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Obras primas de Michelangelo em Florença

O Palácio Pitti em Firenze

Na minha imaginação, Florença seria um caos no sábado, mas o dia foi ótimo com menos calor do que os dias anteriores (só fez quase 30 graus, quase) e muito menos turistas superlotando o compacto e lindo centro antigo da cidade. Também nos organizamos. Compramos as entradas para a Galeria Degli Uffizi e para a Academia com hora de entrada reservada e marcada, assim pudemos aproveitar com mais calma a cidade. E valeu muito a pena.

O dia começou com uma caminhada pela Ponte Vecchio, que pelas fotos pode parecer uma favelinha sobre uma ponte, mas na verdade são lojas de jóias. Na verdade mesmo, ali pelo século 15, a ponte (e todas as pontes da cidade) tinham comércio. Na Ponte Vecchio ficavam os açougues da cidade, que jogavam os restos de carne no rio, mas os manda-chuvas da área, a familia Medici, que morava ali do lado, incomodada com o cheiro, tirou os açougues e colocou joalherias no local. Todas as outras pontes sucumbiram na segunda guerra, restando apenas a Vecchio para contar a história).

A familia Medici patrocinou praticamente todos os artistas da cidade, de Michelangelo a Donatelo, de Leonardo Da Vinci a Rafael entre muitos outros. Algumas obras do acervo da familia estão na Galeria Uffizi, que até tem um acervo bacana, que sucumbe diante da má iluminação de algumas salas. Gostamos muito da sala Niobe (veja aqui), reafirmei minha admiração pelos retratos densos de Tiziano e, de quadro mesmo, gostei de “Primavera”, de Botticelli (veja aqui) e de “San Jacobo con Due Fanutti”, de Andrea Del Sarto, mas como um todo o museu não me impressionou tanto como outros da viagem. 

A Ponte Vecchio em Firenze

Dali saimos para almoçar perto do Mercado Central. Acabamos parando em uma Tratoria, pois fui fisgado pelo cartaz que oferecia a Bisteca a La Fiorentina, um delicioso e enorme bife de corte diferente e feito com os mandamentos toscanos. A garçonete recomendou: “Prove sem azeite, para sentir o gosto da carne”. Resultado: melhor prato da viagem até agora. Lili pegou um ótimo gnochi ao pesto e assim nos preparamos para mais uma caminhada pela arte: ir a Academia.

O acervo da Galleria Academia é pequeno, porém de fazer chorar. Voce entra em uma sala e encontra os quatro escravos não terminados de Michelangelo, mais São Matheus (que é divino, na mesma linha dos Escravos) e também Pietà, outra obra magnifica do homem.

No fim do corredor está David, imponente, gigasteco, meditando sobre sua vitória contra Golias. Simplesmente uma sala de arrepiar a alma. Lili é apaixonada pela simbologia dos Escravos, que Michelangelo fez para o túmulo do Papa Júlio II, mas nunca terminou. Ou como dizem muitos, não quis terminar, deixando-os encravados na pedra com ar de sofrimento e gestos de dor.

Ficamos pelo menos umas duas horas dentro da Academia indo pra cá e pra lá entre as obras de Michelangelo. Aproveitamos para ver uma exposição interessante de Robert Mapplethorpe, o fotógrafo e amigo de Patti Smith que a fotografou para a capa do mitico “Horses”. Uma foto da mesma sessão está exposta nesta mostra temporária.

E ainda obras de Bartolini, um cara que eu adoro. Havia, inclusive, uma cópia da Dirce, que vimos no Louvre. Deixamos a Academia flutuando, passamos por uma passeata contra o ditador iraniano, e voltamos para casa antes de escurecer para arrumar as malas. Neste domingo partimos para Roma e Bruce Springsteen. Dia agitado, meus amigos, dia agitado.

 A Sala Michelangelo na Academia em Firenze

Fotos da viagem:
http://www.flickr.com/photos/maccosta/
http://www.flickr.com/photos/lilianecallegari/

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