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Antoni Gaudi, Tom Waits e Barri Gotic

Andei, andei, andei. E andei. Andei pra cacete ontem. Assim que cheguei em Barcelona, na segunda, comprei um passe de metro/tram para tres dias (algo que compensa muito em qualquer grande cidade europeia). Acordei ontem, e fui pra estacao Diagonal pegar o metro pra estacao Sagrada Familia. Pro meu “azar”, a estacao Diagonal esta em obras, e algumas conexoes estao fora de servico temporariamente. Olhei no mapa, achei perto, e fui caminhando. Meus joelhos estao um caco, mas valeu a pena.

Valeu a pena pois a Sagrada Familia eh… deslumbrante. Na verdade, eh muito dificil achar um adjetivo para descreve-la. Mesmo deslumbrante eh pouco. Seria como a coisa mais foda que eu ja vi na minha vida, ou algo assim. Imagina: a igreja ainda nem esta terminada e ainda assim atrai 1 milhao de visitantes por ano! O arquiteto Antoni Gaudi assumiu o projeto em 1883 e dedicou-se a ele nos 40 anos seguintes (chegando ate a morar dentro do canteiro de obras). Ele morreu em 1926, tres dias apos ser atropelado perto da igreja, 43 anos apos ter assumido o projeto. E la se vao 125 anos.

Otimistas acreditam que a igreja estara terminada em 2030. Outros apontam para 2080. Eh fascinante demais imaginar quantas pessoas se dedicaram a obra e nao vao ve-la finalizada. Mesmo em construcao, no entanto, a igreja pode ser visitada. Ha um museu no subsolo que conta a historia de Gaudi (cujo corpo esta em uma cripta, ali mesmo), o visitante pode admirar a obra em construcao e, ainda, subir aos campanarios ja prontos. A escadinha eh sinistra, mas a visao dos detalhes da igreja e de Barcelona valem o susto. A Sagrada Familia eh para a arquitetura o que o “Smile”, dos Beach Boys, eh pra musica pop. Coisas de genios.

Dali fui para a Vila Olimpica (namorar uma arquiteta rende passeios assim) e, em seguida, para o Barri Gotic, um bairro que um dia foi um vilarejo romano, e cujas ruas estreitas sao completamente apaixonantes. O guia sobre a cidade que estou acompanhando apontava varios lugares bacanas no bairro, mas pedia para andar a esmo, deixando-se levar pelas ruas estreitas e por sua beleza. Nao pensei duas vezes: comprei uma San Miguel (cerveja espanhola, de Alicante) e segui caminho. Cinco cervejas depois eu ja estava amando o lugar.  (risos)

Decidi comer por ali, e gastar um pouco mais (ja fazia mais de tres dias desde o bom almoco em Glasgow) e escolhi a Plaza Real para desfrutar um filet iberic amb salsa de pebre verd acompanhado de arroz, salada e um copo de vinho. No fim das contas, nem saiu tao caro. O menu do dia estava por 8,75 euros. A conta ficou em 16 euros (aproximadamente R$ 42).  Voltei a caminhar feliz pelo lugar e, quando ja estava anoitecendo, passei no hostel, tomei um banho rapido (fez 35 graus o dia todo em Barcelona – o sol se foi as 21h) e fui tentar encontrar com Tom Waits. Mas…

Bem, Tom Waits iria fazer dois shows em Barcelona, no enorme Forum, capacidade para 2200 pessoas. Os ingressos estavam entre R$ 290 (o mais barato) e R$ 350 (o mais caro). Pra mim, nunca iria esgotar. Cheguei a tentar, ao menos tres vezes, comprar os ingressos ainda no Brasil, mas nao rolou. Ontem, apos ter saido da Sagrada Familia, foi ao Forum, mas a bilheteria soh iria abrir as 17h. Quando cheguei, as 21h, ja estava sold out. Sabe que deu um alivio? Pagar R$ 300 em um show eh muuuuuito dinheiro, e em economia de viagem, seria uma extravagancia e tanto.

Na parte da tarde, no Barri Gotic, passei em umas lojinhas bacanas de CDs da Calle Tallers. Namorei uma caixa das Supremes com quatro CDs que estava com 20% de desconto sobre os 34 euros da capa (e vamos combinar, R$ 18 eh um grande desconto), mas acabei levando pelo mesmo preco um box com seis CDs que flagram as BBC Sessions completas do Wedding Present, mais um Cinerama (“BBC Sessions”), um Black Box Recorder (“The Facts of Life”), uma coletanea dupla de raridades do Superchunk e um EP de covers do Los Lobos, e tudo isso saiu por 4o euros (pouco mais de R$ 100), e eu iria pagar 125 euros no show… foda.

Lembro que paguei R$ 250 para ver o Dylan, e olha que eu e Lili precisamos debater muito se valeria a pena. Sei que teria valido a pena ter visto o Tom Waits, e ainda vou tentar ve-lo em Dublin, dia 31 de julho, quando terei uma ideia da situacao catastrofica da minha conta bancaria, mas ontem soh me restou pegar uma Estrella (cerveja de Barcelona, bem boa) na porta do show (em que nao haviam cambistas, ja que a Teleentrada vendeu os ingressos por telefone e os mesmos eram nominais) e partir, novamente, para a Sagrada Familia, e jantar um sanduiche baratinho de bacon com queijo admirando a obra de Gaudi.

Hoje o roteiro eh totalmente Gaudi: vou a Pedrera e ao Parc Guell. Acordei cedo e fui para a Barcelona Sans, estacao central de trens, para tentar simular a confusao que sera a volta de Benicassim na segunda. Meu trem esta marcado para chegar em Barcelona as 11h49. Tenho que sair do vagao correndo, comprar a passagem para o trem para o aeroporto, e voltar correndo para pega-lo as 11h55. Se perde-lo, vou morrer com uns 30 euros de taxi, pois meu horario limite para embarcar para Malaga eh 12h45, no aeroporto. Dedos cruzados ae.

Fotos da viagem e dos shows: http://www.flickr.com/photos/maccosta

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