezenas de canais. Nao sei explicar direito, mas assim que observei a ilha quando estavamos pousando em Mestre, a cidade vizinha, ela ja me conquistou.
A chegada foi bastante sossegada. Pegamos um onibus de Mestre para a entrada de Veneza, e entao um Vaporeto, que é o barco que faz o trajeto principal da cidade. Carros nao entram em Veneza. Até os taxis sao lanchas e tudo é feito via fluvial. Claro, a caminhada também é uma boa saida. A cidade está coberta por 177 canais, 400 pontes e 118 ilhas.
Nao podemos nos esquecer das gondolas, que merecem um paragrafo à parte. Se voce nunca observou uma gondola (em um filme) com calma, preste atencao que ela é torta para suportar o peso do gondoleiro remando atras. A profissao de gondoleiro, inclusive, é passada de pai para filho. E as gondolas sao todas pretas pois uma lei do seculo XV exigiu a cor padrao em nome dos que morreram na peste, e a tradicao se manteve.
Passear de gondola em Veneza é algo bastante tentador nao fosse o preco. Vai de 60 euros (aproximamente uns R$ 150) até sabe-se la quanto dependendo do circuito, do horario, da vontade do fregues. Como estamos com a grana contada nestes ultimos dias de viagem vamos deixar o tradicional passeio para uma proxima oportunidade, ok. Inclusive, estamos deixando até os vaporetos (de 6 euros) de lado e gastando sola de chinelo.
Estamos em uma bairro menos agitado da ilha, o que é bom para fotografar e silencioso à noite. Tinhamos medo do “bed and breakfast” que reservamos, pois o e-mail que recebemos tinha mais frases negativas que positivas (NAO tem café da manha, NAO tem toalha extra, NAO tem internet, entre outras coisas), mas o quarto é fofissimo, maior que o de Paris, e tao fofo quanto, mas sem as facilidades (e a Rua Montergueil) de la.
Fizemos uma boa caminhada pela cidade, e descobrimos uma festinha beneficente de uma igreja a algumas quadras de nossa hospedaria. Nao resisti e comprei uma Kaiser (austriaca) e uma gordurosa costelinha – assada na hora em uma grande churrasqueira -acompanhada de polenta, que na verdade parecia tapioca. Valeu a experiencia, mas hoje vou de batatas fritas mesmo.
Nesta sexta decidimos vir conhecer Treviso, cidade que a Nona dos Callegari deixou para tras no comeco do seculo passado para se instalar no Brasil, mais precisamente nas minas gerais. Lili veio ver de onde saiu o sangue italiano que corre em suas veias, e aproveitou para comprar uma Moka (a tradicional Bialetti – agora até eu faco café em casa, voces estao convidados) e conhecer a cidade, fofissima, ajeitadinha e bem diferente da Toscana.
E que adota a siesta. Quase todos os estabelecimentos fecham entre 12h30 e 15h30. Estamos esperando o sol de 35 graus baixar para voltarmos a Veneza, e aproveitarmos um pouco da noite veneziana, que pode ser resumida em uma camiseta que convenci Lili a deixar eu comprar, mas que acho que nao vou conseguir subir no flickr hoje (provavel que soh domingo, de Barcelona, jah que a internet em Veneza custa 7 euros a hora – aqui em Treviso é 2 euros). O trem nos aguarda, mas a gente volta.
Ps. Na volta para Veneza paramos novamente na festinha do bairro, que estava lotada. Uma bandeira brasileira no palco avisava que haveria pagode à noite enquanto a panceta, o frango e as costelinhas assavam na grelha. Nao arriscamos e fomos de batatas fritas mesmo. E saimos antes da banda comecar. hehe
Fotos da viagem:
http://www.flickr.com/photos/maccosta/
http://www.flickr.com/photos/lilianecallegari/
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