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Piney Gir, cerveja de banana e fish and chips

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Aconteceu de tudo no meu melhor dia em Londres (isso contando os dias que passei aqui no ano passado). Bebemos cervejas exoticas, encontramos amigos queridos, perambulos por bairros legais, vimos um show de uma bandinha bacana, comemos (ou tentamos comer) comida ruim, descansamos no jardim da Tate Modern, vimos fotos de Bob Dylan, compramos CDs e comemos o tradicional fish and chips. Tudo num dia so.

Acordamos tarde, pois estamos bem cansados das caminhadas, e sabiamos que o dia iria se estender até o anoitecer, que ontem por exemplo so aconteceu quase as dez da noite. O dia foi de calor intenso, e um amigo já avisou que a previsao de tempo para quinta-feira, dia do show do Blur, é de 33 graus, recorde em se tratando de Londres. Nao a toa, garotas se estendem nos parques, jardins e onde quer que seja para pegar uma cor nessa cidade agitada.

O primeiro compromisso do dia foi visitar a Catedral de Sao Paulo, a badalada St Pauls, igreja em que Charles e Diana se casaram para mostrar que eram representantes do povo (o normal seria que a cerimonia tivesse acontecido na Abadia de Westmister). Uma das obras-primas de Sir Christopher Wren, o arquiteto que reconstruiu a cidade depois do incendio de 1666, a catedral é belissima e permite uma vista majestosa da cidade.

Porém, sao 257 degraus para chegar até a Galeria dos Sussuros, em que a pessoa fala de um lado da parede, e outra ouve no outro lado da sala. Depois, mais 119 degraus para chegar até a galeria de pedra e mais 152 degraus para alcancar a ultima galeria, a dourada, que permite uma vista belissima da cidade. Sao, no total, 528 degraus, e Lili acabou passando mal, mas la em cima acabou curtindo a vista e fazendo umas fotos. Ainda assistimos um pouco de balé na porta da St. Pauls.

No caminho para a Tate resolvemos comer. Olhamos varias opcoes, e fomos seduzidos por um lugar que prometia beef assado, salada e mais algumas coisas. Vimos uma dezena de pessoas comendo o mesmo prato nos jardins ao redor da St Pauls, e resolvemos encarar. Quebramos a cara. Já nao havia carne assada, entao optamos por carne de carneiro. Fizemos uma mistureba de salada e… nao desceu. Lili so conseguia lembrar do dono do escritorio em que ela trabalha recomendando: “Quer comer bem em Londres? Va a um pub”. Beliscamos a comida apenas.

Dali fomos para a Tate Modern, olhar o acervo. Lili amou outras obras de Giacometti, impressionou-se com duas obras de Andy Warhol (que ela nao levava a sério até entao) e deslumbrou-se com varios Miro. O plano original era sairmos da Tate Modern, pegar a balsa e ir para Tate Gallery, mas quem diz que aguentamos. Haviamos marcado de encontrar o Daniel as 17h na National Gallery, e decidimos descansar deitados no jardim da Tate até a hora de partir.

Encontramos ele no horario marcado na porta da National Gallery, mas nao tinhamos pique para ver as obras. No maximo, passamos para ver algumas fotos da turne de 1966 de Bob Dylan, expostas no café da galeria. Dali fomos para a Fopp, uma das lojas mais bacanas da cidade, e nao resisti: comprei os quatro primeiros CDs da viagem, destaque para uma edicao bacana do “Blue Train”, do Coltrane, que em CD duplo ainda traz dois albuns do mesmo periodo, “Dakar” e “Soultrane”.

Daniel nos levou até o Hotel Savoy, local que serviu de pano de fundo para o clipe de “Subterranean Homesick Blues”, de Bob Dylan. Depois seguimos caminhando pelo Covent Garden, com dezenas de pubs lotados pos seis da tarde, até a rua Fleet, para pegarmos um onibus até o final da London Bridge, onde um pub bacana nos esperava com cervejas exoticas. Alias, todo o entorno das ruas Winchester Walk e Stoney Street merecem uma visita. Anote.

Na Winchester Walk fica o The Rake, um pub bacana com otimas cervejas importadas. Abrimos os servicos (hehe) com uma cerveja belga chamada Mongozo, nos sabores banana (4,5%) e coco (3,5%). As duas muito boas. Lili adorou a de banana. Na sequencia, pegamos para a Lili uma Pineapple Fruit Beer para a Lili e encaramos, eu e Daniel, uma autentica trapista belga de 11,5% chamada Rochefort, que apesar da alta graduacao alcoolica é leve, mas sobe que é uma beleza. Bastou para nos deixar bebados.

Deixamos de lado a terceira rodada no The Rake e partimos para um tradicional Fish and Chips acompanhado de Jake and Coke. E terminamos a noite no The Lexington, um pub bacana cuja programacao é de um brasileiro, o queridissimo Marcio Custodio, que nesse dia apresentava o Piney Gir, uma banda “meio bossa, meio samba” com uma norte-americana do Kansas no vocal, e o restante do grupo todo britanico (inclusive as duas jovens backing vocals), um choque de Belle and Sebastian com Pipettes. Um som bem pop, easy listening total, gostoso de ouvir.

No pub ainda encontramos o grande Juliano Zappia, editor da Jungle Drums Magazine, que adiantou o calorao da proxima quinta-feira (ele vai ver o Blur na sexta, noite que ainda tera Vampire Weekend), e talvez apareca hoje na Serpentine Sessions. “O Alex Chilton esta bem loucao, mas o show é bom”, garantiu ele. Chegamos detonados em casa, mas o dia valeu, e valeu muito. La vamos nos para mais um dia de maratona de museus e shows.

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Fotos da viagem:
http://www.flickr.com/photos/maccosta/
http://www.flickr.com/photos/lilianecallegari/

julho 1, 2009   No Comments