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FIB 2008, Jueves

A XIV edição do Festival Internacional de Benicàsssim começou sob um sol escaldante às 19h da quinta-feira. Muita gente ainda chegava com dezenas de sacolas de comida, pilhas e pilhas de caixas de cerveja e barracas em direção ao acampamento. A praça central do balneário virou campo de guerra: ingleses nadavam no chafariz para fugirem do calor, alemãs comiam baguetes enormes e espanhóis observação a babel com interesse.

Primeira “decepção”: eu tinha pra mim que o festival acontecia na areia da praia, mas não, toda a estrutura é montada ao lado de uma estrada que separa o festival do mar. No entanto, a organização é de primeira. Ao contrário do Werchter e T In The Park, a maior parte da área ocupada é asfaltada, o que aumenta o calor, mas evita o lamaçal em caso de chuva (e choveu anteontem de manhã aqui).

Novamente, o shopping rocker junta tudo: tem barraca da Elephant Records vendendo o último CD do Júpiter Maca, as famosas sandálias havaianas, uma tenda convidando o público a assistir a um jogo beneficente entre artistas e jornalistas (será que o Cohen está escalado?), comida de diversas procedências e, claro, cerveja, aqui Heineken, patrocinadora do festival. O copo pequeno custa 2,50 euros. O de um litro sai por 7,50. Vou te dizer: é lindo!

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Fui encontrado pela Carol e pela Renata (que não é a Honorato) no meio do show do Krakovia, que eu nem sei bem o que é, mas sei que é ruim pacas. No comecinho do show do Nada Surf encontrei a comitiva mineira do Alto Falante: James, Thiago e Terence. Atualizamos os papos de shows, trocamos infos sobre bandas novas que vão se apresentar no FIB e marcamos de nos encontrarmos na frente do hotel deles, de frente pra praia em Benicassim. Chato. Ah, claro, brindamos com copos de um litro de cerveja.

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O show do Nada Surf (Honorato, você iria amar) foi uma entrega do vocalista e guitarrista Matthew Caws, que aumentou o volume do seu instrumento (mais comportado nos últimos álbuns) e falou em espanhol mais do que o próprio baixista da banda, que é espanhol. Power pop para as massas espanholas, que estava assistindo ao grupo pela quarta vez no festival, e sabia todas as cancoes de cor – mesmo as novas, do bom álbum “Lucky”. Show bonito e competente.

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Na sequência, o Sigur Rós voltou a embalar sonhos roqueiros com uma apresentação tão irretocável que até a lua – absurdamente cheia – parou para assistir ao grupo. O show foi um repeteco daquele que assisti semanas atrás no Rock Werchter, na Bélgica, com a diferença de que o público belga era distante e contemplativo enquanto o espanhol “entra” mais no clima, canta (quando é possível cantar) e, mesmo após a canção terminada, continua fazendo coro com a melodia criando um momento de rara beleza. Seria comum se fosse uma banda comum, mas normal é um adjetivo que nao se encaixa ao Sigur Rós. Eles merecem mais.

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Hora de se jogar na grama e tirar um cochilo comendo fritas (muito melhores que as da Bélgica) e se abastecer de coca-cola. Deu para ouvir, de longe, o Mates of State e encarar boa parte do show do Black Lips, grupo norte-americano que mistura o clima flower power com a crueza do punk e empolga ao vivo – principalmente nos rockabillys. O Battles abarrotou a tenda FIB Club e três da manha já era um bom horário para voltar ao hotel e se preparar para a maratona dos próximos dias em que os shows comecam as 17h30 e terminam às 07h45.

Hoje tem Babyshambles – se o Tim Maia britânico nao der cano em mais um festival, e eu tô bem afim de ver Pete Doherty ao vivo – New York Dolls, My Bloody Valentine e Spiritualized tocando no mesmo horário, Róisín Murphy, Hot Chip e Mika. Leonard Cohen toca às 20h do domingao, mas será um show de festival, com uma hora, e nao o show completo que a Juliana viu em Edinburgh na quarta-feira, e que fez ela chorar tanto a ponto da senhora velhinha que estava na cadeira ao lado lhe emprestar um lenco. Vou a praia, mas volto com fotos e histórias.

Ps. Aliás, quase voltei pra casa mais cedo. Acordei e fui para a estacao de trem sacar grana, e dois policiais civis me pararam e pediram o passaporte. Disse a eles que nao ando com o passaporte, para nao perde-lo e tal, e os caras pegaram meu RG, fizeram várias ligacoes, e me questionaram uns dez minutos. Me dispensaram uns 15 minutos depois com o aviso: “Você precisa andar com o passaporte para mostrar que está legal aqui na comunidade européia. Da próxima vez, levamos você para a comissaria e… Brasil”. Aceitei o conselho e fui pega-lo. Mas antes do Cohen e do Lou Reed eu nao volto!

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Saiba como foram todos os dias do FIB 2008 e 2011

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