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Posts from — janeiro 2008

José González: entre o psycho e o candy

Num quarto de hotel em Santo Antonio, Texas, um rapaz negro dedilha seu violão. Na sala, dois homens brancos de mais idade preparam-se para gravar o som que vem do quarto através de um fio. Assim que a sessão começa, eles se olham e confabulam: “Tem mais alguém no quarto com ele? Como é que ele consegue fazer o acompanhamento e o solo ao mesmo tempo?” O rapaz se chamava Robert Johnson, e como ele conseguia fazer isso, bem, ele conseguia.

É em Robert Johnson que penso quando vejo José González tocar suas canções que falam de amor e religião. Não, José González não toca blues, mas está muito próximo de Robert Johnson pela extrema destreza que exibe ao tocar um simples violão de seis cordas. González é muito mais Nick Drake, João Gilberto e Ellioth Smith em conceito, mas na prática ele faz ressurgir, a cada apresentação, a aura mágica do som que aquele rapaz de 25 anos tirou de seu violão em um quarto de um hotel de segunda categoria no Texas, em 1936.

Essa proximidade acontece, principalmente, quando José apresenta canções como “Crosses”, do álbum de estréia, “Veneer” (2003), e, principalmente “Down the Line”, do recém-lançado “In Our Nature”. Você fecha os olhos e ouve duas, até três linhas harmônicas, e fica pensando em como ele consegue tirar esse som, como ele consegue fazer acompanhamento e solo ao mesmo tempo. É uma experiência e tanto ver José González ao vivo.

Em sua segunda passagem pelo Brasil em seis meses, o músico sueco (pero, de família argentina) fez uma apresentação igualzinha a primeira. Sim, havia músicas diferentes no repertório. No primeiro show, em julho, a base foi seu debute além de algumas músicas inéditas e as famosas covers. Agora, aquelas faixas inéditas já são um álbum, mas mesmo engordando o repertório, as covers continuam lá, para felicidade do público. E as novas canções mantém a poesia, o silêncio, a reverência pela melodia que leva o violonista a estender a canção pelo simples prazer de continuar ouvindo o som.

Há, também, um avanço na perda da timidez. Na passagem anterior, José fez um pocket show na Livraria da Vila, em São Paulo. Antes do show começar, o músico podia ser visto circulando pelo recinto, olhando CDs, folheando livros, sempre cabisbaixo, fugindo de um confronto. Agora, José se dá ao luxo de entrar para o bis, com grande parte do público em pé no teatro do Sesc Vila Mariana, brincando com seu português canhestro: “Agorah, sóóh as pupuzudas”.

O show permanece impecável como um todo. “Hints”, com seu arpejo sublime, é avassaladora. A cover de “Heartbeats”, original The Knife, virou marca registrada José González: a melodia das notas do violão se misturando na atmosfera com as sílabas soltas pela boca, todas na mesma altura disputando a atenção da audiência. “Cycling Triviliaties”, em uma versão mais enxuta que a do álbum “In Our Nature”, ganhou um bonito sampler de um trompete.

Em “Abram”, José lembrou a temática central do novo álbum, com canções inspiradas no livro “Deus, um Delírio”, de Richard Dawkins: “Dizem que existem um, dois, vários deuses. Essa canção fala sobre isso”, explicou. A arrebatadora versão de “Teardrop” encerrou a apresentação de forma digna: sozinho, González consegue manter intocável a beleza do original do Massive Attack (com Liz Fraser, do Cocteau Twins, nos vocais).

No bis, “Deadweight On Velveteen”, com sua modulação arrastada, seu dedilhado crescente e o formato “acompanhamento e solo” que tanto impressiona. Para fechar, “Love Will Tear Us Apart”, clássico do Joy Division cantado no limite extremo entre a doçura e a violência, entre o psycho e o candy, entre a delicadeza da voz e o barulho arranhado do violão. Uma grande versão, um belo show.

janeiro 20, 2008   No Comments

Pink Floyd, Classic Albums Collection

O do Nirvava (”Nevermind”) é bem mezzo; o do Metallica (”Black Album”) é um pouquinho melhor, mas nada espetacular; já o do Sex Pistols (”Nevermind The Bollocks”) é muuuuito divertido; eu esperava mais do Classic Albums do The Who (””Who’s Next”), mas ainda assim tem bons momentos; o do Elton John (”Goodbye Yellow Brick Road”) é bem bacana; o do U2 (”The Joshua Tree”) é excelente, porém, no nível hors-concours estão Lou Reed (”Transformer”, sensacional) e The Band (”The Band”, uma aula).

O Pink Floyd, com “Dark Side Of The Moon”, no entanto, é inigualável. Fiquei chapado com o DVD que conta a história do álbum (e não foi de marijuana). É impressionante o nível de detalhismos e a grandiosidade da produção deste álbum. Eu só queria saber onde é que estão as fitas demos pré-gravações (”Money” e “Time” aparecem em versões da época apenas em voz e violão) e quando eles vão liberar os excelentes áudios dos shows de 1972 e 1973 que aparecem no DVD. São sensacionais.

Ps. Ainda, pela frente, tenho o Queen (”A Night At The Opera”) e Iron Maiden (The Number of The Beast”) para ver…

janeiro 20, 2008   No Comments

Alguém ainda ouve fitas cassete?

Nesta semana, após soltar um spam básico divulgando a publicação dos Melhores do Ano do Scream & Yell, uma amiga retornou o e-mail dizendo que tinha ido parar, através daquele spam, em uma coluna antiga minha na Revoluttion, que versava sobre fitas cassete e tinha o sugestivo título de “Qual música te define?“. Entre papos sobre fitas cassete e seleções de canções para pretês (isso é tão 02 Neurônio, né), lembrei que tenho sei lá quantas dezenas de fitas cassete em casa.~São duas maletinhas cheias delas, a maioria seleções de canções que eu fazia para eu mesmo ouvir, outro tanto de demos, e uma pequena parte de seleções feitas por amigos.

Muito tempo atrás, revirando essas fitas, tive a idéia tosca de sortear uma coleção do R.E.M. e mais algumas outras, e foi bem legal. Aí eu tava pensando se não deveria fazer o mesmo com essas, afinal, é muito melhor que elas sejam ouvidas do que ficarem guardadas eternamente em uma maletinha no quarto escuro. Mas então me pergunto: alguém ouve fitas hoje em dia? Não sei. Eu, até um ano atrás, de vez em quando pegava uma daquelas seleções e colocava pra ouvir, mas agora, na casa nova, meu Tape Deck nem está na sala, o que dificulta.

Dentre as dezenas de seleções que fiz tem algumas que considero especiais tipo a “Sobremesa” (a capa é uma torta de morango), que além de Nação Zumbi (a faixa título), tem R.E.M. (”So, Central Rain, I’m Sorry”), U2 (”Wake Up Dead Man”), Arnaldo Baptista (”Será Que Eu Vou Virar Bolor?”), Neil Young (”Changing Highways”), Engenheiros (”Sob o Tapete”) e Mundo Livre S/A (”Homero, o Junkie”), entre outras.  Tem que ter um gosto bem amplo para curtir uma seleção dessas. Já a “Golden Lights” (inspirada em uma canção dos Smiths) traz Blues Etílicos (”Terceiro Uisque”), Soul Asylum (”Somebody To Shove”), Herbert Vianna (”Lição de Astronômia”), Lou Reed (”Trade In”), Legião Urbana (”A Tempestade”) e Radiohead (”No Surprises”), entre outras. Só estas duas já servem de paralelo para as outras cento e tantas. Será que um dia vou ouvir isso? Será que alguém quer ouvir isso? Será que alguém ainda ouve fitas cassete?

janeiro 19, 2008   No Comments

Supersafra de bandas e o Senhor F

O site Senhor F está completando 10 anos de atividades. Fica aqui, deste blog e em nome do Scream & Yell, os parabéns ao Fernando Rosa e toda equipe que toca um dos sites mais sensacionais sobre cultura pop deste país. Aliás, aproveitando o gancho de aniversário, você já passou pelo Senhor F para baixar as novas canções que o site disponibilizou em seu selo virtual? Tem o single novo do Beto Só (”O Espaço de Nada” e a ótima “Meu Velho Escort”), Stuart, Grand Prix (banda do argentino Rubin, que canta uma versão power pop de “Girlfriend In a Coma”). Na lista de canções disponiveis para download gratuito, repito: baixe “Ela Se Foi” e “Igual”, duas canções dos Gianoukas Papoulas.

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Jotabe Medeiros no Estadão de hoje:

“Vem aí uma supersafra de bandas, estimulada por investimento em festivais e estréia do MySpace Brasil . Moleza acertar previsões sobre o pop rock nacional para 2008. Por exemplo: 1) algumas das bandas novas mais interessantes serão gaúchas; 2) O rock de garagem vai dar as cartas de novo; 3) Híbridos de rock com funk carioca, moda de viola, baião, guarânia e xote serão uma constante; 3) Alguns entre os novos astros serão procurados por Caetano Veloso para uma palhinha na TV ou no palco.

Mas aí será picaretagem: essas previsões se realizariam também na maioria dos anos recentes. Ainda assim, é quase tudo verdade. Começando pelo mais óbvio: as bandas mais interessantes lançando álbuns novos este ano são gaúchas: Fantomaticos, Apanhador Só, Wonkavision e Superguidis, todas de Porto Alegre, estão no topo desse ranking. (…)

janeiro 16, 2008   No Comments

Melhores do Ano do Scream & Yell no ar

Foram duas noites loooongas de edição. A de hoje, por exemplo, não acabou: virou manhã e eu ainda não dormi. Mas o tradicional especial de Melhores do Ano do Scream & Yell está no ar. São 91 convidados entre músicos (Gabriel Thomaz, do Autoramas; Helio Flanders, do Vanguart; Dary Jr., do Terminal Guadalupe e mais), jornalistas da Folha de São Paulo, do Jornal do Brasil, da Rolling Stone Brasil, da Playboy, da VIP, da Rock Press, da MTV, da Bravo!, da Veja, do Zero Hora; cabeças pensantes de sites geniais como o Urbanaque, o Pilula Pop, a Revista O Grito!, o Coquetel Molotov, o Alto Falante, a Laboratório Pop, o Bacana, o Muzplay, o Whiplash! , o Sampaist, o Tinidos e muito mais. Além de sábios como Kid Vinil, Gastão Moreira e Wander Wildner. Puxa, nem eu tinha percebido quanta gente legal está envolvida neste especial. O resultado você pode ver neste banner abaixo. Divirta-se. Apesar da noite sem dormir, e do cansaço, é muito divertido ver esse especial no ar.

janeiro 15, 2008   No Comments

Habemus vencedor

Antes de mais nada: sooooono. A primeira parte (e a mais trabalhosa) do especial Melhores do Ano S&Y está editada. São as páginas especiais dos 91 amigos que participaram da votação. Agora só falta terminar as páginas dos vencedores, e acredito que amanhã de manhã o especial estará no ar. Na categoria disco nacional, o vencedor bateu o segundo lugar por 22 votos a 19. Na categoria disco internacional a briga foi bem acirrada: 31 votos a 30. Mas ainda preciso fazer uma revisão básica em todas as categorias. Amanhã nos encontramos, ok.

janeiro 14, 2008   No Comments

Cat Power, Flaming Lips e Black Sabbath

Estou ficando apaixonado pela Cat Power…

janeiro 11, 2008   No Comments

Cinema: “Mutum”

“Mutum”, de Sandra Kogut” – Cotação 5/5

A adaptação de livros para o cinema sempre foi um desafio para roteiristas e cineastas, e com raríssimas e honrosas exceções estes profissionais conseguem transformar as palavras no papel em imagens inesquecíveis tão belas quanto aquelas perdidas em páginas e páginas amareladas pelo tempo e pela história. Condensar uma narrativa de centenas de páginas em duas horas de exibição é uma tarefa inglória que já derrubou muitos (e continuará derrubando).

Agora, se adaptar um livro já é um grande desafio, o que dizer de uma adaptação de uma obra de Guimarães Rosa, escritor mineiro que ia além do simples escrever: ele criava vocábulos a partir de arcaísmos, palavras populares e de seu imenso conhecimento de línguas (falava mais de sete e, “com o dicionário agarrado”, lia mais umas cinco) colocando suas “novas palavras” em uma prosa tão poética que, recomenda-se, deve ser lida sempre em voz alta. Trabalho quase impossível, com certeza.

A cineasta Sandra Kogut “inventou” de enfrentar o desafio e “Mutum”, longa baseado na novela “Campo Geral”, do livro “Manuelzão e Miguilim”, de Guimarães Rosa, é uma surpresa que emociona e encanta. A rigor, Sandra deixou de lado a narrativa pessoal de Guimarães Rosa (vamos combinar, iria soar forçado), e concentrou-se na descoberta de jovens atores que pudessem dar aos personagens Miguilim e Dito uma verossimilhança acima de qualquer suspeita. Os garotos Thiago da Silva Mariz e Wallison Felipe Leal Barroso cumprem essa função de forma arrebatadora.

Com os personagens principais em sintonia, faltava Sandra buscar a melhor forma de traduzir as emoções, os neologismos, a poesia da prosa de Guimarães Rosa para as telas. Como transformar em imagem a seguinte frase: “Mesmo assim, enquanto esteve fora, só com o tio Terêz, Miguilim padeceu tanta saudade, de todos e de tudo, que às vezes nem conseguia chorar, e ficava sufocado. E foi descobriu, por si, que, umedecendo as ventas com um tico de cuspe, aquela aflição um pouco aliviava.” Não basta focar os olhos do garoto e filmar o ato. É possível que espectadores achassem nojento e perdessem a poesia do texto. A tarefa não era fácil.

Porém, o roteiro inteligente focou-se na poesia da narração e procurou, ao máximo, transforma-la em imagens. Dessa forma, o sertão mineiro é explorado em seus detalhes e, maior mérito, apresenta ao público um Brasil que o Brasil parece desconhecer e querer deixar no passado enquanto caminha a passos largos para o futuro. O Brasil dos nossos pais e avós. Um Brasil de pratos de plástico, roupas remendadas e palavras inventadas. Um Brasil que, embora muitos nem saibam, ainda corre nas veias de seu povo. “Mutum” é a outra metade de “Saneamento Básico”, grande cinema de Jorge Furtado. Os dois filmes se completam ao falar de um Brasil que muita gente realmente não conhece.

Em “Mutum”, Thiago vive o personagem Miguilim, mas no filme ele é Thiago mesmo. Felipe passa pelo Dito, mas também manteve seu nome de batismo no longa. Estes dois garotos vivem a história de uma família que vive no Mutum, um lugar “longe, longe daqui, muito depois da Vereda-do-Frango-d’Água e de outras veredas sem nome ou pouco conhecidas, em ponto remoto (…). No meio dos campos gerais, mas num covoão em trecho de matas, terra preta, pé de serra.” Thiago tem oito anos, acabou de ser batizado, muito embora esse rito de passagem não vá proteger sua família das “tragédias” vindouras.

Primeiro, a briga dos irmãos pela mesma mulher. No sertão não há diálogo: é tudo no facão. Se não tem como conversar, melhor partir, e o ente mais querido de Thiago Miguilim deixa a casa num dia de chuva e trovoadas. Os meninos, embaixo de uma mesa – à luz de velas – comentam: “Deus tá castigando a gente”. O drama segue, mas tanto a narrativa de Rosa quanto as imagens de Kogut transpiram poesia, mesmo na morte. Tanto as imagens quanto o texto mais enlevam que anuviam. E essa métrica será seguida até o final de “Mutum”, e ganha ares de clássico na cena derradeira, a cena mais tocante do cinema recente feita em terras brasileiras, quando o garoto lança o último olhar sobre o Mutum pretendendo guardar cada grão de areia no fundinho de sua alma de menino.

Sandra Kogut transforma a rica prosa poética de Guimarães Rosa em poesia visual. O resultado é um dos filmes mais líricos da retomada. E um dos melhores. “Mutum” é sublime e sobrevive ao livro sem diminui-lo ou desmerecê-lo. Além, filme e livro se entrelaçam, se envolvem, e criam uma nova perspectiva na mente do leitor espectador: cada um deles sobrevive sem o outro, mas nenhum deles substitui o outro. Se você leu o conto, o filme o levará galopando pelo mesmo sertão, com o olhar em primeiro plano, não o ouvido. Se você só viu o filme, você precisa urgentemente ler o conto. :*) Ou seja, o melhor que você tem a fazer, caro leitor, é adentrar os mundos particulares de Guimarães Rosa e de Sandra Kogut e descobrir, como disse um homem para Miguilim, que o “Mutum era lugar bonito”.

janeiro 9, 2008   No Comments

Canções que fazem sonhar

Discos tributo, quando bem produzidos, têm um valor inestimável para o público jovem, principalmente quando o homenageado não é conhecido pelas novas gerações. O raciocínio simplista funciona mais ou menos assim: o que um cara como John Fahey fez para que gente tão bacana quanto Sufjan Stevens, Lee Ranaldo (Sonic Youth), Devendra Banhart, Calexico, Jason Lytle (Grandaddy) e M. Ward (entre outros) deitassem sobre seu repertório e acordassem com treze versões arrebatadoras?

O motivo, caro leitor, está lá no fundo do baú da história. John Fahey é um dos pioneiros na arte da guitarra acústica, e “I Am the Resurrection: A Tribute to John Fahey”, revisita com emoção seu fabuloso repertório. John Fahey (falecido em 2001) lançou seu primeiro álbum em 1959 e, a partir de então, exercitou uma musicalidade que procurava desbravar a América negra, o folk, o blues e o country em pequenas sinfonias acústicas de rara beleza. Não à toa, quando a Rolling Stone se reuniu, em 2003, para apontar os 100 guitarristas mais influentes de todos os tempos, Fahey apareceu em uma honrosa 35ª posição.

Para adentrar ao mundo deste “I Am the Resurrection: A Tribute to John Fahey” você precisa, primeiramente, esquecer das paradas de sucesso, das listas dos mais vendidos, da música pop feita para ser consumida vorazmente em alguns segundos e esquecida para todo sempre. A música de John Fahey (encaixotada no preguiçoso gênero acid folk) exige atenção, e depois que você a concede esse benefício, o retorno é quase impossível: ela agarra sua alma num abraço delicado e silencioso que não lhe dá alternativa além de sonhar e sonhar e sonhar.

O maior mérito de “I Am the Resurrection: A Tribute to John Fahey” é introduzir o ouvinte no universo do homenageado. É certo que após ser embalado por Sufjan Stevens na emocionante “Variation On ‘Commemorative Transfiguration & Communion At Magruder Park’”, Devendra Banhart em “Sligo River Blues”, Calexico em “Dance Of Death”, Cul de Sac na piscodélica “Portland Cement Factory at Monolith”, e/ou Peter Case na saudosa “When The Catfish Is In Bloom” (com seus mais de sétimo minutos de delírios), você vá querer ir atrás dos originais. E, então, irá descobrir que essas mesmas canções (e muitas outras) podem soar ainda melhores do que elas soam neste tributo. Boa descoberta.

janeiro 8, 2008   No Comments

Você descobre que está…

trabalhando demais quando, depois de cinco dias intensos de cobertura de carnaval, acorda às 10h30 da quarta-feira de cinzas em meio a um “grande pesadelo”:

Estou na redação, aquela correria, quando alguém chega:

– Pessoa 1: Marcelo, Marcelo, o MSN vendeu todas as suas ações para um conglomerado asiático que está tirando do ar todo o seu conteúdo…

– Pessoa 2: Não consigo entrar no MSN, não consigo entrar no MSN…

No meu computador, tento acessar o MSN em vão. Vou para a página deles, e sou encaminhado para outra, cuja paisagem remete ao Himalaia. É algo assustador (no sonho; terrivelmente engraçado agora), pois cada clique que dou, a página do MSN começa a carregar e, em seguida, aparece a paisagem do Himalia com palavras e frases em uma língua que não consigo entender.

A redação está uma balburdia, penso no iCQ como alternativa (ao mesmo tempo me pergunto: o ICQ ainda existe?) e no meio da piração lembro que o MSN também detém o Hotmail, e a essa altura todos os meus e-mails foram para o espaço sideral virtual. Começo a teclar calmamente o endereço quando… o telefone toca e eu acordo.

Acho que preciso de uma folga.

janeiro 6, 2008   No Comments