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Posts from — maio 2008

Lestics, Miranda, De Leve e… Weezer

Enquanto eu procuro desesperadamente um hotel em Benicassim e arrumo a mala (e a gravata) para ir a Brasília neste fim de semana, algumas coisas que estão amontoando meu e-mail e que preciso dividir já faz um tempo:

– O Lestics, banda querida deste espaço, apresentou música nova no programa No Estúdio, do My Space. Assista aqui

– Ramon Moreno, que eu e muitos conhecem como De Leve, publicou um texto bacana no Overmundo: O lobby das gravadoras e Propriedade Cruzada (leia aqui)

– O Tiago Agostini, colaborador do Scream & Yell e futuro iG (já aviso, segunda-feira eu vou chegar atrasado; cuida da lojinha!) está disponibilizando o seu TCC na web. O Tiago fez um perfil do Miranda, e ficou bem bacana. O link para baixar está aqui.

– Já sairam os discos novos do Portishead, Cat Power e Nick Cave… na Argentina.

– O álbum vermelho do Weezer agora bateu forte por aqui. Ouvi as músicas de forma esparsa durante a semana, e hoje que vazou o álbum inteiro fui reouvir e “Troublemaker”, “Pork and Beans” e “Heart Songs” colaram igual chiclete. Vai ser difícil me livrar delas nos próximos dias…

maio 30, 2008   No Comments

Va Va Voom

De vez em quando o mundo cansa. Você já sentiu não fazer parte do mundo em algum momento da sua vida? Esse pensamento é tão recorrente para mim. Lembro de um poema bem antigo em que eu dizia “estar deslocado do viver nesse mundo”. Mais ou menos isso. Eu tinha vinte e poucos anos e sei lá, ainda me sinto deslocado. Bem, viver não é fácil, a gente (eu e você) sempre soube, mas tem dias que até ser feliz dói. Nessas horas, nada melhor do que o silêncio, do que uma taça de Merlot e desapego. Do que a beleza das coisas simples. Milhares de problemas do mundo estariam resolvidos se as pessoas descobrissem o quanto é relaxante lavar a louça (a água escorrendo entre os dedos, o cheiro do detergente de coco), molhar as plantas (temos três em casa) ou ouvir de cabo a rabo um disco do Cinerama. Até dá vontade de sorrir…

maio 29, 2008   No Comments

Uma frase

“Os sonhos murcham feito maracujá velho”

Fred 04

maio 28, 2008   No Comments

Tom Waits… em Paris

O Guss, jornalista, cartunista (eu já disse por aqui que sou fã do Pequeno Profeta? Então, sou fã) e fã do Tom Waits acaba de me avisar que o cantor de voz rouca estará fazendo dois shows em Paris no meio dos cinco dias que pretendo ficar na cidade, em julho. Convite mais barato: cerca de R$ 150 :/

A vida realmente não é fácil…

Ps. Tom Waits também toca em Barcelona no mesmo dia que piso na cidade em direção a Benicassim. Estou torcendo para que seja mais barato lá…26

maio 26, 2008   No Comments

Música: “Konk”, The Kooks

Ian McCulloch, do Echo and The Bunnymen, tem uma definição bastante particular sobre o que é uma banda pop: “Pop é o que toca no rádio. Oasis já foi pop, hoje não é mais”, disse certa vez o líder dos Bunnymens, que seguindo esse pensamento, também já foi pop um dia. Admiro o líder da segunda banda mais importante de Liverpool, mas discordo de sua afirmação. Para mim, pop é pop, rock é rock e o que o Beirut faz pode ser chamado de lirismo. Simples.

Mesmo tendo pontos de vista contrários, neste exato momento, para mim e para o Sr. Ian, o quarteto de Brighton, The Kooks, é pop. È bem provável que um dia ela deixe de ser para McCulloch, mas tenho a plena certeza de que sempre que for me referir ao Kooks, vou ter a palavra “pop” prestes a ser teclada. “Konk”, segundo álbum do grupo, é pop pegajoso, “catchy” como estão apelidando os britânicos, canções que você ouve uma vez e fica assoviando a melodia o dia inteiro.

Se na ótima estréia, “Inside In/Inside Out” (2006), o som do grupo aspirava o pop perfeito expirando reminiscências de Franz Ferdinand, Arctic Monkeys, Blur, Clash, Smiths, Strokes, Oasis e até Police,  em “Konk” o grupo tira do baú os velhos discos do The Kinks, dá uma polida nos riffs limpos de guitarra e faz um álbum homenagem ao britpop que poderia correr o risco de soar desnecessário, datado e tolo se não fosse inspirado, espertamente pop e cuidadosamente produzido.

Um riff de guitarra abre o disco. O vocalista e guitarista Luke Pritchard mastiga a letra sobre o riff enquanto dá pistas do seu jeito de olhar o mundo: “Eu vejo o sol subindo / E você só o vê cair, cair cair”. As guitarras engrossam a introdução da love song “Always Where I Need To Be”, que tem até “do do do do” no refrão e marcação de palminhas na bateria. “Mr. Maker” é levada ao violão e tem um q de Beatles no refrão. “Do You Wanna” tem bateria marcada, guitarras sujonas por baixo e climão Franz Ferdinand.

Violão e guitarra abrem “Love It All”, que soa piegas e se tocar em rádio será uma praga. O baixo sujão introduz “Stormy Weather”, que ali pelo meio volta a ser uma canção tipicamente Kooks. “Sway” e “Gap” começam simplesinhas, e ficam grandiosas no refrão. “Shine On” destaca o órgão enquanto “Down To The Market” é mais pop com guitarras. “One Last Time”, “Tick Of Time” e a faixa escondida “All Over Town” fecham o álbum em clima calmo (a segunda é quase uma faixa demo). Uma edição especial, dupla, acrescenta mais nove faixas ao disco.

Ser ou não ser pop é algo que tortura nove entre dez músicos, boa parte deles perdido no purgatório do mercado, no meio do caminho entre a fama, o culto e a lama. Em “Konk”, o Kooks parece querer fazer música pelo simples prazer de tocar apresentando um punhado de pop songs ensolaradas que não acrescentam nada na história da música, mas que podem e devem ser assoviadas muitas manhãs por todos aqueles que acreditam que uma boa música pode salvar o dia. Eis aqui várias candidatas ao posto. Divirta-se.

maio 25, 2008   No Comments

Um puta clichê

Dia desses eu conversei com a Talita, que está se encaminhando para o projeto de conclusão da faculdade de Jornalismo, e está centrando o foco de seu estudo nos sites de cultura. No meio do papo, a pergunta:

– O que te levou a fazer jornalismo?

A resposta aqui

Ps. Tô pensando sobre a vida. Já volto.

maio 25, 2008   No Comments

Cinema: “O Sonho de Cassandra”

“O Sonho de Cassandra”, de Woody Allen – Cotação: 3/5

“A única coisa que importa é a família. O mesmo sangue”, diz um personagem em certo momento de “O Sonho de Cassandra”, trigésimo sexto filme da carreira de Woody Allen, terceiro consecutivo filmado em Londres. O cineasta norte-americano retorna ao território dos soberbos “Crimes e Pecados” (1989) e “Match Point” (2005) apoiado em tragédia grega e Dostoievski para contar a história de dois irmãos que passam por problemas financeiros.

Ian (Ewan McGregor ótimo) é o irmão mais esperto, aquele que a família acreditava que iria se dar bem na vida, e que está sempre planejando algo para dar um salto de classe social. Terry (Colin Farrell excelente), por sua vez, é mais contido. Trabalha numa borracharia, é viciado em jogos de apostas (cavalos, pôquer, o que for) e usa mais a cabeça para sustentar os cabelos do que para pensar. Num paralelo roqueiro, seria como se um fosse o Noel Gallagher e, o outro, o Liam.

Apesar de pobretões, os dois irmãos foram muito bem criados por seus pais (ele, um dono de restaurante; ela, irmã de um proeminente médico), não se desgrudam e acabaram de comprar um velho barco, o qual deram o nome de “O Sonho de Cassandra”. Ian é gerente do restaurante do pai, mas fingi ser um ricaço (passeando nos carros poderosos que o irmão lhe empresta da borracharia), apaixona-se por uma jovem atriz e precisa de dinheiro para colocar em prática os seus sonhos. Terry, por sua vez, perde uma fortuna no pôquer. Os dois estão enrascados.

É nesse momento da trama que surge Howard (Tom Wilkinson), o tio médico milionário, que também está em uma enrascada, e precisa da ajuda dos dois sobrinhos em troca de uma boa quantia de dinheiro. O servicinho não é dos mais simples, e os dois irmãos entram em crise chocando a necessidade do dinheiro com a crueldade do ato encomendado pelo tio. Como sempre, nestes momentos, surgem atenuantes que procuram justificar a validade do ato a ser consumado (”Se não fizermos isso, este homem irá acabar com a vida do nosso tio”, diz Ian) e a frase que abre este texto.

Woody Allen conduz a história com suavidade na primeira meia hora da história. Apresenta os personagens, faz com que o público os admire, e começa a injetar suspense apenas na segunda metade, quando Ian deixa de lado a garçonete do restaurante de seu pai pela jovem atriz, e Terry perde em uma noite três vezes mais  tudo o que havia ganhado no dia anterior. É uma pequena ruptura na simplicidade da vida familiar, cujo passa poderá mudar a vida dos dois rapazes. “Se fizermos isso, não terá volta”, prevê Terry em certo momento.

Ao contrário de “Match Point”, cuja história trafegava nos altos círculos das castas inglesas, “O Sonho de Cassandra” é todo classe trabalhadora. Se o pano de fundo da história muda, o sentimento que Woody Allen analisa é o mesmo de “Crimes e Pecados” e “Match Point”: como lidar com a culpa de um assassinato. No primeiro, o marido encomenda a morte da amante, e apesar de ter que lidar com o fantasma dela, vai deixando o remorso de lado enquanto a vida passa.  “Match Point” ainda discute a sorte, mas prevê que a culpa (e o fantasma dela) perseguirá o assassino até o fim de seus dias.

Em “O Sonho de Cassandra”, porém, não há tempo para o futuro. Ian tenta esquecer o que fez enquanto faz planos com a namorada. Terry enlouquece. Se vê queimando no inferno, passa noites em claro corroído pela culpa e planeja se entregar a polícia. A simplicidade da vida cede lugar à tragédia grega. Allen só poderia ter caprichado mais no desfecho rápido e cortado, que remete ao conto “Venha Ver o Por do Sol”, de Lygia Fagundes Telles, com crianças brincando de roda (no filme, namoradas fazendo compras) enquanto a tragédia se anuncia. A família é o que importa. Será mesmo?

maio 23, 2008   No Comments

Ressaca

Não misture vodka, gim e saque com coca-cola e soda. :/

maio 22, 2008   No Comments

Festivais: T In The Park 2008

T In The Park 2008

Data: 11, 12 e 13 de julho
Local: Maior festival anual da Escócia, o T In The Park acontece no Parque Balado, em Kinross-shire.
Entradas: 180 Libras o pacote de três dias
Destaques deste ano: The Verve, Stereophonics, Rage Against the Machine, The Fratellis, The Kooks, R.E.M., Kings of Leon, Amy Winehouse, The Chemical Brothers, Kaiser Chiefs, The Raconteurs, We Are Scientists, Panic at the Disco, The Futureheads, Ian Brown, The Pogues, Primal Scream, The Charlatans, Echo & The Bunnymen, Sons and Daughters, Vampire Weekend, British Sea Power, Aphex Twin, Miss Kittin & The Hacker
Site Oficialhttp://www.tinthepark.com/

maio 20, 2008   No Comments

Músicas: as falsas baladas do OAEOZ

“A carne é triste, e eu li todos os livros”, escreveu certa vez um poeta simbolista. É uma imagem forte, um símbolo forte. Ele leu todos os livros e descobriu que a carne, infelizmente, é triste. Não lhe resta muita coisa. É hora de fugir. Ou de crescer, mas a sociedade teme tanto a maturidade que os adolescentes se transformaram em adultescentes. Crescer, mais do que qualquer coisa, é acumular tristezas enquanto esperamos a morte por bala, vício ou susto.

“A vida é cruel” é uma frase em néon despencando da fachada de um hotel de quinta categoria em lugar nenhum. Copo meio vazio. Copo meio cheio, então: “A vida é uma porcaria, e passa rápido demais”, lembra aquele diretor esquisito. “Falsas Baladas e Outras Canções de Estrada”, segundo álbum do OAEOZ (descontando dois CDs independentes), amplifica essa questão ao polarizar os sentimentos que tantas pessoas amontoam em si mesmas jogando nas costas dias e noites de fuga.

Mais do que falar da vida na estrada, “Falsas Baladas” fala da dificuldade da vida em sociedade. “Impossibilidades”, o rock majestoso que abre o álbum de forma acelerada, ambienta o ouvinte: “Pode ser só teimosia / Pode ser até capricho / Eu não quero sua imagem / Nem a tua alegoria”. A letra ainda distribui muitos símbolos (destino, rumo, fantasia, inferno, frio) para fechar de forma sublime: “Me alimento da falta e me cerco do excesso / Pra me esconder na ausência da vontade e na impossibilidade dos sentidos”.

Em “Distância”, uma falsa balada com guitarras espaciais que remetem às grandes influências dos curitibanos (Mercury Rev, Tindersticks, Pink Floyd fase 69), uma frase flutua pelo ar até cair solitária no colo: “A verdade se despede como farsa”. A beleza que se transforma em ruína. Violão e efeitos introduzem “Negativa”, a próxima canção, um duelo frente ao espelho cujo clímax é o solo de trumpete de Igor Ribeiro. Um violão lento, preguiçoso, apresenta a sonhadora “Mariane” enquanto guitarras barulhentas e rancorosas fazem a cama para seu interlocutor: “A humanidade é uma piada sem graça”, diz ele.

“Eu Penso Nisso Todo Dia” é a tentativa da fuga da prisão, a narrativa da quebra do encanto, a fé e o amor em algo que nem se sabe ao certo o que é, com baixo a frente e vocais climáticos. “Uma Canção Para OAEOZ”, liberada para download pelo Scream & Yell em outubro passado, é uma empolgante declaração de amor a Curitiba e aos bons momentos da vida (seja passado, presente ou futuro). O barulho volta a dar as caras em “Ninguém Vai Dormir”, rock que tenta tirar os pesos das costas através de toneladas de distorção. “Pra Longe”, baladaça com violino de Desiré Marantes, versa sobre abandono e desesperança.

Com dez anos de estrada, o quinteto curitibano alcança a maturidade musical em um álbum que impressiona pela entrega, pela maneira que despe sentimentos, desejos e sonhos sem soar piegas, emo(cionalmente infantil) ou apelativo. “Falsas Baladas e Outras Canções de Estrada” reúne um apanhado de visões e sensações acerca da “città piú bela” (não à toa, a banda colocou uma versão da canção do Fellini como lado b do single “Impossibilidades”), uma paisagem envolta entre anseios intensos cujas nuvens cinzas impedem a visão de estrelas. Porém, não é preciso vê-las para saber que elas estão lá. Melhor pegar outro copo (cheio de vinho).

Você já leu todos os livros, caro leitor?

“Falsas Baladas e Outras Canções de Estrada”, OAEOZ (Senhor F)
Download Gratuito: Baixe aqui

maio 19, 2008   No Comments